Afirma um bispo espanhol
SAN
SEBASTIÁN, segunda-feira, 12 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – Os
cristãos não podem permanecer indiferentes diante das rupturas
matrimoniais e ajudar na reconciliação é uma das maiores “obras de
misericórdia” necessárias na atualidade.
Esta foi a mensagem do
bispo de San Sebastián, Dom José Ignacio Munilla, no último dia 8 de
setembro, em uma Missa celebrada na catedral por ocasião da padroeira da
cidade, a Virgen del Coro.
O prelado aludiu aos números fornecidos nessa semana pelo Instituto
Espanhol de Política Familiar, segundo os quais atualmente 3 de cada 4
casamentos se rompem na Espanha.
Segundo o informe, em 2000, de cada 100 casamentos, produziam-se 47
rupturas, enquanto em 2010, de cada 100 casamentos, 75 acabavam em
rupturas.
Em sua homilia, o prelado vasco pediu que não se minimizasse “a
tragédia desses números”, pois “não se trata de meras estatísticas, já
que, por trás destes dados frios se escondem dramas pessoais, vidas
repletas de dor e também fracassadas, crianças desconcertadas, futuros
incertos”.
“Vivemos em uma geração que conquistou grandes cotas de progresso; e
não me refiro somente ao progresso tecnológico, mas também a muitas
conquistas sociais. Mas, ao mesmo tempo, há um grande salto entre esse
progresso técnico-social e a crise espiritual de que boa parte da
população padece”, afirmou.
Dom Munilla garantiu que a sociedade atual sofre de “uma orfandade
moral e espiritual notórias... O materialismo sufocante e a frivolidade
generalizada fazem que estejamos mais necessitados de 'mãe' e de 'pai'
que nunca”.
“De fato, as feridas afetivas são mais frequentes entre nós do que à
primeira vista possam parecer – sublinhou. Caberia afirmar que, em
nossos dias, esse ser humano que presume falsamente de autossuficiência
está mais necessitado que nunca de ser acolhido com entranhas de
misericórdia.”
Neste sentido, exortou os presentes a um “esforço paciente em prol da reagrupação das famílias rompidas”.
“A saúde do casal e a saúde da família estão especialmente
necessitadas de 'misericórdia', isto é, da cura das feridas originadas
por tantas rupturas – afirmou. Não existe maior ato de misericórdia que
lutar pela unidade da família e ajudar o reencontro dos casais
separados!”
“Não podemos permanecer com os braços cruzados enquanto nossos
familiares, conhecidos e vizinhos fracassam em seus projetos
matrimoniais. É importante que, na medida em que consideremos oportuno,
nós nos ofereçamos como canais de comunicação.”
Também pediu aos políticos “iniciativas que favoreçam a estabilidade
da família”. “É muito triste que se tenha chegado a identificar o
conceito de 'mediação familiar' com os esforços a favor de uma ruptura
pactada, ao invés de entender a mediação familiar como uma terapia para
superar as dificuldades que colocam em perigo a unidade da família.”
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