Os Concílios (universais) realizados pela Igreja, em número de 21, foram marcos importantíssimos na sua História, tendo em vista principalmente as definições da doutrina católica ao longo do tempo, vencendo os erros e heresias que comprometiam o depositum fidei; a sã doutrina da fé. Esses Concílios, bem como a história dos papas, formam como que a coluna vertebral da História da Igreja e o trabalho do Magistério. Eis porque, de maneira resumida, queremos apresentá-los aqui, a fim de que os fiéis comecem a se familiarizar com esses dados importantes da nossa Igreja. Quanto mais conhecermos a história sagrada da Igreja, mais a amaremos e a serviremos. Como se sabe, um papel particularmente significativo foi desempenhado pelos primeiros quatro Concílios, celebrados entre os anos 325 e 451 em Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia. Para além dos acontecimentos históricos, em que cada um deles se coloca e apesar de algumas dificuldades terminológicas, eles foram momentos de graça, através dos quais o Espírito de Deus concedeu luz abundante sobre os mistérios fundamentais da fé cristã. E como se poderia minimizar a sua importância? Neles estava em questão o fundamento, diria o centro mesmo do Cristianismo. Em Nicéia e Constantinopla, determinou-se com clareza a fé da Igreja no mistério da Trindade, com a afirmação da divindade do Verbo e do Espírito Santo. Em Éfeso e Calcedônia discutiu-se a respeito da identidade divino-humana de Cristo. Diante de quem era tentado a exaltar uma dimensão em desvantagem da outra ou de as dividir em prejuízo da unidade pessoal, foi claramente afirmado que a natureza divina e a natureza humana de Cristo permanecem íntegras e inconfundíveis, indivisas e inseparáveis, na unidade da pessoa divina do Verbo. Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem... Não faltaram certamente, tensões na celebração daquelas assembléias conciliares. Mas o sentido vivo da fé, corroborado pela graça divina, no final prevaleceu também nos momentos mais críticos. Emergiu, então, com toda a evidência a fecundidade daquela autêntica ´sinergia´ eclesial, que o ministério do Sucessor de Pedro é chamado a assegurar, não certamente a mortificar... Caríssimos Irmãos e Irmãs, naquele tempo, como sempre, o caminho da Igreja foi acompanhado pela intercessão materna da Virgem Santa, à qual o Concílio de Éfeso em 431, reconheceu o título de ´Theotòkos´, ´Mãe de Deus´, ressaltando assim que a natureza humana, por ela transmitida a Cristo, pertence Àquele que desde sempre é Filho de Deus´(L’Osservatore Romano n.28 de 13/7/96).
01. Concílio de NICEIA I
Data: 20/05 a 25/07 de 325
Papa: Silvestre I (314´335)
Decisões principais:
01. Concílio de NICEIA I
Data: 20/05 a 25/07 de 325
Papa: Silvestre I (314´335)
Decisões principais:
-A confissão de fé contra Ario: igualdade de natureza do Filho com o Pai. Jesus é Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
- Fixação da data da Páscoa a ser celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera (hemisfério norte).
- Estabelecimento da ordem de dignidade dos Patriarcados: Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém.
02. Concílio de CONSTATINOPLA I
Data: maio a junho de 381
Papa: Dâmaso I (366´384)
Decisões principais:
- A confissão da divindade do Espírito Santo, e a condenação do Macedonismo de Macedônio, patriarca de Constantinopla.
- Fixação da data da Páscoa a ser celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera (hemisfério norte).
- Estabelecimento da ordem de dignidade dos Patriarcados: Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém.
02. Concílio de CONSTATINOPLA I
Data: maio a junho de 381
Papa: Dâmaso I (366´384)
Decisões principais:
- A confissão da divindade do Espírito Santo, e a condenação do Macedonismo de Macedônio, patriarca de Constantinopla.
-Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, que é adorado e glorificado com o Pai e o Filho e que falou pelos profetas.
-Com o Pai e o Filho ele recebe a mesma adoração e a mesma glória (DS 150).
- Condenação de todos os defensores do arianismo (de Ário) sob quaisquer das suas modalidades.
- A sede de Constantinopla ou Bizâncio (´segunda Roma´), recebeu uma preeminência sobre as sedes de Jerusalém, Alexandria e Antioquia.03. Concílio de ÉFESO
Data: 22/06 a 17/07 de 431
Papa: Celestino I (422´432)
Decisões principais:
- Cristo é uma só Pessoa e duas naturezas
- Definição do dogma da maternidade divina de Maria, contra Nestório, patriarca de Constantinopla, que foi deposto.
Maria, é mãe de Deus ´ THEOTOKOS.
-Mãe de Deus não porque o Verbo de Deus tirou dela a sua natureza divina, mas porque é dela que Ele tem o corpo sagrado dotado de uma alma racional , unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne. (DS 251)
- Condenou o pelagianismo, de Pelágio, que negava os efeitos do pecado original.
