Por João Batista
No livro do Apocalipse temos uma idéia do julgamento de Deus sobre o universo.
O primeiro julgamento que Deus realiza é a destruição do mal, através do seu único filho Jesus Cristo, eis porque Ele (Jesus) se manifestou no final dos tempos: Foi para isto que o filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo. (1 Jo 3, 8b).
O julgamento começa com a destruição daquele que acusava os filhos de Deus continuamente, ouvi, então, uma voz forte no céu, proclamando: “agora realizou-se a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo. Porque foi expulso o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus. (Ap 12, 10). Através da morte e ressurreição de Jesus Cristo, é que o mal, ou seja, o diabo ou satanás já está derrotado para sempre. Não há mais condenação para aqueles que acreditam e aceitam Jesus Cristo o Filho do Deus vivo, esses com certeza já tem a vida eterna: Ora, a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que tu enviastes, Jesus Cristo. (Jo 17, 3).
São tantas as passagens bíblicas que Deus nos assegura a vida eterna. O próprio Jesus Cristo nos garante: Eu garanto a vocês: quem ouve a minha palavra e acredita naquele que me enviou, possui a vida eterna. Não será condenado, porque já passou da morte para a vida. (Jo 5, 24).
O julgamento já está sendo realizado através do Evangelho, ou seja, da Palavra de Deus, a segunda vinda de Jesus Cristo não terá mais relação com o pecado, Ele virá buscar os que vivem conforme a vontade de Deus, os eleitos, e decretar a condenação para aqueles que não aderirem à vontade de Deus impressa no Evangelho: Assim, também Cristo se ofereceu uma vez por todas, para tirar o pecado de muitos. Ele aparecerá uma segunda vez, sem nenhuma relação com o pecado, para aqueles que o esperam para a salvação. (Hebreus 9, 28).
Jesus Cristo não veio para condenar o mundo e sim destruir as obras de satanás, trazer a Palavra de Deus e nos dá a salvação, engana-se quem pensar que Jesus Cristo veio julgar e condenar: Eu não condeno quem ouve as minhas palavras e não obedece a elas, porque eu não vim condenar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras, já tem o seu juiz: a palavra que eu falei será o seu juiz no último dia. (Jo 12, 47-48).
Através do julgamento pela palavra de Deus é feito o apelo à conversão, mas muitos não aderem à conversão, não renunciam às obras de suas próprias mãos, esses não estão inscritos no livro da vida do Cordeiro. O julgamento é universal e se realiza aos poucos ao longo da historia, do mesmo modo que Deus agiu no passado, Ele age no presente e agirá no futuro julgando todos os que praticam o mal, e instaurando o seu Reino definitivo no novo mundo, ou seja, a nova Jerusalém.
Através dos sete selos abertos por Jesus Cristo, o projeto de Deus será conhecido pela humanidade, ou seja, a salvação. Podemos ver também que a historia do homem está em poder do ressuscitado e caminha para o julgamento e salvação. Os primeiros quatro selos mostram o homem dominado pelo mal, ou seja, a ambição pelo poder e conquista que geram a guerra e a competição, a injustiça através da falta de amor gerando assim a doença e a morte. O quinto selo mostra que os cristãos vivendo em um mundo contrário à vontade de Deus, são perseguidos e mortos como Jesus Cristo, e ao mesmo tempo eles apelam a Deus pedindo justiça para julgar o mal e salvando os que praticam a justiça.
Na abertura do sexto selo Deus responde ao pedido dos cristãos que pedem justiça, realizando o julgamento, atingindo a todos. Muitos se sentem culpados de seus atos, mas mesmo assim não se convertem de suas obras más e nem reconhecem que somente Deus pode oferecer a reconciliação e que Deus já nos deu à salvação em Jesus Cristo.
O aspecto positivo do grande dia é a salvação, o povo de Deus será protegido no dia do juízo final, o povo de Deus reconhece que a salvação vem de Deus e de Jesus Cristo: Em alta voz, a multidão proclamava: “A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao cordeiro”. (Ap 7, 10)
A salvação é a realização da nova aliança feita através de Jesus Cristo, aqueles que recebem e vivem já esta salvação, não sofrerão a segunda morte, já participam da vida eterna, Jesus será o pastor que leva o povo a viver em plenitude: Pois o cordeiro que está no meio do trono será o pastor deles; vai conduzi-los até às fontes de água da vida. E Deus lhes enxugará toda lágrima dos olhos. (Ap 7,17).
