Ora nós vos rogamos, irmãos, pela vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo e pela nossa reunião com Ele, que não vos movais facilmente dos vossos sentimentos nem vos perturbeis por qualquer espírito, ou por certos discursos, ou por qualquer carta como enviada de nós como se o dia do Senhor estivesse perto.
Ninguém de modo algum vos engane, porque (isto não será) sem que antes venha a apostasia e sem que tenha aparecido o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se oporá (a Deus) e se elevará sobre tudo o que se chama Deus ou que é adorado, de sorte que se sentará no templo de Deus, apresentando-se como se fosse Deus. Não vos lembrais que eu vos dizia estas coisas, quando ainda estava convosco? E vós agora sabeis o que é que o retém, a fim de que seja manifestado a seu tempo. Com efeito o mistério da iniqüidade já se opera, somente falta que aquele, que agora o retém, desapareça.
E então se manifestará esse iníquo (a quem o Senhor matará com o sopro de sua boca e destruirá com o esplendor da sua vinda); a vinda dele é por obra de Satanás, como todo o poder, com sinais e prodígios mentirosos e com todas as seduções da iniqüidade para aqueles que se perdem, porque não abraçaram o amor da verdade para serem salvos. Por isso Deus lhes enviará o artifício do erro, de tal modo que creiam na mentira, para que sejam condenados todos os que não deram crédito à verdade mas se comprazeram na iniqüidade.” (II Tess. 2, 11-11).
Aqui São Paulo trata da Segunda Vinda de Cristo e da Aparição do Anticristo, e nos alerta contra os falsos profetas, dizendo para nos manter firmes na teologia tradicional do tema que versa sobre a Parusia.
Fala para não mudarmos de teologia nem mesmo por uma “carta” como “enviada a nós”, tratando sobre o final dos tempos.
Para que uma “carta” seja apresentada, e isto no futuro, como sendo dos Apóstolos, seria preciso que ela fosse descoberta, como foram descobertos os Escritos do Mar Morto, que depois do diligente investigação seja atribuída a um dos Apóstolos.
Mas como aqui quem fala é Paulo, e ele é um Apóstolo, ou seja, faz parte do Corpo Docente da Igreja, isto indica que a “nova teologia” virá dos Eclesiásticos, isto é, da mais Alta Hierarquia da Igreja.
Esta “carta”, como “enviada” dos Apóstolos, seria um “Documento Oficial”, que virá dos Eclesiásticos do tempo da “grande tribulação”, e que ensinará uma “nova doutrina”, que romperá com os “sentimentos” tradicionais, ou antigos da Igreja.
Note-se o seguinte: é notório, e assunto discutido por muitos, de que as declarações do Concílio Vaticano II, sobre o “Ecumenismo” e a “Liberdade Religiosa”, bem como outros textos, teriam doutrina que romperiam formalmente com a tradição multisecular da Igreja.
São Paulo diz que a Segunda Vinda de Cristo não virá antes da “apostasia”, e da “aparição do Anticristo”, que será formalmente contra Deus, e se sentará no templo de Deus.
Sentar-se tem a idéia de Cátedra, e cátedra é o símbolo dos Docentes, ou seja, daqueles que ensinam.
Portanto, “sentar-se” aqui, significa ocupar o “trono” de São Pedro.
Esta profecia tem profunda relação com a de Nossa Senhora da Salette, que veremos mais tarde.
Há algo que retém a aparição do “Anticristo”, e este algo não é uma pessoa ou Eclesiástico do futuro, ou seja, do tempo da “apostasia”, mas algo que está junto com os Apóstolos: “e vós sabeis o que é que o retém”, e ainda: “somente falta que aquele, que agora o retém, desapareça”.
Só Jesus Cristo pode deter o “Anticristo”.
“Aquele” que, “agora”, retém o “Anticristo” é o Santíssimo Sacramento do Altar, a Hóstia Consagrada, Jesus Sacramentado.
Esta profecia tem, portanto, profunda relação com a profecia de Daniel, abordada por Cristo, sobre o “desaparecimento” da “Hóstia” e do “Sacrifício”, ou seja, do Sacramento do Altar e de sua causa: a Missa.
Trata-se de uma guerra contra a “Hóstia” e o “Sacrifício”.
Esta profecia revela o poder da Hóstia e da Santa Missa que impede, sem que nós percebamos, a ação do mal na sociedade. O poder da Hóstia contra o mal é tão grande, mas tão grande, que escapa à nossa capacidade a compreensão deste mistério.
