[IHU]
6/8/2011
Que espaço os homossexuais têm dentro da Igreja Católica? A dez anos da introdução na Alemanha, no dia 1º de agosto de 2001, da lei sobre as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, a questão divide os bispos alemães.
A reportagem é de Alessandro Alviani, publicada no sítio Vatican Insider, 05-08-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
De um lado, estão aqueles que, como o arcebispo de Munique e Freising, Reinhard Marx, está convencido de que os homossexuais "fazem parte" da comunidade eclesiástica e também são bem-vindos no trabalho paroquial. De outro lado, estão aqueles que, como Franz-Josef Overbeck, que, além de ser o bispo de Essen, também é o bispo militar da Bundeswehr, está convencido de que a homossexualidade representa "um pecado".
"Todos aqueles que querem participar, abrir-se ao Evangelho e unir-se à comunidade da Igreja são bem-vindos", disse Marx (foto) em entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung. "Não posso abençoar uma relação homossexual, mas posso rezar pelas pessoas que o peçam. Já seria um grande passo se todos fossem integrados, o que ainda não foi alcançado em todos os lugares", explicou, admitindo erros na forma como a Igreja, até agora, se dirigiu aos homossexuais
"Nem sempre a Igreja encontrou o tom certo". Uma frase que também pode ser vista como uma autocrítica: há poucas semanas, por ocasião do primeiro encontro do chamado "Processo de diálogo" sobre o futuro da Igreja em Mannheim, Marx havia falado, referindo-se aos homossexuais, sobre "pessoas fracassadas". Uma frase que havia levantado críticas e que o arcebispo depois corrigiu. Na sua entrevista ao Süddeutsche, Marx reafirmou, no entanto, a posição da Igreja, segundo a qual a sexualidade deve ser pensada dentro de uma relação matrimonial entre homem e mulher.
É diferente a abordagem de Overbeck (foto), que, com os seus 47 anos, é o mais jovem bispo da Igreja Católica na Alemanha. "A homossexualidade é um pecado", ele dissera em abril de 2010, em um talk-show na TV pública alemã, apresentada pela conhecida jornalista Anne Will (homossexual declarada). Desde então, a sua posição não mudou.
Nessa ocasião, lembrou Overbeck em uma entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung publicado dois dias depois da entrevista com Marx, "manifestei aquela que é a convicção da Igreja Católica: a homossexualidade praticada é objetivamente pecaminosa, embora as pessoas homossexuais devam ser tratadas com respeito". Overbeck lembrou ainda ter debatido na residência episcopal com alguns representantes das associações de gays e lésbicas. No final, lembrou, "não chegamos a um acordo".
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