21 de julho de 2011 (Breakpoint.org/Notícias Pró-Família) — Os especialistas têm muitas ideias do motivo por que os casamentos se desmoronam. Mas uma das minhas respostas favoritas vem de alguém que deu um conselho literário sobre casamento — uns 200 anos atrás: Jane Austen.
A senhorita Austen tinha um olho prazerosamente satírico — uma maneira de olhar a vida que se refletia nas novelas dela. Mas conforme Benjamin Wiker aponta em seu recente livro “10 Books Every Conservative Must Read” (10 Livros que Todo Conservador Tem de Ler), Austen, filha de um pastor evangélico, também tinha uma forte essência bíblica de bom senso — principalmente no que se referia a relacionamentos românticos. Os livros dela refletem a ordem moral, e celebram o casamento.
Wiker observa que Austen viveu durante o início do movimento do romantismo. Os românticos viviam uma vida “definida pelas paixões do momento. Para eles, sentir era tudo”.
Na novela dela “Sense and Sensibility” (Razão e Sensibilidade), Austen descreve as consequências inevitáveis dessa maneira de olhar a vida. É a história de duas irmãs, ambas das quais se apaixonam profundamente. A irmã mais velha, Elinor, “aprendeu a governar e guiar suas paixões através da razão”, diz Wiker — e no final de tudo se casa com um homem de bom caráter.
Em contraste, a irmã mais nova, Marianne, se entrega a suas paixões sem se importar com a prudência. Embora Elinor avise Marianne para não entregar o coração dela a um jovem atencioso que ela mal conhece, para Marianne, comenta Wiker, “a paixão é a coisa principal. Os sentimentos têm de tomar o lugar da razão”. E “sendo uma criatura de sensibilidade, Marianne não tem juízo”, nenhum interesse em aprender bom juízo moral, que envolve “treinar os sentimentos por meio do hábito e da razão”.
Marianne tinha ainda de aprender o que C.S. Lewis ensinava: que a questão não é quais sentimentos por acaso tenhamos, mas quais sentimentos deveríamos ter. Portanto, diz Wiker: “Temos de nos educar a treinar nossos pensamentos e sentimentos a refletir de forma correta a real ordem moral”. Marianne não via nenhuma necessidade para isso — e essa é a razão por que, no tempo devido, o coração dela foi ferido pelo imprestável jovem pelo qual ela tinha com tanta pressa — e imprudência — se apaixonado.
Infelizmente, nossa cultura adotou a atitude de Marianne até à sua conclusão lógica — e trágica —, comenta Wiker. Como os românticos, o moderno esquerdismo celebra “a vitória da sensibilidade acima do bom senso, as paixões acima da razão, a auto-concentração acima do dever moral e a anarquia romântica acima da tradição”.
Jane Austen teria “com toda a justiça ficado horrorizada com nossa atitude de não dar atenção aos avisos dela, mas não teria ficado surpresa com os resultados” — inclusive, lamentavelmente, com o elevado índice de divórcios e a sedução de tantas jovens descuidadas nas mãos de homens de mau caráter.
Como seríamos mais felizes se tanto homens quanto mulheres tirassem o tempo para aprender bom juízo moral e controlar seus sentimentos mais impulsivos para refletirem a ordem moral. Em vez de se precipitarem de cabeça para o casamento, eles deveriam ir lentamente, convidando o conselho de pessoas sábias como pais, amigos e conselheiros de igreja.
Embora seja “uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro na posse de uma grande fortuna tem necessidade de uma esposa”, conforme Austin satiricamente fala — ela se certificaria de que seus leitores tivessem aprendido um objetivo mais sério: que a rota para a felicidade matrimonial é reconhecer que há uma ordem moral, e que nós a ignoramos por nossa própria conta e risco.
Publicado com a permissão de Breakpoint.org
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/news/embracing-the-moral-order-jane-austens-marital-advice
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