sábado, 14 de maio de 2011

Sinais do Céu : O entendimento cristão ortodoxo sobre os OVNIS - Parte 1

cetroreal.blogspot


  O Cetro Real vem trazendo em suas mais recentes postagens, alguns textos enfocando tópicos da crise espiritual do mundo ocidental, sob a ótica da Santa Ortodoxia :Espiritismo (reencarnação, sincretismo), projeção astral e a Nova Era(ocultismo), mantras (cultura hindu-budista)...Todos de alguma forma amalgamados dentro da grande problemática do ocaso da civilização cristã.

Hoje, damos inicio a apresentação de uma exposição catequética advinda do Abençoado hieromonge Serafim (Rose) de Platina *(de Memória Eterna), a respeito do polemico e cada vez mais popular tema dos ditos “Objetos Voadores Não Identificados”, os OVNIS, sob a Luz da Santa Ortodoxia.
Atualmente em nosso país, podemos acompanhar a mais intensa campanha de introdução nas mentalidades, a aceitação de elementos estranhos ao nexo cristão (a onda de novelas e filmes espíritas).
Contudo, este processo de  construção de uma “nova espiritualidade” aparteada da Encarnação, da Cruz, da Ressurreição e da Parousia é global e muito anterior ao atual (e forte) lobby espírita no Brasil (todos ainda tem em mente o sucesso mundial de "O Sexto Sentido" e mais recentemente o fenômeno "Avatar")
A nova religião dos Discos Voadores há muito vem sendo difundida, nas décadas mais recuadas de forma subliminar, hoje de forma mesmo ostensiva, com todas as características de um culto institucionalizado.
Que a serie que iniciamos a divulgar a partir deste artigo, ajude a todos os cristãos a discernir com verdadeira sabedoria, o que pensar a respeito deste tema, enfocado em sua mais concreta gravidade, sob a ótica de um monge cristão.

* O hieromonge Serafim Rose, (no mundo Eugenio Dennis Rose ) era um homem ocidental  (Norte Americano) Hieromonge da Igreja Ortodoxa Russa fora da Rússia  , foi um dos fundadores do Mosteiro Ortodoxo em nome de São Herman, em Platina, Califórina.
 Ele também traduziu muitos textos ortodoxos, alem de produzir trabalhos próprios, alguns deles muito polêmicos. Seus escritos são considerados como um dos mais proeminentes esforços de propagação a ortodoxia em todo o Ocidente, e mesmo na Rússia sua popularidade é considerável. Nos tempos do regime comunista, seus textos eram clandestinamente reproduzidos e distribuídos para os crentes.
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                                              O espírito da Ficção Científica

