fratres in unum
Um segundo aspecto é a grande mudança que está criando raízes no pensamento da comunidade reformada: eles não vêem como fim do movimento ecumênico a unidade visível na fé, nos sacramentos e no ministério, mas reclamam a permanência de uma pluralidade de Igrejas que se reconheçam umas às outras, cuja totalidade produziria, finalmente, a Igreja de Cristo.
Algo como uma espécie de lar adotivo, de onde de tempos em tempos sai um convite aos vizinhos para alguma festividade. Essa posição não agrada católicos e ortodoxos. Este não é o único e indiviso Corpo de Cristo, não corresponde à oração de Jesus para que todos os discípulos sejam um, como são o Pai, o Filho e Espírito Santo.
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A Igreja de Jesus Cristo não é uma idéia abstrata, que ainda não existe, mas está na Igreja Católica, entendida enquanto sujeito histórico. E isso não implica dizer, de modo algum, que os católicos são cristãos melhores do que outros, mas apenas que na Igreja Católica existem os meios de salvação. É um fato objetivo. Assim, quando ouço dizer que há fiéis protestantes que desejam se tornar católicos, digo-lhes: “Vocês não devem deixar nada, mas sim receber algo a mais”, isto é, os meios de salvação presentes da Igreja Católica. Que não são um mérito da Igreja, mas um dom do Senhor. Com isso, já está implício que também em outras Comunidades eclesiais existem meios de salvação.
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Os cristãos acreditam na universalidade da salvação em Jesus Cristo, por outro lado se diz que uma missão para com os judeus é absolutamente impossível. Como podem essas duas afirmações não ser incompatíveis? Eis também o motivo por que a nova oração da Sexta-feira Santa tem levantado tantas discussões. Gostaria de compreender melhor o que significa para um judeu a fé cristã e as relações entre judeus e cristãos. O diálogo do Papa Bento XVI com o rabino Neusner, no primeiro livro Jesus de Nazaré, é importante para mim, é exatamente o diálogo teológico que imagino. E sobre a missão sistemática em direção aos judeus… a Igreja não a procura. Mas nós cristãos confessamos a fé em Jesus e a colocamos gratis perante à liberdade do outro.
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