Com a abertura do sétimo selo, o livro que contem o projeto de Deus está aberto, os sete anjos que estão diante de Deus recebem sete trombetas (que indicam julgamento) e o reino, começa na historia o tempo final, alias, já estamos vivendo esse tempo final: Nasceu o Filho da Mulher. Era menino homem. Nasceu para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e de seu trono. A Mulher fugiu para o deserto. Deus lhe tinha preparado ai um lugar onde fosse alimentada por mil, duzentos e sessenta dias. (Ap 12, 5-6). O Filho é Jesus Cristo que ressuscita dentre os mortos para a glória e para dominar as nações. Destruindo o poder do Dragão o mal foi derrotado. O povo de Deus agora vive como os hebreus no deserto que foram libertados da escravidão: viverá no deserto, ou seja, neste mundo, mas não compactuando com as ideologias e estruturas empregadas, e sim vivendo em meio a perseguições e na intimidade com Deus até o fim da historia, (mil, duzentos e sessenta dias). O apostolo João nos mostra que o toque das trombetas dos quatro primeiros Anjos indica que o julgamento é universal (terra, mar, rios, fontes e astros), mas se realiza aos poucos ao longo da historia (Cf. Ap 8, 7-12). O quinto Anjo ao tocar a trombeta, Deus intervém atingindo e destruindo o mal: o quinto Anjo tocou. Vi então uma estrela que tinha caído do céu sobre a terra. Ela recebeu a chave do poço do Abismo. E abriu o poço do Abismo. E daí subiu uma fumaça como fumaça de uma grande fornalha. O sol e o ar escureceram de tanta fumaça do poço. (Ap 9, 1-2). Da fumaça que subiu saíram gafanhotos voando sobre a terra, esses gafanhotos tinham poder de matar como escorpiões, ou seja, matar por envenenamento tal qual a serpente, ferir, atormentar somente os homens que não tivessem na fronte a marca de Deus, isto é, que estão totalmente seduzidos pela serpente, que perseguem o povo de Deus e não adere à verdade de Deus, rejeitam o Senhorio de Jesus Cristo. E é na cauda que os gafanhotos têm o poder de atormentar os homens, o rei dos gafanhotos é o Anjo do abismo.
O sexto Anjo tocou a trombeta mostrando que o julgamento é apelo à conversão, ou seja, abandonar tudo que leva ao pecado e tomar uma decisão radical, converter-se a Jesus Cristo e aceitar o único absoluto que é Deus. Mesmo diante do julgamento que leva para a condenação eterna, o homem não deixa de praticar a injustiça, isto é, o pecado.
Antes do sétimo Anjo, aparece um outro Anjo que traz na mão um livrinho aberto, o evangelho com a mensagem clara e universal onde Deus quer salvar todos os homens, chamando-os à conversão. Este Anjo jurou por Aquele que vive para sempre, que criou o céu e tudo o que nele existe, a terra e tudo o que nela existe, o mar e tudo o que nele existe: “Não há mais tempo. Quando o sétimo Anjo tocar a trombeta, então vai realizar-se o mistério de Deus, conforme Ele anunciou aos seus servos, os Profetas!” (Ap 10, 6-7). O Anjo diz que não há mais tempo porque o evangelho não deve ser escrito e sim assimilado, pois com a sétima trombeta o mistério de Deus se realizará: a instauração do Reino. O fim de toda a história, com o julgamento e a salvação chega pelo anuncio do Evangelho, por isso o evangelho deve ser assimilado para ser vivido e testemunhado.
O sétimo Anjo tocou a trombeta. E vozes bem fortes começaram a gritar no céu: “A realeza do mundo passou agora para Nosso Senhor e para o seu Cristo. E Cristo vai reinar para sempre”. (Ap 11, 15). Eis o mistério de Deus, Ele assume juntamente com seu Filho Jesus Cristo a realeza do mundo, e Jesus Cristo reinara eternamente como foi anunciado pelo Anjo Gabriel à Maria mãe de Jesus: Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim. (Lc 1, 31-33).
O mistério de Deus compreende-se como sendo a vinda do Reino através do testemunho profético do povo de Deus, (Cf. Ap 11, 1-13).