Nas décadas posteriores a Segunda Grande Guerra, assistimos ao aumento espantoso da influencia das seitas religiosas orientais na vida das sociedades do Ocidente.
Conciliado com esta realidade, deu-se inicio a propagação de um outro fenômeno, que embora à primeira vista, parece totalmente alheio à religião, analisado de forma mais aprofundada se revela justamente como um dos sinais da “pós-cristandade” vigente e da consolidação da “nova consciência religiosa”, em conjunto com a multiplicidade de cultos orientais.
Este é o caso específico do dito fenômeno dos tais “objetos voadores não identificados”, que supostamente são avistados em quase todas as partes do mundo, ao menos desde o ano de 1947.
A credulidade e superstição não são menos vigorosas hoje do que em qualquer outra época da historia humana, e é lógico que boa parte dos ditos avistamentos e todo culto relacionado ao tema tem boas cotas percentuais na conta dos “malucos” da atualidade, mas este assunto também tem sido objeto do interesse sério e responsável por parte de várias agencias governamentais e de alguns cientistas respeitáveis.
Estas investigações não chegaram a nenhum resultado positivo no que diz respeito à identificação da realidade física desses objetos.
No entanto, as mais novas hipóteses feitas por vários investigadores científicos para explicar os fenômenos realmente parecem aproximar-se de uma explicação mais satisfatória do que as outras teorias que foram propostas no passado, mas ao mesmo tempo, estas novas hipóteses trazem a tona uma nova perspectiva, no que diz respeito aos limites da realidade psíquica e espiritual, perspectiva que estes investigadores não estão equipados para lidar.
A riqueza do conhecimento bíblico e patrístico, precisamente este último, colocam o observador cristão ortodoxo em uma posição singularmente vantajosa do que diz respeito à avaliação dessas novas hipóteses ou mesmo sobre o dito fenômeno OVNI em geral.
Os observadores cristãos ortodoxos estão mais interessados na mentalidade a qual estes relatos estão associados do que nos fenômenos em si: Como as pessoas comumente interpretam os OVNIS e por quê?
Entre os primeiros a abordar a questão OVNI desta forma, em um estudo sério, está o renomado psicólogo suíço CG Jung. Em seu livro de 1959, Discos Voadores: Um Mito Moderno das Coisas Vistas nos Céus, ele aproximou-se do fenômeno como algo essencialmente psicológico e também religioso em certo sentido, embora ele próprio não o tenha identificado como uma realidade objetiva.
Os pesquisadores de hoje, que tratam de analisar a realidade "objetiva" e não o lado psicológico da questão, também acham necessário considerar algumas hipóteses psíquicas para melhor explicar esses fenômenos.
Ao abordar o lado religioso e psicológico do fenômeno OVNI, é importante para nós, em primeiro lugar, compreender a fundo em quais termos os "discos voadores" têm sido geralmente interpretados (por aqueles que acreditam em sua existência) a partir ao menos da data de sua primeira aparição mais conhecida, nos anos 1940. O que os homens estavam buscando ver no céu?
A resposta a esta pergunta pode ser encontrada em um breve olhar sobre a literatura de ficção científica popular de então.
Os historiadores de ficção científica em geral traçam as origens desta forma literária por volta do início do século XIX. Alguns identificam o marco nos contos de Edgar Allan Poe, que combinava com um grande estilo, um convincente realismo em temas sempre tingidos pelas cores do mistério e do oculto.
Outros vêem este inicio em contemporâneos de Poe, como Mary Shelley em seu Frankenstein ou o Moderno Prometeu, na combinação da ciência fantástica com o ocultismo, a forma mais característica da maioria das histórias de ficção científica desde os primórdios.
No entanto, A história da clássica ficção científica estava para vir com o final do século XIX e início do século XX, através de escritores como Julio Verne e HG Wells , mais recentemente em nossos dias.
 Passada as fases das publicações periódicas denominadas "pulps" (nos anos 1930 e '40 ') a ficção científica adentrou na sua fase de consagração como forma literária respeitável de forma universal.
Além disso, uma série de filmes extremamente populares têm mostrado o quanto o espírito de ficção científica cativa à imaginação popular.
 Os mais pobres sensacionalistas filmes de ficção científica dos anos 1950 deram lugar a uma "moda" de filmes grandiosos e ricos, como 2001: Uma Odisséia no Espaço, Star Wars e Contatos Imediatos do Terceiro Grau, ainda para não mencionar um dos o mais populares e de longa duração séries da história da TV americana, "Star Trek"
