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Rodrigo Teixeira/UOL
O site de encontros Ohhtel.com é voltado para quem procura sexo fora do casamento
Rodrigo Teixeira
Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro
Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro
Um anúncio publicitário do site de encontros Ohhtel.com –voltado para
quem procura sexo fora do casamento– que usa uma imagem do Cristo
Redentor ao lado de uma mensagem incentivando relações extraconjugais no
Rio de Janeiro causou revolta na Igreja Católica. “Tenha um caso agora!
Arrependa-se depois”, diz o anúncio.
Para a Arquidiocese do Rio, responsável pelo santuário onde está o
Cristo e detentora dos direitos de imagem, o anúncio é uma “blasfêmia” e
denota uma ofensa sem precedentes. O caso pode acabar em uma ação
criminal na Justiça.
Segundo a assessoria de imprensa da arquidiocese, o setor jurídico da
instituição já solicitou a retirada, de imediato, do outdoor localizado
na avenida Armando Lombardi – um dos principais acessos para quem chega a
Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense.
“O uso do Cristo Redentor neste outdoor é um absurdo. É um desrespeito à
fé, à integridade religiosa, à imagem de Jesus. O Redentor agrega
coisas boas e não combina com coisas errôneas, obscuras. A comunidade
católica está chateada. Não faz sentido o Cristo ser vinculado a um
anúncio como este. Eles foram muito imprudentes”, diz o reitor do
Santuário do Cristo Redentor, padre Omar Raposo.
A responsável pelo marketing do site no Brasil, Karen Neohas, afirma
que a empresa não teve a intenção de ofender a Igreja Católica e que a
ação foi uma demanda publicitária. "A escolha do Cristo foi uma forma
encontrada para nos aproximarmos do público no Rio, para aumentar nossos
assinantes na cidade. A compra da imagem foi feita pelo nosso
escritório em Las Vegas, milhões de sites vendem estas imagens", disse
Karen.
A representante afirma que ainda tem contrato de mais duas semanas de
publicidade no local, mas avalia a possibilidade de ceder o espaço para a
Arquidiocese. "Vamos oferecer o espaço para a Igreja, tentamos contato
com eles, mas ainda não obtivemos resposta. É uma forma de retratação,
nosso objetivo não era ofender a ninguém, no mais tardar, até amanhã, a
imagem não estará no local.”
Entenda como funciona o site
O polêmico serviço do site Ohhtel.com é um sucesso nos EUA –onde tem
1,3 milhões de usuários e ganha um novo inscrito a cada 30 segundos– e
foi lançado em maio na Argentina, onde 70 mil pessoas se cadastraram em
50 dias. No Brasil, o serviço estreou em 11 de julho deste ano.
Segundo os organizadores, o site já tem mais de 190 mil membros no
país. Além de EUA, Brasil e Argentina, o serviço é oferecido também no
Canadá e no Chile.
O sistema funciona por meio de perfis: os usuários exibem suas
preferências sexuais e podem travar conversas on-line ou trocar
mensagens com perfis de seu interesse. O cadastro é gratuito, mas os
homens precisam pagar uma taxa para se ter acesso ilimitado; já as
mulheres têm acesso grátis.
A vice-presidente de operações para o Brasil, Lais Ranna, afirma que o
objetivo da empresa é atender pessoas que vivem em um casamento sem
sexo, mas não querem o divórcio.
Para Ranna, a infidelidade pode ser o segredo para um casamento
duradouro. “O Ohhtel vai mudar a forma como os brasileiros enxergam o
casamento e a infidelidade. É um serviço polêmico e muitas pessoas são
contrárias a ele, porém muitas agradecem ao Ohhtel.com por existir.”
Uma pesquisa realizada entre os brasileiros, porém, indicou que o
perfil de quem procura o site por aqui é diferente do encontrado em
outros países. “Os próprios usuários responderam um questionário sobre
seus hábitos sexuais e relacionamentos. A porcentagem de homens que
afirmaram ter relações sexuais dentro do casamento mais de uma vez por
semana foi 36% e a de mulheres, 33%” diz Lais.
O principal motivo apresentado pelo público masculino para trair foi a
necessidade de “variar”. Na ala feminina, a razão alegada foi a
necessidade de "romance".
Mais da metade dos usuários afirmam ter tido pelo menos cinco casos
fora do casamento, mas que não pedem o divórcio porque amam suas
mulheres. Entre as mulheres cadastradas pesquisadas, 38% afirmam ter
tido de dois a quatro relacionamentos fora do casamento, enquanto 50%
delas também alegam amor ao marido para o fato de continuarem casadas.
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