sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Maçonaria x Igreja Católica

[lojaantoniojoao]

UM CONFLITO DO PASSADO! 
O célebre conflito entre igreja católica e a maçonaria parece acontecer desde antes da criação da Grande Loja de Londres em 1717, surgida quando quatro lojas que usavam como nome distintivo os nomes das tabernas nas quais se reuniam ("the goose and gridiron" - o ganso e a grelha, "the apple tree"- a macieira ,"the crown"- a coroa  e the "rummer and grapes"- o copo e as uvas) se agruparam e constituíram a primeira obediência maçônica do mundo.É conhecida ainda no século XVII uma condenação por parte da faculdade de teologia da Sorbonne, contra algumas associações de operários (período ainda operativo) em 14 de março de 1655, por estes jurarem sobre os evangelhos jamais revelar a ninguém o que viam ou faziam.Por ser ainda no período operativo, esta condenação não faz parte do histórico de condenações da ordem propriamente dita.

O primeiro papa que condenou diretamente a Maçonaria foi Clemente XII em 1738, através da bula "In Eminenti", seguido por Bento XIV em 1751 (Apostolicae Provida), Leão XII em 1825 (Quo Graviora), Pio VIII em 1829 (Traditi), Gregório XVI em 1832 (Mirare Vos), Pio IX em 1846 (Qui Pluribus) e Leão XIII em 1884 (Humanum Genus).Os motivos destas condenações são absurdos, e podemos citar entre eles o caráter secreto da maçonaria, que foi tido como ocultadora de cerimônias satânicas.Na verdade, podemos esclarecer que os verdadeiros motivos da perseguição foram políticos, pois o surgimento da maçonaria especulativa coincidiu na verdade com o "século das luzes" ou "iluminismo", e a "Santa Inquisição" não admitia perder seu poder onipotente sendo denunciada em seus abusos pelos livres pensadores e filósofos como Voltaire, sabidamente maçom.Daí toda a fúria da Igreja em denegrir a maçonaria, incutindo nas pessoas o medo do demônio (recurso que só demonstra a falta de criatividade da antimaçonaria da época) para que estas nunca nem pronunciassem este nome diabólico (maçonaria), muito menos se interessassem em dela fazer parte, contando até com a ajuda de embusteiros como Leo Taxil (ex-maçom expulso de sua loja por indelicadeza segundo MELLOR), que por 12 anos enganou o público com sua obra antimaçônica "Mistérios da Franco-Maçonaria Revelados", até ser desmascarado finalmente em 1897,agradecendo aos "imbecis" que o fizeram  aposentar-se rico.

Podemos citar o papa Pio IX, que segundo DA CAMINO teria sido maçom (iniciado na América do Sul antes de seu pontificado, mas pela falta de documentação, segundo MELLOR, tal fato se tornou improvável) e por ter interesses contrariados quando da unificação italiana (séc. XIX) teria desviado toda a sua atenção sobre a maçonaria para proibi-la e condena-la por ter perdido os estados pontifícios, lhe sobrando apenas a região que daria origem ao Vaticano (0,44 quilômetros quadrados), gerando o controvertido "cativeiro do Vaticano" só resolvido pelo Tratado de Latrão em 1929 entre o papa Pio XI e Benito Mussolini (e vejam só: Mussolini foi chamado por Pio XI  de " DÁDIVA DE DEUS" por ter presenteado a Igreja com um Estado independente dentro da Itália, coisa que só foi feita mesmo para Mussolini ganhar a aprovação dos católicos à sua ditadura).

Atualmente, as coisas se tornaram mais amenas, principalmente após o pontificado de João XXIII (1958-1963), que procurou a aproximação da igreja católica com outros credos religiosos sem renovar condenações, mas "grupos que conspirem contra a igreja" serão excomungados, como ainda prevê o Código Canônico. Aos que atribuem esse detalhe no Código Canônico como que sendo dirigido à maçonaria, basta se dizer que se a maçonaria não conspira contra a igreja e nem contra ninguém, ela está livre de excomunhões de quaisquer natureza, reservando estas para quem julga o que não sabe e condena o que não conhece, que são os críticos da ordem, sejam clérigos ou não.

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