quinta-feira, 19 de maio de 2011

Abuso de menores: não há uma causa única

Arcebispo de Nova York publica resultado de uma pesquisa
NOVA YORK, quarta-feira, 18 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Dom Timothy Dolan, arcebispo de Nova York e presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, divulgou nesta quarta-feira o resultado de uma pesquisa sobre os casos de abusos sexuais por parte de clérigos entre 1950 e 2010.

Trata-se de uma pesquisa – afirma o prelado em comunicado – que foi encarregada ao John Jay College of Criminal Justice, uma agência profissional de pesquisa externa à Igreja.
O estudo Causas e Contexto do Abuso Sexual de Menores por Sacerdotes Católicos, 1950-2010 foi apresentado hoje em Washington. 
O relatório destaca – explicou o arcebispo de Nova York – que a grande maioria dos abusos sexuais cometidos por membros do clero aconteceu entre os anos 60 e 80, e que a incidência dos abusos na Igreja caiu significativamente desde 1985.
“Isso não minimiza o dano às vítimas dos abusos, e mais uma vez peço desculpas a quem tenha sido ferido por um sacerdote ou qualquer pessoa atuando em nome da Igreja, seja quando foi”, afirma o arcebispo.
Além disso, outra conclusão do estudo é que não há uma causa única que tenha conduzido aos abusos. “Nem o celibato, como alguns sugeriam, nem a homossexualidade, com diziam outros, foram apontados como a razão pela qual uma pessoa abusa sexualmente de um menor”.
As causas estariam relacionadas a vulnerabilidades concretas dos sacerdotes, junto com determinados contextos e oportunidades.
As mudanças sociais e culturais nas décadas de 1960 e 1970 manifestaram um aumento dos níveis de comportamento deturpado na sociedade em geral e também entre os sacerdotes da Igreja Católica nos Estados Unidos, afirma a pesquisa. Fatores organizacionais, psicológicos e conjunturais contribuíram para a vulnerabilidade individual dos sacerdotes, nesse período de mudança normativa.
Segundo o estudo, as influências sociais cruzaram-se com as vulnerabilidades individuais de alguns sacerdotes, cuja preparação para o celibato era inadequada naquele tempo.
Combate
Dom Dolan explicou que na arquidiocese de Nova York se deram “muitos passos para combater este mal”, sobretudo “oferecendo ambientes seguros para as crianças”.
74.000 adultos foram preparados para promover ambientes seguros e outros 82.000 estão sendo treinados, junto a 170.000 crianças. 
“Além disso, nosso programa de formação no seminário tem exames rigorosos e um desenvolvimento humano e emocional mais intenso, para preparar melhor os futuros padres.”
Também se estabeleceram códigos de conduta, tanto para sacerdotes como para leigos, para esclarecer qual conduta é apropriada que não é, no trabalho com crianças.
Dom Dolan explicou também o procedimento seguido pela arquidiocese diante de uma denúncia de abuso: o primeiro passo é encorajar a pessoa que denuncia a informar imediatamente à polícia.
“Se a arquidiocese tem razões para crer que houve um abuso, ela entra em contato imediatamente com as autoridades civis”, cooperando com elas no esclarecimento dos fatos.
Se um sacerdote for culpado de um caso de abuso de menores que seja, nunca lhe será permitido voltar a exercer o ministério.
O estudo do John Jay College destaca também a importância da formação humana nos seminários. O fortalecimento da formação humana tem relação direta com o enfraquecimento do nível de abusos sexuais.
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Na internet, em inglês:
Comunicado do arcebispo Dolan: www.zenit.org/article-32604?l=english

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