Chegará o tempo em que Deus julgará os mortos e dará recompensa aos seus servos, profetas, aos santos e todos os que temem o nome do Senhor, tanto os pequenos como os grandes, ninguém escapará.
Os cristãos testemunham o Evangelho de Jesus Cristo em um ambiente dominado pelas estruturas do Dragão, o resultado final desse testemunho será o julgamento. O testemunho do Evangelho é comparado a um cântico novo, somente o povo de Deus, isto é, quem está aberto ao Evangelho é capaz de aprender o cântico novo: Ouvi uma voz que vinha do céu; parecia o barulho de águas torrenciais e o estrondo de um forte trovão. O barulho que ouvi era como o som de músicos tocando harpa. Estavam diante do trono, dos quatros Seres vivos e dos anciãos e cantavam um cântico novo. Era um cântico novo que ninguém podia aprender; só os cento e quarenta e quatro mil marcados que foram resgatados da terra. (Ap 14, 2-3). O Evangelho é eterno e anunciado a todos os habitantes da terra, a toda nação, tribo, língua e povo. O conteúdo do Evangelho é a palavra de Deus definitiva dirigida a todos, ou seja, temer o único Deus vivo e verdadeiro e só a Ele dar gloria. O Evangelho nos ensina que devemos temer a Deus e só a Ele glorificar, adorar somente a Ele que fez o seu e a terra, o mar e as fontes, não colocar a nossa confiança em pessoas, em riquezas ou em coisas perecíveis. Somente Deus e o seu único Filho Jesus Cristo é quem deve receber de nós a adoração.
O destino dos que não querem obedecer e viver a vontade de Deus é beber o vinho do furor de Deus, que é derramado sem mistura na taça da sua ira, os que desobedecem ao evangelho e não querem viver na dependência de Deus irão ser atormentados com fogo e enxofre diante dos santos Anjos e diante de Jesus Cristo, quem não se converte ao verdadeiro Deus, irá perecer juntamente com tudo o que não pertence a Deus.
Em meio ao julgamento, o povo temente a Deus persevera no testemunho e na confiança em Jesus Cristo, o nosso Bom Pastor. O anuncio do Evangelho produz o julgamento, que é presidido por Jesus, o Filho do Deus vivo, é Ele o Senhor da historia. O apostolo João viu no céu um sinal grande e maravilhoso: havia sete Anjos prontos com sete pragas. Estas eram as últimas pragas, pois com elas o furor de Deus ficará consumado. Vi também como que um mar de vidro misturado com fogo. Sobre esse mar, estavam de pé todos aqueles que venceram a Besta, a imagem dela e o numero do nome da Besta (Ap 15, 1b-2). Aos vencedores é dada à capacidade de cantar o hino que celebra a libertação, assim como Moisés cantou depois de atravessar o mar vermelho. Jesus Cristo é o novo Moisés que conduz o novo povo de Deus à libertação rumo à nova Jerusalém Celeste: Os vencedores seguravam as harpas de Deus e entoavam o cântico de Moisés, o Servo de Deus, e o cântico do Cordeiro. (Ap 15, 2b-3a). Deus conduzia o povo pelo deserto usando o seu servo Moisés, agora é o novo Moisés que conduz o novo povo da nova aliança, Jesus Cristo, é Ele o próprio caminho que nos conduz a nova Jerusalém. Notemos que tudo é novo; novo Moisés, nova aliança, novo povo de Deus, nova Jerusalém, tudo é novo. O apostolo João vê a Jerusalém Esposa: vi, então, um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe (Ap 21, 1). Aquele que está sentado no trono declara: “Eis que faço novas todas as coisas”. (Ap 21, 5). Jesus Cristo com sua morte e ressurreição dá um sentido novo na historia da humanidade, Ele diz: Elas se realizaram, Eu sou o Alfa e o Ômega, o Principio e o Fim. Para quem tiver sede, eu darei de graça da fonte de água da vida. (Ap 21, 6). Deus irá renovar tudo, somente Ele pode fazer nova todas as coisas, pois é o Senhor da historia. Os covardes, infiéis, corruptos, assassinos, imorais, feiticeiros, idólatras, e todos os mentirosos, estes irão para a condenação eterna que é o lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte, (Cf. Ap 21, 8).
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