Os assim chamados “pais da igreja” foram escritores católicos antigos, que viveram nos primeiros séculos da era cristã.
1) Inácio (67-110 d.C.), Epístola aos Filadelfenses, capítulo VI.
“Se alguém diz que existe um só Deus, e também confessa Cristo Jesus, mas pensa que o Senhor é um mero homem, e não o unigênito Deus, e a Sabedoria, e a Palavra de Deus, e considera que Ele consiste meramente de uma alma e corpo, este tal é uma serpente, que prega engano e erro para a destruição dos homens. E tal homem é pobre em entendimento, até mesmo por nome ele é um Ebionita.”
2) Irineu (130-200 d.C.), Contra Heresias 1:26:1-2.
“1. Cerinto, novamente, um homem que era formado na sabedoria dos Egípcios, ensinava que o mundo não foi feito pelo Deus primário, mas por um certo Poder longe separado dele, e a uma distância daquele Principado, que é supremo acima do universo, e ignorante dele, que está acima de tudo. Ele representou Jesus como não tendo nascido de uma virgem, mas como sendo o filho de José e Maria, de acordo com o curso ordinário da geração humana, enquanto ele, não obstante, era mais íntegro, prudente, e sábio do que os outros homens. Além disso, depois de seu batismo, Cristo desceu sobre ele na forma de uma pomba, do Regente Supremo, e que então ele proclamou o Pai desconhecido, e fez milagres. Mas ao final Cristo partiu de Jesus, e que então Jesus sofreu e novamente levantou-se, enquanto Cristo permaneceu impassível, uma vez que ele era um ser espiritual.
2. Aqueles que são chamados ebionitas concordam que o mundo foi feito por Deus; mas suas opiniões a respeito do Senhor são semelhantes àquelas de Cerinto e Carpócrates. Eles usam o Evangelho segundo Mateus somente, e repudiam o Apóstolo Paulo, afirmando que ele era um apóstata da lei. Quanto aos escritos proféticos, eles esforçam-se para os expor em uma maneira um pouco singular: eles praticam a circuncisão, perseveram na observância daqueles costumes que são ordenados pela lei, e são tão Judaicos em seu estilo de vida, que eles até adoram Jerusalém como se ela fosse a casa de Deus.”
3) Irineu (130-200 d.C.), Contra Heresias 3:11:7.
“7. Tais, então, são os primeiros princípios do Evangelho: que existe um só Deus, o Criador deste universo; Ele, que também estava anunciado pelos profetas, e que por Moisés apresentou a dispensação da lei,-[princípios] que proclamam o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e ignoram qualquer outro Deus ou Pai exceto Ele. Tão firme é o chão em que estes Evangelhos repousam, que os muito hereges eles mesmos dão testemunho deles, e, a partir destes [documentos], cada um deles esforça-se para estabelecer sua própria doutrina peculiar. Porque os ebionitas, que usam o Evangelho do Mateus somente, são refutados por este mesmo, fazendo suposições falsas em relação ao Senhor. Mas Marcião, mutilando aquele segundo Lucas, é provado ser um blasfemador do único Deus existente, por aquelas [passagens] que ele ainda retém. Aqueles, novamente, que separam Jesus de Cristo, alegando que Cristo permaneceu impassível, mas que foi Jesus que sofreu, preferindo o Evangelho segundo Marcos, se eles o lessem com amor pela verdade, teriam seus erros retificados. Aqueles, além disso, que seguem Valentino, fazendo uso copioso daquele segundo João, para ilustrar suas conjunções, será provado estarem totalmente em erro por meio deste mesmo Evangelho, como eu mostrei no primeiro livro. Então, visto que nossos oponentes dão testemunho para nós, e fazem uso destes [documentos], nossa prova derivada deles é firme e verdadeira.”
4) Irineu (130-200 d.C.), Contra Heresias, 3:21:1.
“Capítulo XXI. - Uma Vindicação da Profecia em Isaías (VII. 14) Contra as Más Interpretações de Teodócio, Áquila, os ebionitas, e os judeus. A autoridade da Versão Septuaginta. Argumentos em Prova de que Cristo Nasceu de uma Virgem.
