quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Patriarca latino em Jerusalém lamenta situação de cristãos no Iraque

22 dezembro 2010

 
 

21 de dezembro de 2010  16h2

JERUSALÉM, 21 dez 2010 (AFP) -O patriarca latino de Jerusalém, Monsenhor Fouad Twal, disse estar “abalado” com o destino dos cristãos do Iraque que fogem do país desde o massacre de Bagdá e lamentou o fracasso das negociações de paz entre Israel e palestinos, nesta terça-feira em sua tradicional mensagem de Natal.“Nós estamos abalados pelo massacre que ocorreu em Bagdá no interior da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”, declarou Mons Twal durante uma coletiva de imprensa na sede do patriarcado, no centro do bairro cristão da Cidade Antiga de Jerusalém.
“Esses inocentes se somam às milhares de vítimas do fundamentalismo e da violência, mal que assola o Iraque”, disse.
No último dia 31 de outubro, um ataque reivindicado pela Al-Qaeda contra uma igreja siríaca católica de Bagdá matou 44 fiéis e dois padres, provocando o êxodo de milhares de cristãos do Iraque, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (HCR).
São hoje cerca de meio milhão de cristãos no Iraque, contra entre 800 mil e 1,2 milhão em 2003.
“Nós condenamos esta violência. É uma pena tirar do Iraque seus habitantes cristãos. É triste para todos nós, para os muçulmanos, para o Iraque e para os próprios cristãos”, considerou o prelado, a maior autoridade católica romana na Terra Santa.
“Nós esperamos que, mesmo no Iraque, a paz volte e que alguns habitantes possam retornar para seu país, suas casas, suas igrejas e suas cidades”, acrescentou Mons Twal, garantindo aos cristãos do Iraque a solidariedade de seus coreligionários da Terra Santa.
Em sua recente mensagem de paz, o Papa Bento XVI pediu aos dirigentes políticos que “colocassem fim a qualquer ataque contra cristãos”, em particular no Oriente Médio e na Terra Santa, onde eles são minoria.
“O ano que acaba de terminar foi marcado, também, infelizmente, pela perseguição, pela discriminação, por terríveis atos de violência e intolerância religiosa”, disse o papa, mencionando “em particular, a querida terra do Iraque”.
Em relação à Terra Santa propriamente dita, o patriarca latino falou de seu “sofrimento” ante o bloqueio das negociações de paz entre Israel e palestinos, repetindo que “o fracasso não deveria nos deixar cair em desespero”.
As negociações entre Israel e palestinos estão em ponto morto após a fracassada tentativa dos Estados Unidos de obter um novo congelamento da colonização judaica.
“Nós continuamos a acreditar que existem homens de boa vontade nos dois lados do conflito e na comunidade internacional, que investirão todas as suas energias juntos”, continuou o prelado.
Ele ainda encorajou a União Europeia a se envolver mais no processo de paz do Oriente Médio: “O que peço à Europa é que desempenhe um papel mais político no processo de paz do Oriente Médio”.
“A Europa nos ajuda muito financeiramente. Nós pedidos que ela se envolva mais, se possível, se houver espaço, esta é a questão. Até o momento, ela foi excluída do processo”, lamentou o clérigo.
Doutor em direito canônico, Fouad Twal, 70 anos, nasceu na Jordânia em uma tribo cristã beduína. Antigo arcebispo de Túnis, ele foi nomeado Patriarca Latino de Jerusalém em junho de 2008.
Ele vela por cerca de 70 mil católicos romanos em Israel, nos territórios palestinos, na Jordânia e no Chipre.
agr/cw/sd

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