O “Anticristo” atua de modo “secreto” contra a Igreja de Cristo, e o “homem do pecado” se tornará público quando ele conseguir tirar o Santíssimo Sacramento de dentro da Igreja.
A investida contra a Missa é tão clara eu cada vez mais eles procuram desfigurar e deletar este Santo Sacrifício.
Depois do Concílio Vaticano II os “modernista” impuseram uma outra liturgia da missa, à todos os católicos. Essa nova liturgia parece, infelizmente, mais uma paródia do que propriamente liturgia.
Mudaram tudo: a Liturgia da Missa, o Breviário, o Catecismo. Mudaram tudo, mas a Igreja de Cristo continua, e ressuscitará gloriosa, voltará a ser como antes, ou seja, como Deus a instituiu, como Deus a quer!
A Igreja, dita oficial, será a sede do Anticristo (Nossa Senhora da Salette), que expulsará de lá o Santíssimo Sacramento do Altar, pela profanação da Liturgia do Santo Sacrifício, e pela “queda das almas sacerdotais, e das pessoas consagradas a Deus”, mas os fiéis, ou os “escolhidos” dos “últimos tempos”, estarão com Cristo e com a Igreja, seguindo a “verdadeira missa” e recebendo “os verdadeiros sacramentos”, fora dos parâmetros normais, ou nas “catacumbas”, como os cristãos dos primeiros tempos, lutando e resistindo contra a “abominável” crise de Fé, que assolará a Igreja e o mundo, nestes tempos terríveis. Tudo indica que nós já estamos vivendo essa crise.
A vinda do Anticristo será obra de Satanás (Nossa Senhora da Salette diz de quem ele será filho), com todo o “poder”.
"Poder", aqui, significa duas coisas:
1ª) O poder Espiritual, portanto, ele será "sacerdote", “profeta” e "místico";
2ª) O poder Monetário, portanto, ele terá à sua disposição toda a riqueza e economia mundial.
Atenção, só será “enganado”, e “seduzido”, pelo Anticristo, aquele que não amar a "verdade".
“Verdade”, aqui, significa o Evangelho, a teologia tradicional, a Ética e a Moral tradicional.
Aquele que romper com a tradição católica, cairá nas garras do Anticristo!
Deus, para castigar os ímpios seguidores do Anticristo, permitirá que eles acreditem na “mentira” para que sejam condenados “todos os que não deram crédito à verdade mas se comprazeram na iniqüidade".
“Mentira”, aqui significa tudo aquilo que não reconhece o que foi sempre crido, seguido e ensinado pela Igreja.
“Mentira”, dentro da Igreja, é a “nova doutrina”, que se instalou até à sua sumidade, com e por causa do Concílio Vaticano II: é o modernismo nas suas mais variadas formas; e fora da Igreja significa o Protestantismo, a Maçonaria, o Comunismo e o Mundanismo.
“Ora, o Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, que com hipocrisia propagam a mentira e tem cauterizada a sua consciência, que proíbem o matrimônio e o uso dos alimentos, que Deus criou, para que, com ação de graças, participem deles os fiéis e aqueles que conheceram a verdade. Efetivamente, tudo o que Deus criou é bom, e não é para desprezar nada do que se toma com ação de graças, porquanto é santificado pela palavra de Deus". (1 Tim. 4, 1-5).
“Apostasia”, aqui, significa crise de Fé e de Moral no mundo cristão, ou católico, não no mundo pagão.
Significa a paganização de muitos cristãos, Essa crise será nos “últimos tempos”.
Pela profecia de São Nilo, que veremos logo mais, o tempo da "apostasia" é a segunda metade do século XX.
São Paulo fala em “doutrinas de Demônios”, que propagam a "mentira", corrompem a “consciência”, são contra o “matrimônio”, e proíbem o uso dos “alimentos”, que Deus criou.
“Doutrinas de Demônios”, aqui, seriam todas as formas de esoterismo e crenças pagãs, bem como toda a sorte de seitas cristãs e anti-cristãs, e ainda o modernismo e o mundanismo aceito pelos católicos. “Mentira” é a negação da “verdade” por meio do hedonismo. Corromper a “consciência” seria a negação da existência do pecado, bem como a sua propagação. Neste caso a insistência na “liberdade sexual” é uma forma de corromper as consciências. Segundo Anton La Vey, Sumo Sacerdote da Igreja de Satanás nos Estados Unidos, a liberdade sexual “é um requisito da Igreja Satânica” (em entrevista dada a um grupo protestante, USA). Ser “contra o matrimônio”, aqui, significa ser contra a “procriação”. Segundo Santo Irineu, este texto foi dirigido contra os gnósticos que eram a favor de tudo, menos da procriação, porque julgavam que o nascimento era uma coisa ruim, devido o seu “antinomismo” e “antimaterialismo”. Eis aí o porque da luta pelo divórcio, pela liberdade sexual, pelo aborto, etc. A proibição dos “alimentos” lembra muito os “naturalistas” e “ecologistas” de nosso tempo.
