A VERDADE
Crônica poética de Claudiomar Ferreira de Medeiros Filho, do livro "A Conversão do Poeta"
Não nasci conhecendo a verdade.
A ela me foram apresentando.
E eu fui crescendo
em estatura, em maturidade e...
no conhecimento da verdade.
E pelo conhecimento da verdade
vi minha fé aumentando.
Quando nos apresentam algo verdadeiro
nossa consciência nos impele a aceitá-lo,
a acatá-lo, a abraçá-lo como tal.
Deus nos fez capaz de assim agirmos
ao usarmos nossa inteligência e vontade.
Às vezes me apontavam uma coisa
como sendo verdade,
mas, ela não tinha cara de verdade.
Não tinha a potência que a verdade tem.
Muitas vezes demorava,
mas, eu percebia a fraude:
Não era a verdade, era uma mentira.
Sim, uma mentira entre muitas.
As mentiras são muitas,
A verdade é uma só.
Outras vezes,
Eu logo percebia do que se tratava
pois era tamanha a incoerência e a pretensão.
Se me apresentarem um ovo de galinha
e me disserem que é ovo de pata,
de certo que terei alguma dificuldade
em distinguir.
Mas, se me mostram como sendo ovo de galinha
uma bolinha de gude,
conter-me-ei em não rir do interlocutor
por ele desmerecer os dons com que Deus
dotou cada um de nós.
As mentiras que se apresentam como verdade
se desmancham quando a verdade chega.
É como o sol, que espanta as trevas
quando apresenta o esplendor de sua luz.
E as trevas vão para bem longe.
Tão longe que, estando alguém na luz,
não vê as trevas,
estando alguém nas trevas, não vê a luz.
Pode ser também que alguém
se encontre nas sombras.
Não se deve dizer que esteja nas trevas.
Essa pessoa está bem próxima da luz,
mas, por conveniência,
prefere a comodidade.
E já notaram como a sombra se move?
E se move esquivando-se da luz.
Quem está na sombra
e dela não quer sair,
pode não perceber a sombra
aumentando ao seu redor.
É assustador quando alguém
fica inerte vendo a sombra aumentar.
Vai acabar ficando totalmente às escuras.
E nas trevas não se enxerga! Nada!
Nem mesmo se consegue
enxergar o caminho para a luz.
Vai ser preciso sair tateando
e dando com a cara nos muros.
Para estar sempre ao sol
é preciso mover-se.
É preciso não desvencilhar-se
do centro de sua luz.
É preciso estar atento à sua trajetória.
É preciso segui-lo.
Sobre as coisas de Deus
também é assim.
Sua verdade é única.
Sua luz é que nos ilumina.
Por vezes, seguimos uma luz
que pode até ser bastante
para clarear ao nosso redor.
mas, que não é, senão, um opaco reflexo
da luz plena que se vê atingida
por meios que teimam em não refleti-la
com a potência com que ela é irradiada
desde sua fonte.
E quando se muda
apenas a direção do olhar
vê-se a mesma e única luz,
antes mal refletida,
agora, porém, plena de esplendor.
O Esplendor da Verdade.
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