- Condenou o messalianismo, que apregoava uma total apatia ou uma Moral indiferentista.
04. Concílio de CALDEDÔNIA
Data: 08/10 a 1º/11 de 451
Papa: Leão I, o Grande (440´461)
Decisões principais:
- Afirmação das duas naturezas na única Pessoa de Cristo, contra o monofisismo de Êutiques de Constantinopla.
- Na linha dos santos Padres, ensinamos unanimemente a confessar um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo perfeito em divindade e perfeito em humanidade, o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto de uma alma racional e de um corpo, consubstancial ao Pai segundo a divindade, consubstancial a nós segundo a humanidade, semelhante a nós em tudo com exceção do pecado (Hb4,15); gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a divindade, e nesses últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a humanidade.
- Um só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único que devemos reconhecer em duas naturezas, sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação. A diferença das naturezas não é de modo algum suprimida pela sua união, mas antes as propriedades de cada uma são salvaguardadas e reunidas em uma só pessoa e uma só hipóstase. (DS 301´302).
- Condenação da simonia, dos casamentos mistos e das ordenações absolutas (realizada sem que o novo clérigo tivesse determinada função pastoral).
05. Concílio de CONSTANTINOPLA II
Data: 05/05 a 02/07 de 553
Papa: Virgílio (537´555)
Decisões principais:
- Condenação dos nestorianos Teodoro de Mopsuéstia, Teodoro de Ciro e Ibas de Edessa (Três Capítulos).
-Não há senão uma única hipóstase [ou pessoa], que é Nosso Senhor Jesus Cristo, Um na Trindade... Aquele que foi crucificado na carne, nosso Senhor Jesus Cristo, é verdadeiro Deus, Senhor da glória e Um na Santíssima Trindade. (DS 424)
-Toda a economia divina é obra comum das três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também, não tem senão uma única e mesma operação (DS 421).
-Um Deus e Pai do qual são todas as coisas, um Senhor Jesus Cristo para quem são todas as coisas, um Espírito Santo em quem são todas as coisas (DS 421).
06. Concílio de CONSTANTINOPLA III
Data: 07/11 de 680 a 16/09 de 681
Papa: Ágato (678´681) e Leão II (662´663)
Decisões principais:
- Condenação do monotelitismo, heresia defendida pelo patriarca Sérgio de Constantinopla que ensinava haver só a vontade divina em Cristo.
Este Concílio ensinou que Cristo possui duas vontades e duas operações naturais, divinas e humanas, não opostas, mas cooperantes, de sorte que o Verbo feito carne quis humanamente na obediência a seu Pai tudo o que decidiu divinamente com o Pai e o Espírito Santo para a nossa salvação (DS 556´559). A vontade humana de Cristo ´segue a vontade divina, sem estar em resistência nem em oposição em relação a ela, mas antes sendo subordinada a esta vontade todo´poderosa´ (DS 556; CIC 475).
07. Concílio de NICEIA II
Data: 24/09 a 23/10 de 787
Papa: Adriano I (772´795)
Decisões principais:
- Contra os iconoclastas: há sentido e liceidade na veneração de imagens.
- Para proferir sucintamente a nossa profissão de fé, conservamos todas as tradições da Igreja, escritas ou não escritas, que nos têm sido transmitidas sem alteração. Uma delas é a representação pictórica das imagens, que concorda com a pregação da história evangélica, crendo que, de verdade, e não na aparência, o Verbo de Deus se fez homem, o que é também útil e proveitoso, pois as coisas que se iluminam mutuamente têm sem dúvida um significado recíproco. (DOC 111).
- Nós definimos com todo o rigor e cuidado que, à semelhança da representação da cruz preciosa e vivificante, assim as venerandas e sagradas imagens pintadas quer em mosaico, quer em qualquer outro material adaptado, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus, nas alfaias sagradas, nos paramentos sagrados, nas paredes e mesas, nas casas e nas ruas; sejam elas as imagens do Senhor Deus, dos santos anjos, de todos os santos e justos. (DS, 600´601).
08. Concílio de CONSTANTINOPLA IV
Data: 05/10 de 869 a 28/02 de 870
Papa: Nicolau I (858´867) e Adriano II (867´872)
Decisões principais:
- Extinção do cisma do patriarca de Constantinopla, Fócio, que foi condenado.
- O culto das imagens foi confirmado.
09. Concílio de LATRÃO I
Data: 18/03 a 06/04 de 1123
Papa: Calixto II (1119´1124)
Decisões principais:
- Confirmação da Concordata de Worms, que assegurava à Igreja plena liberdade na escolha e ordenação dos seus bispos.
- Fortalecimento da disciplina eclesiástica.
- Confirmação do celibato sacerdotal.
10. Concílio de LATRÃO II
Data: abril de 1139
Papa: Inocêncio II (1130´1143)
Decisões principais:
- O cisma do antipapa Anacleto II.
- Vetou o exercício da medicina e da advocacia pelo clero.
- Rejeitou a usura e o lucro.
(Continua...)
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