São Paulo afirma que essa hecatombe de doutrinas anticristãs tem sua origem nos "Demônios".
A palavra “demônios” não pode ser entendida como um termo pejorativo, ou seja, como significando a reprovação de uma doutrina, mas deve ser entendida no seu sentido real e verdadeiro, ou seja, significando exatamente aquilo que ela exprime.
"Demônios", portanto, significa um coletivo de “espíritos imundos”, que a teologia católica chama de “anjos caídos” ou “demônios”.
Portanto, no final dos tempos os Demônios sairão do Inferno para propagarem o "erro", a "mentira´, e o "pecado" sobre toda a terra.
Sobre essa “invasão dos demônios”, veja-se a mensagem de Nossa Senhora da Salette.
No tempo dessa “invasão" devemos, mais do que nunca, seguir as palavras de São Pedro, que disse: "Sede sóbrios e vigiai, porque o demônio, vosso adversário, anda ao redor, como um leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe, fortes na fé, sabendo que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem as mesmas coisas". (1 Pedr. 5, 8-9).
O Demônio faz de tudo para que não acreditem que ele existe, eis o porque devemos “vigiar”.
“Resistir firmes na fé” significa perseverar na Fé, porque "eles", os “Demônios”, atacarão todos os artigos de fé católica.
Com o terço nas mãos venceremos o Demônio!
“Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino; prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, repreende, suplica, admoesta com toda a paciência e doutrina, porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas multiplicarão para si mestres conforme os seus desejos, (levados) pelo prurido de ouvir. Afastarão os ouvidos da verdade e os aplicarão às fábulas”. (II Tim. 4, 1-4).
Aqui São Paulo escreve para Timóteo, ou seja, um Bispo escreve a outro Bispo, um Sacerdote a outro Sacerdote. Portanto, a profecia é, em primeiro lugar, dirigida ao Corpo Docente da Igreja, ou seja, aos Sacerdotes em geral. Só depois, por a pregação dos Sacerdotes, é que se dirige ao Corpo Discente da Igreja, ou seja, aos fiéis.
É assim que devemos considerar este texto, antes de tudo, para não cairmos no erro dos protestantes que, ao ler texto como este, sairiam por aí "pregando" o "evangelho", a “tempo e fora de tempo”, tirando destas palavras a “autorização” para “ensinar”.
Não é a simples leitura da Bíblia que transforma uma pessoa de pecador em Apóstolo. A leitura da Sagrada Escritura deve nos converter e santificar, e esta é a finalidade da Escritura para os fiéis.
Agora, quem quiser ser Apóstolo, ou Sacerdote, deve entrar num Seminário, estudar e preparar-se, para receber as "Ordens Sagradas", que o habilitam a este ministério, tão grande e tão digno.
O apostolado leigo deve ser de apoio, de oração, de obediência, de propaganda, de fidelidade à Igreja e a seus legítimos representantes. Quem, ao ler estas palavras, sente “vontade” de sair por aí, pregando o evangelho, recebe, de certa forma, não a missão de pregar, mas sim a "vocação" para o Sacerdócio ou para a vida Consagrada; vocação esta que deve ser discernida e aceita por um representante da Igreja.
Para entendermos o estado de espírito com o qual São Paulo escreveu estas palavras, é preciso considerar o seguinte: ele escreveu estas palavras para a salvação das almas, e é a partir deste motivo que devemos tirar o sentido das letras e dos sentimentos que o moveram a escrever o que ele escreveu.
Ele usou a palavra "conjuro-te", que está carregada de sentido e de sentimentos muito intensos.
Para entendermos bem esta palavra é preciso imaginar uma pessoa que a gente muito gosta, em situação extrema de perigo, ou seja, correndo risco de vida, como por exemplo, um acidente em alto mar.
