Um vigia cego?
Padre David Francisquini
Lembro-me de ter comentado recentemente com meus leitores a doutrina moral da Santa Igreja Católica sobre o uso dos preservativos, seja como meio de contracepção seja como profilático, sobretudo com o advento letal da AIDS.
Para os cientistas, o preservativo não é 100% eficaz para a contracepção e sua falha tem como conseqüência o desenvolvimento de uma nova vida. Como profilático, em se tratando do HIV, qualquer falha representa morte certa. (Cfr. Aids e o preservativo por Mons. Michel Schooyans).
Ademais, quem pratica a luxúria torna-se escravo das paixões desordenadas, perdendo a consciência do bem e do mal; a memória fica atormentada e a inteligência obnubilada; perde a perspicácia e a segurança de julgamento; perde, enfim, o temor de Deus e o respeito para consigo mesmo.
Quanto à castidade, os teólogos tradicionais da Igreja – bem como todos os santos – recomendam a máxima cautela, seriedade e severidade tanto quanto for necessário, nunca fazendo concessão alguma, a fim de não se desviar do caminho de Deus.
Nas páginas dos Evangelhos, Nosso Senhor com toda severidade nos alerta a propósito dos escândalos: “Ai do mundo por causa dos escândalos, mas ai de quem ele vier, melhor atar uma pedra de moinho ao pescoço e ser atirado nas profundezas do mar”.
Prova disso foram os terríveis castigos infligidos pelo dilúvio e as conhecidas punições sobre as cidades de Sodoma e Gomorra, que incorreram na prática infame do vício da impureza. Se alguém quiser analisar com clareza as conseqüências que a depravação dos costumes acarretam, que veja certos doentes de hospitais e hospícios.
Não há como negar a correlação entre os vícios da impureza e o uso das drogas. E todos nós sabemos que as drogas vêm conduzindo a sociedade para a violência e para o seu corolário, o crime. Pelo caminhar da carruagem, não é preciso ser profeta para anunciar a ruína da sociedade moderna.
É bom que nossos governantes saibam que não será com preservativo que se vai sanar o flagelo da AIDS, mas na prática da pureza e da continência. E muito mais que a doença corporal, o mais grave será a perda da alma, como afirma as Escrituras: “Nada de impuro pode entrar no reino dos Céus”.
Jesus Cisto enalteceu a virtude da pureza colocando-a entre as bem-aventuranças: “Bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”. Podemos, pois, concluir que a prática da castidade nos leva a um claro conhecimento de Deus, a uma morte santa e feliz, a uma especial honra e dignidade no Céu.
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Não quero, repito, ser vigia cego ou cão mudo. Se lhes digo isso, é para adverti-los da responsabilidade que alguns podem assumir diante de Deus ao favorecer a corrupção do povo, difundindo ou incentivando o pecado que cedo ou tarde conduzirá à ruína da sociedade.
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