quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mártir da 2ª Guerra Mundial será beatificado neste domingo

Pe. Georg Häfner , pároco carmelita 

WÜRZBURGO, terça-feira, 10 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Ele se negou a pronunciar-se a favor de Hitler, durante sua prisão no campo de concentração de Dachau, onde foi assassinado em agosto de 1942. O Pe. Georg Häfner será beatificado no próximo domingo, em Würzburgo, em uma cerimônia presidida pelo cardeal Angelo Amato SDB, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, em representação do Papa Bento XVI.
"Não queremos nem condenar um ser humano, nem semear o rancor contra quem quer que seja. Pelo contrário, queremos ser bons com todos", disse o sacerdote antes de ser assassinado.
Georg Häfner nasceu em Würzburgo, em 1900. Era filho de um trabalhador municipal. Ao finalizar a 1ª Guerra Mundial, depois de ter prestado o serviço militar como ajudante durante um ano, começou a estudar teologia e a fazer parte da Associação Católica Estudantil "Unitas".
Depois aderiu à Terceira Ordem do Monte Carmelo, como resposta à vocação que cultivou desde pequeno, pois havia crescido no ambiente dos carmelitas do Mosteiro de Himmelspforten, onde serviu como coroinha.
Foi ordenado sacerdote em 13 de abril de 1924. "Suas atividades pastorais - desde 1934, foi pároco de Oberschwarzach - coincidiram com o período da ditadura nacionalista", afirma um comunicado enviado a ZENIT pelo postulador da sua causa, o advogado Andrea Ambrossi.
"Como bom religioso, sério e convencido, dedicou-se às suas obrigações e deveres - indica o comunicado. Mas foi inevitável que seu zelo pastoral o fizesse entrar em conflito com os nacional-socialistas, ao ponto de que ele, sacerdote tão bom e verdadeiramente disponível com todos, se convertesse em um ‘inimigo' político, em um perseguido."
Em 1938, recebeu um visita do bispo de sua diocese, que ficou muito satisfeito com a catequese que ele realizava e, em um relatório, destacou, entre outros aspectos, a boa formação religiosa das crianças daquele lugar.
"São cerca de 700 os fiéis que recebem a santa comunhão e isso é um motivo de alegria", dizia o relatório.
Radicalidade levada ao martírio
Certamente, era iniciativas que incomodavam o regime nazista. Em 3 de outubro de 1941, ele foi detido cautelarmente e, no dia 31 do mesmo mês, foi preso e depois levado ao campo de concentração de Dachau, onde foi marcado com o número 28.876.
"De toda a sua atitude, evidencia-se que Georg Häfner não teve jamais a intenção de combater frontalmente o regime nacional-socialista - afirma o comunicado -, mas o fato é que a observância completa do seu ministério sacerdotal o levou inevitavelmente a tornar-se vítima das convicções da sua consciência, isto é, da suas obrigações pastorais."
Ele não acusou os que o capturaram, mesmo em circunstâncias de extrema dor; dizia que na vida não podiam existir os inimigos. A única coisa que fazia sentido na vida era "ser amor, revelar amor, doar amor, para que os homens tenham vida e a tenham em abundância", afirma o advogado Ambrossi.
Lá, mostrou também seu abandono total em Deus: "Podemos dizer em voz alta que estamos realmente diante de um mártir da reconciliação, de um sacerdote mergulhado em um profundo amor pela cruz, uma confiável testemunha da fé."
"E, nestas palavras, o núcleo do esplêndido testemunho que o novo beato nos dá hoje, com a sua vida, é o ensinamento da oração de Jesus na cruz: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem'(Lc 23, 33)", conclui seu postulador.
Mais informações (em alemão): www.bistum-wuerzburg.de
(Carmen Elena Villa)

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...