Vocês estão no interior de um Navio, viajando a determinado destino, mas de repente acontece um imprevisto: esta pessoa, que você muito gosta, cai no mar e começa a se afogar. Você está ali, na maior aflição, eu diria no maior pânico, assistindo aquela pessoa que por sinal não sabe nadar muito bem. Você, prontamente, joga, bem perto dela, a bóia salva-vidas, mas ela, para seu desespero, não vê; então você começa a gritar, com todas as suas forças, para ela se agarrar à bóia salva-vidas, mas ela não escuta, se debate muito e poucos minutos depois morre afogada no mar. Você chora ao extremo, porque bastava ela se virar só um pouquinho para o lado, esticar uma das mãos, e pronto, estaria salva.
São Paulo, quando escreveu estas palavras, nos via assim, se afogando no mar da vida, morrendo, talvez, sem Cristo! Ele, com suas palavras, grita para que nos agarremos a Cristo, que é o Salvador dos que caem no mar da vida.
O "conjuro-te" de São Paulo está cheio de “caridade”, de “compaixão”, de “misericórdia”, em suma, de amor por nós e por Deus.
O apelo do “conjuro-te” é tão intenso, mas tão intenso, que ele, para exprimir a aflição, ou até mesmo o pânico, que sofre pelas nossas almas, apela por aquele temor que a visão de Deus causaria em nós, igual aquele que sentiu Moisés ao ver Deus na “sarça ardente”, e por aquele temor que sentiríamos ao ver Cristo na glória, igual ao que sentiu São João Evangelista, que depois de ter visto a Cristo, caiu “como morto” (Ap. 1, 17) diante de seus pés, e por aquele temor que o Juízo Universal e a Parusia causará em nós naqueles dias, a fim de que nos agarremos a Cristo Salvador e não pereçamos no fogo do Inferno.
Toda a intensidade do apelo Paulino está voltada para a pregação incessante do Evangelho: “prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo”, e da insistência na fidelidade à “Sã Doutrina”.
Ele vê, por uma graça do Espírito Santo, os últimos tempos; e vê que, quando estivesse próximo o “grande dia”, a Sã Doutrina” de Cristo e da Igreja seria rejeitada e até mesmo escarnecida!
Trata-se, portanto, da predição de uma horrorosa crise de Fé!
Notem bem o seguinte: São Paulo apela para o Apostolado, para a pregação do Evangelho, “a tempo e fora de tempo”, mas este apelo não é, em primeiro lugar, dirigido aos leigos, mas sim para os Eclesiásticos. Ele apela para os Eclesiásticos pregarem o Evangelho e permanecerem nas “tradições”, porque ele já sabia, por divina revelação, que chegaria um tempo em que os “Docentes”, ou seja, os Sacerdotes. não pregariam mais o Evangelho de Cristo, mas um outro evangelho, bem ao sabor do mundo.
A Igreja de Cristo é essencialmente missionária, e os que apostataram da fé a transformaram em “Ecumênica”!
Foi a partir do Concilio Vaticano II que o Ecumenismo acabou com a atitude missionária da Igreja, literalmente falando, e os fatos estão aí para comprovar.
Quando São Paulo ficou sabendo dessa crise futura de apostolado, ele ficou como que ao extremo angustiado e com todas as forças incentivou e insistiu na pregação incessante do Evangelho, para salvar o maior número possível de almas.
Para entender bem o que é “não suportarão a sã doutrina”, e “afastarão os ouvidos da verdade”, é preciso acompanhar todos os acontecimentos que se sucederam, um após o outro, depois do Concílio Vaticano II.
Do Concilio Vaticano II para cá tudo, ou quase tudo, na Igreja mudou, e as heresias se espalharam por todos os lados. O próprio Papa João Paulo II descreveu a crise pós-conciliar, com as seguintes palavras, e que bem se adaptam à esta questão: “De todos os lados espalharam-se idéias que contradizem a verdade que foi revelada e sempre ensinada, Verdadeiras heresias foram divulgadas nos domínios do dogma e da moral, suscitando dúvidas, confusão, rebelião. A própria liturgia foi violada. Mergulhados num ´relativismo´ intelectual e moral, os cristãos são tentados por um iluminismo vagamente moralista, por um cristianismo sociológico, sem dogma definido e sem moralidade objetiva”(Alocução de S. S. João Paulo II, 06/02/1981).
Estas declarações do Papa João Paulo II, fazem pensar nas palavras do Papa João XXIII aonde afirma que o Concilio Vaticano II é “o sinal dos tempos”, por ocasião de sua abertura.
De acordo com as palavras da profecia de São Nilo, que veremos logo adiante, eu creio que o Concilio Vaticano II é “o sinal dos tempos”. É só a profecia de São Nilo que pode fazer entender melhor o drama do Concilio Vaticano II!
Extraído do livro: Profecias Apocalípticas, do autor Gershonius Silvae
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