domingo, 12 de dezembro de 2010

Enquanto uma condena, a "outra" oficializa, qual será a verdadeira?


Durante inauguração de um megatemplo, foram distribuídos 150 mil preservativos.
SOWETO – A Igreja Universal inaugurou o maior templo da África do Sul, em Soweto. Um dos jornais de grande veiculação no país, o ‘The Star’, publicou matérias falando da nova Catedral e do grande benefício que ela vem proporcionando à população.
A inauguração da Catedral trouxe grande contentamento ao povo, pois não são poucos os casos de pessoas que chegam à IURD viciadas, deprimidas, com problemas familiares ou enfermas. A situação mais preocupante é a dos infectados pelo vírus HIV. A Igreja Universal tem presenciado o sofrimento deste povo e vem clamando a Deus por uma solução. Nos últimos dois anos, foram realizadas várias passeatas simultâneas organizadas pelos freqüentadores da IURD. Em cada evento, mais de 30 mil pessoas compareceram, cantando e dançando, enquanto clamavam ao Deus vivo por ajuda aos soropositivos.
O alto número de estupros devido a algumas crenças religiosas também tem influenciado na propagação da doença. “Segundo uma lenda, se o homem tiver sexo com uma moça virgem, ele será curado. Isso é um problema muito grave porque, desesperados, eles começam a praticar estupros. Há estatísticas que mostram que, por dia, cerca de 200 mulheres são estupradas na África do Sul”, revela o bispo. Ele acrescenta um dado alarmante: “De cada 10 pessoas que eu atendo na Igreja, seis são portadoras do vírus da Aids.”

O governo tem pedido às igrejas e a toda a população que contribuam no combate à doença. A IURD tem abraçado esta causa. Além das passeatas organizadas pelos membros da igreja, em muitos templos do continente africano são realizadas reuniões especiais somente para portadores do vírus HIV e durante a inauguração da nova Catedral de Soweto foram distribuídos preservativos. “A IURD crê que o casamento é a única forma de sexo seguro, mas nós não podemos evitar que as pessoas tenham relações sexuais.

"Eu acho que distribuindo camisinhas estamos fazendo um trabalho social como costumamos fazer na Igreja e, certamente, as pessoas que fazem sexo antes do casamento vão naturalmente pensar duas vezes."

E é isso que eu quero: que elas pensem no que é melhor para elas”, declarou o bispo Edir Macedo à Record.Segundo o último relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), embora a incidência do vírus esteja sofrendo uma "desaceleração", as proporções epidêmicas são graves na África subsaariana. Com pouco mais de 10% da população mundial, a África subsaariana abriga cerca de 24,5 milhões de infectados, quase dois terços dos portadores do HIV no mundo. Cerca de três quartos dos 25 milhões de pessoas que morreram em decorrência do HIV desde o início da epidemia, nos anos 80, eram do continente africano.


Fonte:http://www.igrejauniversal.org.br
Bento XVI condena o uso da camisinha
O papa Bento 16 iniciou uma visita de seis dias à África, o continente que tem a maior parcela de população contaminada pelo vírus da Aids no mundo, reafirmando a posição da Igreja Católica contrária ao uso da camisinha.

Ao mesmo tempo, ao chegar a Camarões, primeira escala de uma visita que incluirá ainda Angola, Bento 16 pediu aos católicos do continente que lutem contra a violência, a pobreza, a corrupção e os abusos de poder -práticas que, segundo ele, têm travado a melhoria das condições de vida na região.Camarões é governado há 26 anos pelo mesmo presidente, Paul Biya, e o país é descrito pelo governo norte-americano como palco de um "lento movimento em direção a reformas democráticas".

Ainda no avião que o levava de Roma à capital camaronesa, Yaoundé, o papa afirmou que a Aids "não pode ser derrotada com a distribuição de preservativos".

A doença já matou mais de 25 milhões de africanos desde o início dos anos 80. Hoje, cerca de 20 milhões de pessoas no continente têm o vírus HIV, e alguns países da região apresentam taxas superiores a 20% da população infectada.Para Bento 16, a camisinha não é a solução, mas, "ao contrário, aumenta o problema".

A visão da igreja é a de que a distribuição indiscriminada de preservativos pode estimular um comportamento sexual que ela vê como irresponsável e que estaria na raiz da epidemia de Aids que o mundo viveu em décadas recentes.

Para a igreja, o ponto crucial da visita à África, no entanto, é outro. O continente é visto como uma "fronteira" de evangelização para todas as grandes religiões monoteístas do mundo, onde elas competem para "receber" fiéis provenientes das inúmeras religiões tradicionais locais.Em Camarões, a "divisão" se dá entre cristãos e muçulmanos. Já em Angola, destino de Bento 16 a partir de sexta-feira, a colonização portuguesa contribuiu para a forte presença católica.

Essa prevalência tem sido ameaçada em anos recentes com o avanço dos protestantes, muitos deles neopentecostais de origem brasileira.

No discurso que fez na chegada a Camarões, o papa disse que "num momento de escassez global de alimentos, de problemas financeiros, e de mudanças climáticas, a África sofre de maneira desproporcional"."Mais e mais pessoas se tornam vítimas da fome, da pobreza e da doença. Eles clamam por reconciliação, justiça e paz, e é isso que a igreja tem a lhes oferecer."

 

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