O espírito da ficção científica é derivado de uma filosofia ou ideologia, mais frequentemente implícito do que expressa em tantas palavras, que é compartilhada por praticamente todos aqueles que criam em formas de ficção científica. Esta filosofia pode ser resumida nos seguintes pontos principais:
Religião, no sentido tradicional, está ausente, ou presente de uma maneira muito incidental ou artificial. A forma literária em si é, obviamente, um produto da era pós-cristã (já evidente nos contos de Poe e Shelley). O universo da ficção científica é totalmente secular, embora muitas vezes dotado de uma roupagem "mística" do ocultismo ou de tipo oriental.
Nisso, Deus, quando mencionado, é um poder vago e impessoal, não sendo uma questão pessoal (por exemplo, a "força" de Star Wars, é uma energia cósmica que tem em si o mal, assim como o lado bom).
O fascínio crescente do homem contemporâneo com temas de ficção científica é um reflexo direto da perda dos valores religiosos tradicionais.
O centro do universo de ficção científica (ocupando a ausência de Deus ) é o homem – em geral não o homem como ele é agora, mas o homem como ele vai "tornar-se" no futuro, de acordo com a mitologia moderna da evolução.
Embora os heróis das histórias de ficção científica costumam ser humano comuns, o interesse central das histórias, muitas vezes está em seus encontros com tipos variados de "super-homens" ,ou os "altamente evoluídos" vindos do futuro (ou às vezes, do passado), ou de galáxias distantes .
A idéia da possibilidade de" vida inteligente "altamente evoluída em outros planetas tornou-se uma parte muito importante da mentalidade contemporânea, e mesmo respeitáveis científicas (e semi-científicas) especulações tendem a assumi-la como uma coisa natural.
Assim, uma popular série de livros (Erich von Daniken, Eram os Deuses Astronautas?, Deuses vindos do espaço) encontra supostas evidências da presença de seres "extraterrestres" como sendo os "deuses" da história antiga, e que estes seriam supostamente responsáveis pelo aparecimento súbito da inteligência no homem, como uma forma de se explicar alguns fatos mais complicados de serem desenvolvidos, como base nas teorias evolucionistas mais comuns.
Cientistas sérios na União Soviética chegaram a especular que a destruição de Sodoma e Gomorra se deu em razão de uma explosão nuclear provocada por seres "extraterrestres" que visitaram a Terra há séculos atrás, e que Nosso Senhor Jesus Cristo pode ter sido um cosmonauta, "e que hoje podemos estar no limiar de uma "segunda vinda" de seres inteligentes do espaço.
Os Igualmente sérios cientistas no Ocidente provavelmente também crêem na hipótese de existência de "inteligências extraterrestres", pois há pelo menos 18 anos eles vêm tentando estabelecer contato com Ets através de telescópios de rádio, e atualmente existem pelo menos seis pesquisas realizadas por astrônomos de todo o mundo para obtenção de sinais de rádio advindos de formas inteligentes de vida no espaço.
Teólogos protestantes e católicos romanos contemporâneos - que se acostumaram a acompanhar, sempre com muito entusiasmos tudo o que a ciência está pesquisando - especulam uma leitura a partir de um novo reino "exo theologico" (próprio para uma "teologia do espaço sideral") sobre qual natureza teriam as tais raças extraterrestres.
Dificilmente se pode negar o fato de que o mito por trás da ficção científica tem um poderoso fascínio, mesmo entre muito dos sábios de nossos dias.
Os seres "evoluídos do futuro " em literatura de ficção científica são invariavelmente vistos como tendo "ultrapassado" os limites da humanidade atual, em particular a limitação da personalidade.
Tal como "Deus", para a ficção científica, o homem também se tornou estranhamente impessoal. 
Na obra de Arthur C. Clarke, a nova raça de seres humanos tem a aparência de crianças, mas desprovida de personalidade, pois eles estão prestes a serem guiados para ainda maiores transformações evolutivas, a caminho de tornar-se absorvidos no impessoal "Overmind".
Em geral a literatura de ficção científica – em um contraste direto com o cristianismo, e indo ao encontro do que exatamente ensinam algumas das escolas de pensamento religioso oriental - vê o avanço evolutivo e a espiritualidade em termos do aumento da impessoalidade.
O futuro do mundo e da humanidade são vistos pela ficção científica ostensivamente em termos de projeções do que ocorre hoje em dia , so que acrescentadas as hipotéticas descobertas científicas.
No entanto, estas projeções correspondem de forma notável para a propagação cotidiana dos elementos conectados ao ocultismo , abrindo espaço para todo o tipo de experiências demoníacas ao longo dos tempos.
