Após caso de jovem que sofreu AVC depois de ingeri-la
JAÉN, segunda-feira, 19 de setembro de 2011 (ZENIT.org)
– Após a divulgação, na mídia, do caso de uma jovem que sofreu um
acidente vascular cerebral (AVC) depois de ingerir uma pílula do dia
seguinte, farmacêuticos espanhóis exigiram medidas para amparar sua
objeção a vender este medicamento.
A presidente da Asociación para la Defensa del Derecho a la Objeción de Conciencia
(ANDOC), a farmacêutica comunitária María Dolores Gómez Armenteros,
escreveu aos presidentes dos Colégios de Farmacêuticos pedindo-lhes
apoio.
Na carta, datada de ontem, a ANDOC recorda aos Colégios de
Farmacêuticos “a irresponsabilidade da distribuição da pílula abortiva
de emergência”.
“Cabe imaginar que os efeitos negativos da política sanitária sobre a
questão serão sentidos cada vez mais no futuro, já que se calcula que
mais de 30% das consumidoras são menores de idade” afirma Armenteros.
Risco
A Unidade de Neurologia do Hospital La Paz, de Madri, alertou que a
pílula do dia seguinte pode provocar infartos cerebrais, depois de
atender uma jovem de 23 anos que sofreu um AVC horas depois de consumir o
medicamento.
“Infelizmente, esse tipo de incidente não acontece pela primeira vez,
como explicou o próprio chefe do departamento do hospital que atendeu a
paciente”, destaca a presidente da ANDOC.
Armenteros recorda que um informe emitido em 7 de outubro de 2010 pela Agencia Española de Medicamentos y Productos Sanitarios reconhece este risco de acidentes tromboembólicos por consumo da pílula do dia seguinte.
Irregularidades
Diversas entidades profissionais, que recolhem o sentir de mais de 4
mil farmacêuticos espanhóis, denunciaram várias vezes perante o
Ministério, o Conselho Geral de Colégios e Comunidades Autônomas, a
propaganda oficial enganosa da pílula do dia seguinte.
Também denunciaram como se ordenou na Espanha a distribuição da
pílula sem o preceptivo informe da Agência Espanhola do Medicamento, que
se produziu muito depois da ordem.
A ANDOC lamenta que suas denúncias, sempre apoiadas em razões
sanitárias, “tenham sido recebidas, em geral, com pouco interesse,
quando não com manifesto desdém pelas administrações autônomas com
responsabilidades no assunto”.
Desde que, em setembro de 2009, começou a venda em farmácias, sem
receita e sem limite de idade, foram recolhidas numerosas denúncias e
queixas de farmacêuticos.
As reclamações pela ausência de controle médico, a venda a menores, a
solicitação da pílula por parte de homens e as respostas agressivas com
ameaças de denúncia são habituais.
“Nestas condições – adverte a associação –, o farmacêutico, que deve
ser um profissional do medicamento, dificilmente pode exercer essa
função sem arriscar-se a denúncias ou a situações desagradáveis.”
O recente caso de AVC levou também a Asociación Estatal de Abogados Cristianos (AEAC) a pedir que se investigue as ministras Trinidad Jiménez e Bibiana Aído por negligência.
A AEAC considera que a aprovação da distribuição da pílula do dia
seguinte sem receita médica foi realizada sem considerar os graves
riscos dos fármacos Postinor y Norlevo para a saúde.
As ministras – advertiu a associação – ignoraram a ampla literatura
médica que adverte sobre os riscos de tromboembolismo e AVC próprios
desse tipo de fármacos, há 30 anos.
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