KONIGSTEIN, 25 Jul. 11 (ACI) .- A associação católica internacional Ajuda à Igreja Necessitada (AIN) também manifestou seu pesar pela morte do heróico Cardeal Kazimierz Swiatek, falecido na quinta-feira 21 de julho à idade de 96 anos, que foi um sobrevivente dos campos de concentração russos e uma coluna da Igreja na Bielorrússia.
Em uma entrevista à AIS, o Cardeal Swiatek recordava o tempo que permaneceu nos gulags: "Era um comando de morte. Trabalhávamos com temperaturas de até 40 graus abaixo de zero destruindo árvores e dormíamos um total de 300 pessoas em uma semlanka (uma perfuração na terra) coberta de qualquer maneira, sem luz e sem nada de nada".
Em uma entrevista à AIS, o Cardeal Swiatek recordava o tempo que permaneceu nos gulags: "Era um comando de morte. Trabalhávamos com temperaturas de até 40 graus abaixo de zero destruindo árvores e dormíamos um total de 300 pessoas em uma semlanka (uma perfuração na terra) coberta de qualquer maneira, sem luz e sem nada de nada".
"Diziam-nos que não valíamos nenhuma bala, pois aí morreríamos com certeza, e, até então, ao menos podíamos trabalhar. A morte chegava como conseqüência da extenuação, da fome e do frio".
Pela manhã, "antes de ir ao trabalho, jogavam os mortos fora, onde os comiam os lobos de noite. Ao fim de três anos, ainda vivo, foi enviado a Workuta, onde o inverno dura os doze meses do ano".
Na mesma entrevista, o Cardeal contou à AIS que quando recuperou a liberdade, o sacerdote mais próximo vivia ao leste, no Alaska. Ele mesmo era o único sacerdote de sua diocese que tinha sobrevivido à perseguição soviética dos cristãos. Oficialmente, não havia paróquias, e os fiéis que iam à igreja sofriam represálias.
"Sim, nos chamavam a Igreja do silêncio, e muitos no Ocidente pensavam que já não existíamos. Mas nós vivíamos nas catacumbas, e aí é onde sobreviveu nossa Igreja".
Uma vez livre, em 1954 o Cardeal Swiatek, encontrou-se com uma Igreja devastada que tinha sofrido a destruição de 90 por cento de seus templos. O Cardeal qualificou a doutrinação comunista dos jovens como o "Chernobyl das almas", fazendo referência ao desastre nuclear de 1989 que afetou o país.
Assim que caiu a "Cortina de ferro" solicitou ajuda à AIS para vários projetos, como a reabilitação do seminário maior de Pinsk e a restauração da catedral de Minsk.
Em relação ao seu episcopado nesses difíceis tempos, o cardeal explicou à AIS: "felizmente, sou um lutador, porque para a reconstrução da Igreja será preciso sê-lo".
AIS recorda também a amizade do Cardeal com o fundador da AIS, o Pe. Werenfried van Straaten, com quem compartilhava a visão da crise espiritual do Ocidente e da devastação que a propaganda atéia do Oriente tinha ocasionado na alma das pessoas. Ambos "lutadores" da Igreja mantiveram uma estreita e cordial relação até o falecimento do Pe. Werenfried no dia 31 de janeiro de 2003.
Apesar de sua avançada idade, o Cardeal Swiatek, que não pôde ir ao enterro do Pe. Werenfried, acudiu um ano mais tarde a Königstein im Taunus (Alemanha), para visitar aí a tumba de seu amigo.
Em 2010, quando tinha 95 anos, o Cardeal Kazimierz Swiatek declarou em uma entrevista com a agência católica austríaca Kathpress que "a Igreja é uma força com a qual sempre terei que contar".
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