Entre as características da "altamente evoluídas" criaturas do futuro temos: a comunicação por telepatia, a capacidade para voar, materializar-se e desmaterializar-se, transformar as aparências das coisas ou criar cenas ilusórias e criaturas através do " puro pensamento ", viajar a velocidades muito além de toda a tecnologia moderna, tomar posse dos corpos dos terráqueos, e os expor a uma "filosofia" espiritual que está além de todas as religiões.Todas essas “maravilhas” são as práticas e as reivindicações padrão de feiticeiros e demônios.
A história recente das obras de ficção científica, apresenta como um aspecto persistente de sua visão , o desejo de transcender a experiência normal ... através da apresentação de personagens e eventos que transgridem as condições de tempo e espaço como nós as conhecemos.
Os textos de "Star Trek" e outras histórias de ficção científica, com os seus dispositivos científicos e futuristas, se aproximam muito de trechos da vida de antigos santos ortodoxos onde as ações dos feiticeiros são descritas num momento em que a feitiçaria era ainda uma parte importante da vida pagã .
A Ficção científica em geral não é muito científica, e nem é realmente futurista , pois na verdade se aproxima mais das origens místicas da ciência moderna - a ciência que antes da idade do Iluminismo dos século XVII e XVIII que era muito mais próxima do ocultismo. O mesmo se dá com a história da ficção científica, que segue as "as raízes da própria ciência” e nisso chegam a magia e a mitologia.
As pesquisas experimentos atuais no campo da parapsicologia, também são uma clara conexão desta ciência do futuro com o ocultismo - um desenvolvimento que a literatura de ficção científica se identifica de forma plenamente harmônica.
Ficção científica na União Soviética (onde é tão popular como no Ocidente, embora o seu desenvolvimento tenha sido um pouco diferente) tem exatamente os mesmos temas da ficção científica ocidental.
 Em geral, os temas metafísicos na ficção científica soviética (que trabalha sob o olhar atento dos censores materialista) vem da influência de autores ocidentais ou de influência diretamente hindu, como no caso do escritor Ivan Efremov. O leitor de ficção científica soviético, segundo um crítico, " tem uma vaga capacidade para distinguir a demarcação crítica entre ciência e magia, entre um cientista e um feiticeiro, entre futuro e fantasia." Ficção científica Oriente e do Ocidente, diz o mesmo autor , assim como outros aspectos da cultura contemporânea ", confirmam que o estágio superior do humanismo é o ocultismo."
Quase que por sua própria natureza futurista, a ficção científica tende a ser utópica, e alguns romances ou histórias realmente descrevem uma futura sociedade perfeita, mas fazendo menção a uma evolução da sociedade de hoje em algo maior, ou o encontro desta com uma civilização avançada, de um outro planeta, que traga a esperança ou a capacidade de superar os problemas de hoje e as limitações da humanidade em geral.
 Os "avançados" seres do espaço exterior são muitas vezes dotados de qualidades salvadoras, e os pousos das naves espaciais na Terra, de inicio identificados como arautos de eventos apocalípticos - geralmente ao final, com o pouso, temos a chegada de seres benevolentes, vindos para guiar os homens em seu “avanço evolutivo".
Em uma palavra, a literatura de ficção científica do Século XX é em si um sinal claro da perda de valores cristãos e da interpretação cristã do mundo, e tal coisa tornou-se um poderoso veículo para a difusão de uma filosofia não-cristã , sobre a vida e a história, em grande parte de forma subliminar , escondida no ocultismo e pela influência oriental. 
E em um momento crucial de crise e de transição da civilização humana, tais meios tem sido a principal força na criação da esperança e real expectativa sobre a chegada de "visitantes do espaço exterior", que vão resolver os problemas da humanidade e e conduzir o homem a uma “nova era, de sua história cósmica.
Apesar de parecer ser científica e não religiosa, a literatura de ficção científica é na verdade um propagador principal (de uma forma secular) da "nova consciência religiosa", que busca varrer da humanidade os últimos resquícios do cristianismo.
Tudo isso serve como a base necessária para começarmos a discutir as manifestações reais de objetos voadores não identificados, que estranhamente correspondem às expectativas pseudo-religiosas despertadas no homem pós-cristão.

Abençoado Padre (Hieromonge) Serafim Rose, retirado do Livro "A Ortodoxia e a Religião do futuro."


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