Relatório registra tendência crescente de incidentes contra cristãos na Europa
Hilary White
VIENA, Áustria, 9 de dezembro de 2010 (Notícias Pró-Família) — Um relatório lançado por uma organização de defesa dos direitos humanos com sede em Viena registrou cinco anos de incidentes contra os cristãos em toda a Europa e diz que cada vez mais se reconhece a nível institucional a discriminação e intolerância para com os cristãos.
O relatório teve como foco a conclusão de uma reunião de 2009 da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), a qual disse: “O que emergiu claramente desta reunião é que a intolerância e a discriminação contra os cristãos se manifestam de várias formas em toda a área da OSCE”.
A embaixadora Janez Lenarcic, diretora da Secretaria de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da OSCE, disse: “Os participantes da reunião debateram vários aspectos de intolerância e discriminação contra e entre os cristãos, inclusive ataques violentos contra pessoas, propriedades e locais de culto, bem como restrições ao direito à liberdade de religião ou convicção. Os participantes também frisaram representações inexatas da identidade e valores cristãos nos meios de comunicação e discurso político, levando a entendimentos equivocados e preconceito”.
O relatório elaborado pela organização sem fins lucrativos Observatory on Intolerance and Discrimination against Christians (Observatório sobre a Intolerância e Discriminação contra os Cristãos [OIDC]) é um coleção de publicações e reportagens dos meios de comunicação provenientes de uma ampla variedade de grupos que mostram sistemática e crescente intolerância e discriminação contra os cristãos na vida pública em toda a Europa.
A organização diz que pelo fato de que não há ainda nenhum mecanismo nacional ou europeu de apuração, registro e envio de informações para dar estatísticas claras, é só possível registrar casos individuais e “dar impressões do fenômeno que revelam ao leitor seus aspectos diversos e uma extensão de grande alcance”.
Os cristãos como um todo, diz o relatório, independente da denominação, estão enfrentando “secularismo radical e tendências politicamente corretas que foram longe demais, ambos dos quais limitam liberdades fundamentais”. A organização argumenta que a contínua remoção dos “privilégios históricos” do Cristianismo nas sociedades europeias constitui “uma rompimento pervertido com a história e identidade e é uma expressão de hostilidade”.
O relatório do Observatory comenta outro relatório, lançado em maio deste ano e comissionado pelas Conferências dos Bispos da Comunidade Europeia, que revelou que 100 milhões de cristãos no mundo inteiro estão sendo perseguidos e que 75 por cento de toda a perseguição religiosa estão direcionadas contra os cristãos, em grande parte em países islâmicos ou dominados por islâmicos.
O relatório citou a Conferência de Revisão de Durban das Nações Unidas em 2009 sobre racismo, a qual lançou uma declaração deplorando “o aumento mundial e número de incidentes de intolerância e violência racial ou religiosa, inclusive islamofobia, antissemitismo, cristianofobia e antiarabismo… a estereotipação e estigmatização pejorativa de pessoas com base em sua religião ou convicção…”
Em 2008, o bispo ortodoxo Alfeev Hilarion, representante da Igreja Ortodoxa Russa nas organizações internacionais europeias, disse: “Muitas vezes, ouvimos sobre antissemitismo e islamofobia, e muito pouco se fala de cristianofobia, que está ganhando força em muitos países europeus”.
Um relatório de 2004 elaborado pelo Conselho Social e Econômico da ONU disse: “O Cristianismo está também sob pressões de uma forma de secularismo, principalmente na Europa”, cuja origem são as tensões por causa da invasão de imigrantes muçulmanos em anos recentes. “A tendência de favorecer restrições semelhantes em todas as formas de religião resulta em proibição à expressão visível de qualquer religião”.
O relatório do OIDC conclui que os governos europeus precisam iniciar sistematicamente a apuração, registro e acompanhamento de incidentes de discriminação contra os cristãos e de supressão do Cristianismo na vida pública. A organização pede que os governos e a UE “garantam a liberdade de religião e convicção, liberdade de expressão, liberdade de reunião e o direito à objeção por motivo de consciência”.
Os governos precisam também modificar as existentes legislações antidiscriminação e “condenar a intolerância e a discriminação contra os cristãos e garantir o direito de os cristãos participarem plenamente da vida pública”, diz o relatório.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/news/report-tracks-growing-trend-of-anti-christian-incidents-in-europe
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