quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cresce fé dos católicos na Indonésia

Pe. Buono relata sua visita ao arquipélago asiático

Por Antonio Gaspari
ROMA, quarta-feira, 21 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – O Pe. Giuseppe Buono é um missionário do PIME (Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras) que desempenhou o cargo de secretário nacional da Obra Pontifícia da Infância Missionária, secretário nacional da União Pontifícia Missionária do clero, religiosos e religiosas, fundador do Movimento Juvenil das Pontifícias Obras Missionárias (POM), fundador da Comunidade Missionária João Paulo II, além de ter sido também superior geral do PIME, docente de Missiologia nas faculdades pontifícias teológicas na Itália e no exterior e atualmente é visitador das missões de todos os continentes.

Nesta entrevista concedida a ZENIT, ele relata uma das suas viagens à Indonésia.
A Indonésia é um arquipélago gigantesco, com mais de 13 mil ilhas, com grandes diferenças humanas e naturais. É a fronteira entre a Ásia e a Oceania – Austrália e a quarta nação mais populosa do mundo, com mais de 230 milhões de habitantes. Conta com 128 vulcões ativos, 12 deles somente em Java.
Grande parte da população vive nas cinco ilhas maiores. A capital é Jacarta, com mais de 12 milhões de habitantes. A maioria da população é de religião islâmico-sunita; na ilha de Bali, a religião majoritária é o hinduísmo. Os católicos são somente 3% da população, sendo mais numerosos os cristãos protestantes.
ZENIT: Quais são as razões desta visita?
Padre Buono: Estive na Indonésia de 10 a 23 de agosto, para uma série de encontros programados pela Comunidade Missionária João Paulo II, fundada por mim em 1995 e dirigida por Yohana Halimah, que trabalha na Direção Nacional das POM. O diretor nacional destas, Pe. Romanus Harjito, nos acolheu e escreveu o prefácio da tradução indonésia do livro sobre o magistério mariano-missionário de João Paulo II. Outro organizador muito importante foi o Pe. Giustino, um jovem sacerdote de Jacarta, que se licenciou em teologia em Roma e que é fundador de um movimento pró-vida, muito ativo e envolvido. Comigo estavam cinco amigos, a quem convidei para compartilhar esta experiência de graça missionária.
ZENIT: A Indonésia é grande. Quais foram as etapas da visita e das atividades?
Padre Buono: As etapas da experiência missionária foram: Jacarta, a capital ultramoderna, Yogyakarta (Java), a ilha que muitas vezes sofre erupções vulcânicas, terremotos e tsunamis, e Bali, a pérola do arquipélago indonésio. Em Jacarta, houve encontros e celebrações na belíssima igreja de St. Yakobus, depois no santuário de Nossa Senhora de Fátima, em São José Matraman, na comunidade dos Missionários Xaverianos, na paróquia de São Boaventura, em Pulomas, e na sede da conferência episcopal nacional.
Em Java, os encontros se deram no santuário mariano de Jatiningsih, onde participamos também das celebrações da festa nacional da independência da Indonésia, depois na Casa de Espiritualidade Wisma Pojok e na igreja da Sagrada Família. Em Bali, as celebrações e as reuniões foram realizadas na catedral, na sede dos Missionários Verbitas, muito presentes e ativos na ilha, na paróquia de São José.
Eu já havia estado na Indonésia há dois anos, em agosto de 2009, e fiquei impressionado pela fé pura dos católicos indonésios, mas o que o Senhor nos ofereceu desta vez foi um espetáculo, comovente, de uma fé heroica, porque se vive entre uma maioria muçulmana sunita, entre milhares de minaretes de Jacarta, que cantam versos do Alcorão das quatro da manhã até o pôr do sol... Uma fé que se expressa na alegria de rezar, de ser úteis aos outros, acolhedores, disponíveis, unidos.
ZENIT: É verdade que há uma grande devoção a Maria?
Padre Buono: A particularidade da experiência vivida desta vez foi marcada por uma impressionante fé em Maria, venerada com estátuas belíssimas, sobretudo com a reprodução da gruta de Lourdes, que se encontra na entrada de quase todas as igrejas que visitamos. Ver os católicos indonésios rezarem na frente das estátuas de Nossa Senhora, quase absortos, com os olhos fechados e as mãos unidas, convida verdadeiramente a revisar certas formas de devoção nas nossas igrejas e nas nossas casas de cristãos...
ZENIT: Também o Beato João Paulo II parece gozar de grande popularidade...
Padre Buono: Isso me chamou muito a atenção. Nos encontros sobre ele, advertia-se quase a presença física do grande Papa polonês que visitou a Indonésia em 1989, em seu incansável caminho para levar o Evangelho a todos os homens. Quando se falava de João Paulo II, os olhos dos católicos se iluminavam, os corações vibravam de amor, as mãos aplaudiam constantemente. Pude palpar e sentir com o coração o quanto amam João Paulo II; até essas ilhas distantes, com quase a totalidade da população sendo muçulmana, vibram com um sentimento de devoção a ele. Meu livro sobre ele – “Com Maria pelos caminhos do mundo” –, traduzido ao indonésio e do qual foram impressas duas mil cópias, esgotou-se em poucos dias.
A última visita antes de deixar a Indonésia foi ao diretor das POM, Pe. Romanus Harjito, e, naturalmente, ao núncio apostólico, Dom Antonio Guido Filipazzi, que está na Indonésia há apenas três meses.

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