1. Deus, então, foi feito homem, e o Senhor Ele mesmo nos salvou, dando-nos o sinal da Virgem. Mas não como alguns alegam, entre aqueles que agora presumem expor a Escritura, [deste modo:] "Veja, uma mulher jovem conceberá, e dará à luz um filho" como Teodócio o Efésio traduziu, e Áquila de Ponto, ambos prosélitos judeus. Os ebionitas, seguindo estes, afirmam que Ele foi gerado por José;
5) Irineu (130-200 d.C.), Contra Heresias 4:33:4.
“4. Ele julgará também os ebionitas; [pois] como podem eles ser salvos, a menos que tenha sido Deus quem operou sua salvação na Terra? Ou como o homem passará a Deus, a menos que Deus tenha [primeiro] passado ao homem? E como irá ele (o homem) escapar da geração sujeita à morte, se não por meio de uma nova geração, dada de uma maneira maravilhosa e inesperada (mas como um sinal de salvação) por Deus - [eu quero dizer] aquela regeneração que flui da virgem através da fé? Ou como irão eles receber adoção de Deus se eles permanecerem nesta [espécie de] geração, que é naturalmente possuída pelo homem neste mundo? E como podia Ele (Cristo) ter sido maior que Salomão, ou maior que Jonas, ou ter sido o Senhor de Davi, que era da mesma substância que eles eram? Como, também, poderia ele ter subjugado aquele que era mais forte que os homens, que tinha não somente sujeitado o homem, mas também o retivera debaixo do seu poder, e conquistado aquele que tinha conquistado, enquanto ele libertou a humanidade que tinha sido conquistada, a menos que Ele tenha sido maior que o homem que tinha assim sido derrotado? Mas quem mais é superior a, e mais eminente que, aquele homem que foi formado conforme a semelhança de Deus, exceto o Filho de Deus, conforme cuja imagem o homem foi criado? E por essa razão Ele nestes últimos dias exibiu a similitude; [pois] o Filho de Deus foi feito homem, assumindo a antiga produção [de Suas mãos] em Sua própria natureza, como eu mostrei no livro imediatamente precedente.”
6) Irineu (130-200 d.C.), Contra Heresias 5:1:3.
“3. Vãos também são o ebionitas, que não recebem por fé em sua alma a união de Deus e homem, mas que permanecem no fermento velho do [natural] nascimento, e que não escolhem entender que o Espírito Santo veio sobre Maria, e o poder do Altíssimo a encobriu: portanto também o que foi gerado é uma coisa santa, e o Filho do Altíssimo Deus, o Pai de todos, que efetuou a encarnação deste ser, e anunciou uma nova [espécie de] geração; para que assim como pela anterior geração nós herdamos morte, assim por esta nova geração nós pudéssemos herdar a vida. Portanto, estes homens rejeitam a mistura do vinho celestial, e desejam que ele seja água do mundo somente, não recebendo Deus para ter união com Ele, mas eles permanecem naquele Adão que tinha sido conquistado e fora expelido do Paraíso: não considerando que assim como, no princípio de nossa formação em Adão, aquele sopro de vida que procedeu de Deus, tendo sido unido ao que tinha sido formado, animou o homem, e o manifestou como um ser dotado de razão; assim também, no [tempo do] fim, a Palavra do Pai e o Espírito de Deus, tendo se tornado unidos com a antiga substância da formação de Adão, tornou o homem vivo e perfeito, receptivo do Pai perfeito, para que como no natural [Adão] todos nós estávamos mortos, assim no espiritual nós possamos todos ser feitos vivos. Pois nunca em nenhuma hora Adão escapou das mãos de Deus, para quem o Pai, falando, disse: "façamos homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança". E por essa razão nos tempos últimos, não pela vontade da carne, nem pela vontade do homem, mas pela boa vontade do Pai, Suas mãos formaram um homem vivo, para que Adão pudesse ser criado [novamente] conforme a imagem e semelhança de Deus.”
7) Tertuliano (160-220 d.C.), Apêndice, Contra Todas as Heresias, capítulo III.
“Capítulo III. - Carpócrates, Cerinto, Ebion.
Carpócrates, além disso, introduziu a seita seguinte. Ele afirma que existe uma Virtude, o chefe entre as superiores (regiões): que desta foram produzidos anjos e Virtudes, que, estando muito distantes das Virtudes superiores, criaram este mundo nas regiões mais baixas: que Cristo não nasceu da Virgem Maria, mas foi gerado, um mero ser humano, da semente de José, superior (eles admitem) acima de todos os outros na prática da retidão e em integridade de vida; que Ele sofreu entre os judeus; e que a Sua alma sozinha foi recebida no céu como tendo sido mais firme e forte que todas as outras: donde ele deduziria, retendo somente a salvação das almas, que não existe nenhuma ressurreição do corpo.
Depois dele surgiu o herege Cerinto, ensinando semelhantemente. Pois ele, também, diz que o mundo foi originado por aqueles anjos; e apresenta Cristo como nascido da semente de José, afirmando que Ele era meramente humano, sem divindade; afirmando também que a Lei foi dada por anjos; representando o Deus dos judeus como não o Senhor, mas um anjo.
Seu sucessor foi Ebion, não concordando com Cerinto em todos os pontos; em que ele afirma que o mundo foi feito por Deus, não por anjos; e porque está escrito, "Nenhum discípulo está acima de seu mestre, nem o servo acima de seu senhor", apresenta da mesma forma a lei como obrigatória, claro que com a finalidade de excluir o evangelho e vindicar o judaísmo”.
8) Tertuliano (A.D. 160-220), Sobre a Carne do Senhor, capítulo 14.
“Esta opinião será muito adequada para Ebion, que sustenta que Jesus é um mero homem, e nada mais do que um descendente de Davi, e não é também o Filho de Deus.”
9) Hipólito (falecido em 235 d.C.), A Refutação de Todas as Heresias 7:22.
“Capítulo XXII. - Doutrina dos Ebioneanos.
Os Ebioneanos, porém, reconhecem que o mundo foi feito por Aquele Que é em realidade Deus, mas eles propõem lendas a respeito do Cristo semelhantemente a Cerinto e Carpócrates. Eles vivem em conformidade com os costumes dos judeus, alegando que eles são justificados de acordo com a lei, e dizendo que Jesus foi justificado por cumprir a lei. E então foi (de acordo com o Ebioneanos) que (o Salvador) foi chamado (o) Cristo de Deus e Jesus, porque nenhum do resto (da humanidade) tinha observado completamente a lei. Pois se mesmo qualquer outro tivesse cumprido os mandamentos (contidos) na lei, ele teria sido aquele Cristo. E os (Ebioneanos alegam) que eles mesmos também, quando em semelhante maneira eles cumprirem (a lei), podem se tornar Cristos; pois eles afirmam que nosso Senhor Ele mesmo era um homem em semelhante sentido com todo (o resto da família humana).”
10) Hipólito (falecido em 235 d.C.), A Refutação de Todas as Heresias 10:18.
“Capítulo XVIII. O Ebioneanos.
Mas os Ebioneanos afirmam que o mundo é feito pelo verdadeiro Deus, e eles falam de Cristo de uma maneira semelhante com Cerinto. Porém, eles vivem sob todos os aspectos de acordo com a lei de Moisés, alegando que eles são assim justificados."
11) Orígenes (185-254 d.C.), Filocalia, 1:24.
“24. Se nós ficamos impressionados pelo que foi dito sobre Israel e as tribos e as centenas, quando o Salvador nos diz que Ele não foi enviado a não ser às ovelhas perdidas da casa de Israel, nós não tomamos as palavras no mesmo sentido que os ebionitas com sua pobreza de entendimento (sua pobreza de intelecto lhes dá o seu nome, pois "Ebion" é a palavra hebraica para "pobre"), e supõem que Cristo veio principalmente para Israel segundo a carne; pois "não são os filhos da carne que são filhos de Deus". Novamente, o Apóstolo dá semelhante ensino a respeito de Jerusalém quando ele nos diz que "a Jerusalém que está em cima é livre, a qual é nossa mãe". E em outra epístola ele diz, "Mas vós chegastes ao Monte Sião, e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, e às inumeráveis hostes de anjos, à assembléia geral e igreja dos primogênitos que são arrolados no céu". Se, então, Israel é uma raça de almas, e existe uma cidade, Jerusalém no céu, segue-se que as cidades de Israel, e, conseqüentemente, toda a Judéia, têm por sua metrópole a Jerusalém celeste. Conseqüentemente, tudo o que está predito ou dito a respeito de Jerusalém, se nós escutarmos a Deus como Deus, e O ouvirmos falando das profundidades da Sua sabedoria, nós devemos entender que as Escrituras se referem à cidade celeste, e o país inteiro contendo as cidades da terra santa. Pode ser que estas sejam as cidades para que o Salvador nos prepara o caminho quando Ele dá o comando de dez ou cinco cidades para aqueles que satisfatoriamente lidaram com as libras.”
12) Orígenes (185-254 d.C.), Comentário sobre Mateus 11:12.
“E Ele chamou a Si a multidão e disse-lhes, Ouvi e entendei", etc. Nós somos claramente ensinados nestas palavras pelo Salvador que, quando nós lemos em Levítico e Deuteronômio os preceitos sobre carne limpa e suja, pela transgressão dos quais nós somos acusados pelos judeus materiais e pelos ebionitas, que diferem pouco deles, nós não devemos pensar que o escopo das Escrituras se acha em qualquer entendimento superficial delas”.
13) Orígenes (185-254 d.C.), Contra Celso 2:1.
“Aqui ele não observou que os judeus convertidos não abandonaram a lei dos seus pais, já que eles vivem de acordo com suas prescrições, recebendo o seu próprio nome da pobreza da lei, de acordo com a acepção literal da palavra; porque ebion significa "pobre" entre os judeus, e esses judeus que receberam Jesus como Cristo são chamados pelo nome de ebionitas.”
14) Orígenes (185-254 d.C.), Contra Celso 5:61.
“Seja admitido, além disso, que existem alguns que aceitam Jesus, e que se orgulham por conta de serem cristãos, e mesmo assim regulam suas vidas, como a multidão judia, de acordo com a lei judaica - e estes são a seita dos ebionitas, que tem duas partes, que ou reconhecem conosco que Jesus nasceu de uma virgem, ou negam isto, e mantém que Ele foi gerado como os outros seres humanos - o que isto aproveita com o objetivo de acusação contra aqueles como pertencendo à Igreja, e a quem Celso chamou aqueles da multidão?”
15) Orígenes (185-254 d.C.), Contra Celso 5:65.
“Pois existem certas seitas heréticas que não recebem as Epístolas do Apóstolo Paulo, como as duas seitas dos ebionitas, e aqueles que são chamados Encratitas. Aqueles, então, que não consideram o apóstolo como um homem santo e sábio, não adotarão sua linguagem e não dirão: "O mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo".
16) Eusébio de Cesaréia (264-340 d.C.), História Eclesiástica 3:27.
“Capítulo XXVII. A Heresia dos Ebionitas.
1 O mau demônio, porém, sendo incapaz de rasgar certos outros da sua lealdade ao Cristo de Deus, ainda os achou suscetíveis em uma direção diferente, e assim os levou para os seus próprios propósitos. Os antigos muito propriamente chamaram estes homens ebionitas, porque eles mantinham opiniões pobres e medíocres a respeito de Cristo.
2 Pois eles o consideravam um simples e comum homem, que foi justificado somente por causa de sua superior virtude, e que era o fruto do intercurso de um homem com Maria. Em sua opinião a observância da lei cerimonial era completamente necessária, pelo motivo de que eles não podiam ser salvos pela fé em Cristo somente e por uma vida correspondente.
