[IHU]
15/9/2011
A resposta
não se fez por esperar e às vésperas do encontro decisivo em Roma entre o
Superior lefebvriano Monsenhor Bernard Fellary e o Prefeito da
Congregação vaticana para a Doutrina da Fé, o chefe dos tradicionalistas lançou
um ataque contra o Vaticano por ocasião de um novo Encontro Interreligioso que
acontecerá em Assis no próximo dia 27 de outubro, 25 anos depois daquela
primeira data histórica de 1986.
A reportagem
é de Alessandro Speciale e publicada no sítio Vatican Insider,
13-09-2011. A tradução é do Cepat.
A crítica
veio em um longo documento assinado pelo Abade Regis de Cacqueray,
superior francês dos lefebvrianos, intitulado: “A repetição do escândalo de
Assis”. O documento foi divulgado com a descrição significativa de que “recebeu
a aprovação do Monsenhor Bernard Fellay”.
Cacqueray critica o Encontro de Assis como um encontro das religiões que viola
abertamente o primeiro mandamento. “Enquanto o Papa se prepara para um dos atos
mais graves do seu pontificado, nós proclamamos vigorosamente e públicamente
nossa indignação”, escreve o tradicionalista que coloca as suas reflexões sob o
lema em latim “errare humanum est, perseverare diabolicum”.
O convite do
papa aos líderes religiosos do mundo será uma “terrível blasfêmia contra Deus e
um momento de escândalo para os homens do mundo inteiro”. O lefebvriano estende
também a acusação para os judeus por terem assassinado Jesus Cristo. “Como podemos
imaginar que os judeus possam fazer orações a Deus quando crucificaram o seu
filho e negam a Deus na Santíssima Trindade”?
Segundo Cacqueray,
a paz pela qual rezará o Papa em Assis será “uma paz maçônica ocultada pela
liberdade de consciência” e o encontro será uma “odiosa humilhação para a
Igreja”. O papa que presidirá essa reunião “não será o chefe da Igreja
Católica, mas o chefe de uma ‘Igreja da ONU’, um primus inter pares de
uma religião de todas as religiões, essencialmente idêntica ao culto massônico
até o Grande Arquiteto do Universo”. “Não é esta – continua perguntando o
superior lefebvriano – uma perversão satânica da missão de Pedro?”.
Ao
ataque dos lefebvrianos ‘respondem’, nas colunas do L’observatore Romano,
o Cardeal Peter Turkson e Monsenhor Mario Toso, Presidente e
Secretário respectivamente do Pontifício Conselho Justiça e Paz. O desejo do
Papa de “reviver” o XXV aniversário do histórico Encontro de Assis escrevem,
“não responde apenas a uma motivação comemorativa e menos ainda ao propósito de
encontrar uma religão global, que seja fruto de uma negociação mediadora entre
a multidão de fiéis ou de um perigoso sincretismo”.
“A Jornada
de Assis 2011, está em continuidade espiritual com as jornadas promovidas pelo
beato João Paulo II, sublinham. Referindo-se a Bento XVI,
afirmam: “Em sua encíclica social, ele, de fato, lembra que a paz é o fruto de
um compromisso sustentado por um amor cheio de verdade. O novo nome da paz,
pode com razão ser definido como caritas in veritate. Como e por que,
mais detalhadamente, a construção de uma reta ordem social e política essencial
para a paz dependem da busca da verdade global sobre o homem, do conhecimento
dos primeiros princípios inscritos na consciência e, ultimamente, do anseio
incessante da verdade e o bem maior que são Deus”. Nesse sentido, “não há
porque mimetizar as diferenças das próprias identidades. Se trata, bem mais, de
reconhecer e confessar que o diálogo está ao alcance de todos e que a companhia
durante a peregrinação da verdade é também boa”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário