paraclitus
“Não penses que as heresias são produto de mentes tapadas. É necessário uma mente brilhante para conceber e gerar uma heresia. Quanto maior o brilho da mente,maiores suas aberrações.” Santo Agostinho
O mencionado artigo foi desenvolvido buscando defender a Doutrina da Santíssima Trindade que é contestada em um panfleto das Testemunhas de Jeová intitulado: “Em que crêem as testemunhas de Jeová?”
Lendo calmamente o panfleto, atentei para a seguinte citação que explicava o seu posicionamento acerca da Santíssima Trindade que diz: “Nós as Testemunhas de Jeová não cremos que Jesus seja igual ao Pai como ensina a doutrina da Trindade em vez disso, cremos que ele foi criado por Deus e que lhe esta subordinado.” Isso não é uma novidade com também não deixa de ser uma heresia !
Jesus não é Deus? Será Jesus criado como afirma as Testemunhas de Jeová?
Na verdade essa questão não é algo novo na história da Igreja, tal heresia ficou mais conhecida como Arianismo ou Subordinacionismo ariano. A questão da divindade do filho ocupará quase todo o século IV. Foi levantada inicialmente por Ário nos anos 318-320 d.C e provoca a reunião do primeiro concílio ecumênico em Nicéia em 325.
Tal formula de fé foi estabelecida:
Cremos em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, Unigênito nascido do Pai, isto é, da substância do Pai; Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, da mesma substância que o Pai. Por ele foram feitas todas as coisas, as do céu e as da terra.
As Testemunhas de Jeová afirma que Jesus reconheceu ser inferior ao Pai, com base na passagem que diz: “O Pai é maior do que eu.” Jo 14,28;. Tal afirmação pode ser contestada, pois o Evangelho de São João reconhece a unidade entre Jesus e o Pai em outras passagens, como: “Eu e o Pai somos um(=uma só divindade)” Jo 10,30; “O Pai esta em mim, e eu estou no Pai” Jo 10,38;
Contestando cada vez mais o erro propagado pelas Testemunhas de Jeová, percebemos nas escrituras Jesus aceitando ser adorado, sabemos que adoração é devida unica e exclusivamente a Deus. Vejamos(Jo 9.38; Mt 2.11; 8.2; 9.18; 14,33; 15.25; 28.9,17; Lc 24.52;)
O que percebi foi uma leitura mal fundamentada aplicada em cima da passagem de Jo 14,28 para favorecer a uma interpretação herética, podendo levar muitas pessoas ao erro, por falta de descuidada investigação a todo o conjunto das escrituras sagradas.
A carta de São Pedro já alertava quanto a este tipo de desvios doutrinários: “Haverá entre vós falsos mestres, os quais trarão heresias perniciosas, negando o Senhor que o resgatou e trazendo sobre si repentina destruição.” 2 Pd 2,1;
Para sustentarmos a doutrina da Santíssima Trindade mostrando que Jesus não foi criado, como atesta as testemunhas de Jeová, tomemos como base os escritos de São João.
No princípio era o Verbo e Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Jo 1,1;
São João ao escrever “No princípio era o Verbo” enlaça seu evangelho com o relato da criação do mundo descrita pelo Gênesis: “No princípio, Deus criou o céu e a terra.” São João quer indicar que precedendo a própria criação, existia o Verbo divino e este se deu a conhecer, pois assim diz: “E o Verbo se fez carne e habitou no meio de nos.” Jo 1,14;
A passagem de Jo 1,14 faz clara referência a encarnação, ocorrida no tempo, tendo a Virgem como mãe. Porém antes de fazer referência a encarnação do Verbo, no prólogo João evita cuidadosamente o uso do verbo ”fazer/criar” (poieô) no grego, pois um ser divino não pode ser criado, para isso se utiliza da metáfora “nascer/gerar” Jo 1,13.18; Percebemos aí um grande erro difundido pelas Testemunhas de Jeová em afirmar que Jesus foi criado, contrariando o próprio texto bíblico.
Assumindo que o Verbo divino não foi criado então o ensinamento das Testemunhas de Jeová não tem credibilidade. Ora, o verbo divino não foi criado, pois assim diz a palavra: “…e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, ele estava com Deus”, e acrescenta: “Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito.” Jo 1,3;
Logo, o ensinamento das Testemunhas de Jeová não tem fundamento algum, pois não poderia ser criado aquele por meio do qual tudo foi feito.
“Digo-vos isto agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer creias que EU SOU” Jo 13,19
Podemos notar nos escritos de São João a expressão “EU SOU” que nos faz uma notável alusão de como Deus se revelou no Antigo Testamento: “Moisés disse a Deus: – Quando eu for aos israelitas e disser: O Deus de vossos pais me enviou até vós; e me perguntarem: -Qual o seu nome? Que direi? – Disse Deus a Moisés: “EU SOU” aquele que é” Ex 3,13-14.
EU SOU designa algo eterno que nunca foi criado, imutável. Em muitas das passagens notamos que Jesus declara “EU SOU” indicando assim sua condição divina, eterna e imutável fazendo referência ao Antigo Testamento.
Vejamos as passagens bíblicas:
“Disse-vos que morrereis em vossos pecados, porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis em vossos pecados.” Jo 8,24
“Quando tiveres elevado o Filho do Homem, então sabereis que EU SOU” Jo 8,28
“Em verdade vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU” Jo 8,58
A transcendência do homem Jesus se revela claramente no Evangelho de São João contrariando mais uma vez o ensino das Testemunhas de Jeová.
Trataremos agora a questão da inferioridade do Filho em relação ao Pai. A fim de esclarecer tal afirmação, tomarei como base o que diz São Paulo em carta aos Filipenses:
“Ele tinha condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens.Por seu aspecto, ele era reconhecido como homem. Ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. Por isto, Deus o exaltou soberanamente e lhe deu o Nome que está acima de todo nome, a fim de que, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre nos céus, sobre a terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o senhor para a glória de Deus Pai.” Fl. 2,6-11;
São Paulo faz referência a um hino litúrgico antigo em Fl 2,6-11; o que significa que ele não é o inventor dessa doutrina, mas a reproduz nos dando a entender que já era crença comum dos primeiros cristãos enxergarem Jesus como o próprio Deus que preexistia ou existia antes de se manifestar aos homens. Interessante, as Testemunhas de Jeová sendo fundada em 1872 por Charles Taze Russell se acha no direito de distorcer uma doutrina apregoada a mais de 2.000 anos.
Nas palavras de São Paulo notamos clara alusão que o Filho possui a mesma condição divina do Pai, não sendo inferior a Ele enquanto Deus, pois assim diz: “Ele tinha condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus..”
A inferioridade do Filho em relação ao Pai, não é em relação a sua condição divina e sim em sua forma humana que se revestiu, sendo obediente ao Pai, pois “Esvaziou-se de si mesmo, e assumiu a condição de servo, tornando-se obediente até a morte de cruz.” Fl 2,8;
Pode-se notar que a Doutrina Católica permanece fiel a Bíblia e tradição Apostólica não levando as pessoas ao erro, afastando das verdades que Jesus Conferiu a sua Igreja.
Um comentário:
Acesse estes links:
http://www.jw.org/pt/ensinos-biblicos/perguntas/trindade/
http://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/wp20091101/mito-deus-e-uma-trindade/
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