3 Havia outros, porém, além deles, que eram do mesmo nome, mas evitavam as estranhas e absurdas crenças dos anteriores, e não negavam que o Senhor nasceu de um virgem e do Espírito Santo. Mas não obstante, tendo em vista que eles também se recusavam a reconhecer que ele pré-existiu, sendo Deus, Palavra, e Sabedoria, eles se desviavam para a impiedade dos anteriores, especialmente quando eles, como eles, esforçavam-se para observar estritamente o culto corporal da lei.
4 Estes homens, além disso, pensavam que era necessário rejeitar todas as epístolas do apóstolo, que eles chamavam um apóstata da lei; e eles usavam somente o assim chamado Evangelho segundo os Hebreus e tinham em pequena conta o resto.
5 O Sábado e o resto da disciplina dos judeus eles observavam exatamente como eles, mas ao mesmo tempo, como nós, eles celebravam os dias do Senhor como um memorial da ressurreição do Salvador.
6 Portanto, em conseqüência de tal curso eles receberam o nome de ebionitas, que significava a pobreza do seu entendimento. Pois este é o nome pelo qual um homem pobre é chamado entre os hebreus.“
17) Eusébio de Cesaréia (264-340 d.C.), História Eclesiástica 6:17.
“CAPÍTULO XVII – O Tradutor Símaco.
Sobre estes tradutores, deve ser declarado que Símaco era um ebionita. Mas a heresia dos Ebionitas, como é chamada, afirma que Cristo era o filho de José e Maria, considerando-o um mero homem, e insiste fortemente em guardar a lei de uma maneira judaica, como nós já vimos nesta história. Comentários de Símaco ainda são existentes, nos quais ele parece apoiar esta heresia, atacando o Evangelho de Mateus. Orígenes declara que obteve estes e outros comentários de Símaco sobre as Escrituras de uma certa Juliana, que, ele diz, recebeu os livros por herança do próprio Símaco.”
18) Jerônimo (340-420 d.C.), Carta para Agostinho 4:13.
“13. O assunto em debate, portanto, ou eu devia preferivelmente dizer tua opinião a respeito disto, resume-se nisto: que desde a pregação do evangelho de Cristo, os judeus que crêem fazem bem em observar os preceitos da lei, isto é, em oferecer sacrifícios como Paulo fez, em circuncidar seus filhos, como Paulo fez no caso de Timóteo, e guardar o Sábado Judaico, como todos os judeus têm sido acostumados a fazer. Se isto for verdade, nós caímos na heresia de Cerinto e Ebion, que, embora crendo em Cristo, foram anatematizados pelos pais por este único erro, que eles misturavam as cerimônias da lei com o evangelho de Cristo, e professavam sua fé naquilo que era novo, sem deixar ir o que era velho. Por que eu falo dos ebionitas, que têm pretensões ao nome de Cristão? Em nossos próprios dias existe lá uma seita entre os judeus em todas as sinagogas do Leste, que é chamada a seita do Minei, e é até agora condenada pelo Fariseus. Os aderentes a esta seita são comumente conhecidos como Nazarenos; eles crêem em Cristo o Filho de Deus, nascido da Virgem Maria; e eles dizem que Ele que sofreu sob Pôncio Pilatos e ressuscitou, é o mesmo que aquele em quem nós cremos. Mas enquanto eles desejam ser ambas as coisas, judeus e cristãos, eles não são nem uma coisa nem outra. E portanto suplico a ti, que pensas que foste chamado para curar meu ferimento leve, que é não mais, por assim dizer, que uma picada ou arranhão de uma agulha, que dediques tua habilidade na arte de curar para este doloroso ferimento, que foi aberto por uma lança impelida repetidamente com o ímpeto de um dardo. Pois certamente não há proporção entre a culpabilidade daquele que exibe as várias opiniões sustentadas pelos pais em um comentário sobre a Escritura, e a culpa daquele que reintroduz dentro da Igreja a mais pestilenta heresia. Se, todavia, não existe para nós alternativa a não ser receber os judeus na Igreja, junto com os usos prescritos por sua lei; se, em resumo, for declarado legal para eles continuar nas Igrejas de Cristo o que eles têm sido acostumados a praticar nas sinagogas de Satanás, eu direi a você minha opinião sobre o assunto: eles não se tornarão cristãos, mas eles nos farão judeus”.
19) Jerônimo (340-420 d.C.), Carta para Agostinho, 4:16.
“16. Nós aprendemos de ti que Paulo abandonou as coisas más peculiares aos judeus; vamos agora aprender do teu ensinamento que coisas boas que eram judaicas ele reteve. Tu responderás: “As observâncias cerimoniais em que eles continuaram a seguir a prática de seus pais, na maneira em que elas eram cumpridas pelo próprio Paulo, sem acreditar que elas sejam de algum modo necessárias para a salvação”. Eu não entendo completamente o que tu queres dizer pelas palavras, “sem acreditar que elas sejam de algum modo necessárias para a salvação”. Pois se eles não contribuem para a salvação, por que eles são observados? E se eles devem ser observados, eles certamente contribuem para a salvação; especialmente vendo que, por os observarem, alguns foram feitos mártires: pois eles não seriam observados a menos que eles contribuam para a salvação. Pois eles não são coisas indiferentes — nem boas nem ruins, como os filósofos dizem. O autocontrole é bom, a autoindulgência é ruim: entre estes, e indiferentes, como não tendo nenhuma qualidade moral, estão tais coisas como caminhar, assoar o nariz, cuspir catarro, etc. Tal ação é não é nem boa nem ruim; pois se tu fazes isto ou não fazes isto, isto não afeta a tua condição de justo ou injusto. Mas a observância de cerimônias legais não é uma coisa indiferente; é ou bom ou ruim. Tu dizes que é bom. Eu afirmo que é ruim, e ruim não só quando feito por Gentios convertidos, mas também quando feito por judeus que creram. Nesta passagem tu cais, se eu não estou errado, em um erro enquanto evita outro. Pois enquanto tu te guardas contra as blasfêmias de Porfírio, tu ficas emaranhado nas armadilhas de Ebion, declarando que a lei é obrigatória para aqueles que creram dentre os judeus. Percebendo, novamente, que o que tu disseste é uma doutrina perigosa, tu tentas qualificar isto por palavras que são somente supérfluas, a saber: “A lei deve ser observada não por alguma crença, como a que leva os judeus a guardá-la, de que isto é necessário para a salvação, e não em alguma dissimulação enganadora como Paulo reprovou em Pedro”.
20) Agostinho (354-430 d.C.), Carta para Jerônimo, 3:16.
“16. Devo eu também resumir “o assunto em debate, ou preferivelmente tua opinião a respeito disto” (para citar tua própria expressão)? Parece-me ser isto: que depois que o evangelho de Cristo foi publicado, os judeus que crêem que agem corretamente se eles oferecerem sacrifícios como Paulo fez, se eles circuncidarem seus filhos como Paulo circuncidou Timóteo, e se eles observarem o “sétimo dia da semana, como os judeus sempre fizeram, sob a condição apenas de que eles façam tudo isso como dissimuladores e enganadores.” Se esta é a tua doutrina, nós estamos agora precipitados, não na heresia de Ebion, ou daqueles que são comumente chamados Nazarenos, ou qualquer outra heresia conhecida, mas em um novo erro, que é ainda mais pernicioso porque se origina não em engano, mas em deliberado e planejado esforço para enganar.”
Através destas passagens dos livros dos pais da igreja, nós sabemos quais eram as crenças dos ebionitas, e assim nós podemos ver que os ebionitas eram os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo (Yeshua haMashiach), e que é necessário obedecer a todos os mandamentos da Lei de Deus, e que a verdadeira Bíblia é a Bíblia dos ebionitas, que é composta somente pelo Antigo Testamento (Tanach) e pelo texto autêntico do Evangelho segundo Mateus, o qual foi escrito em hebraico, e não contém tudo que está no Evangelho segundo Mateus em grego que é usado pelos católicos e pelos protestantes, ou evangélicos.
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