Companheiro de evangelização de São Paulo está enterrado na Itália
ROMA,
terça-feira, 13 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – Uma delegação
ortodoxa visitou a cidade italiana de Termoli, na última sexta-feira,
para venerar as relíquias de São Timóteo e programar uma visita destas à
Rússia.
A comitiva estava formada pelo arcebispo de Elista
(Cáucaso), Zósimo, pelo bispo de Kemerovo, Aristarh, e por outros cinco
eclesiásticos. E esteve acompanhada por Dom Antonio Menini, atual núncio
na Grã-Bretanha e antigo núncio na Rússia.
Os prelados foram acolhidos
pelo bispo local, Dom Gianfranco de Luca, junto aos membros da cúria
diocesana.
“Os irmãos ortodoxos manifestaram querer venerar as relíquias do
discípulo preferido do apóstolo Paulo – indicou o porta-voz. A proposta é
peregrinar com o crânio de São Timóteo, durante a Quaresma ortodoxa, em
uma delegação guiada pelo bispo de Termoli.”
A ideia é que “o próprio bispo ortodoxo devolva a Termoli a relíquia
sagrada, participando da festa celebrada a cada ano para honrar o santo,
por ocasião da colocação dos seus restos na cripta da basílica
catedral”.
Os bispos ortodoxos apresentarão, nos próximos dias, a proposta ao
patriarca de Moscou, que avaliará o que é preciso fazer a respeito.
“A fé ortodoxa, muito inclinada a manifestar grande atenção às
relíquias sagradas dos santos, foi ampla e exemplarmente expressada pela
delegação visitante, em particular quando teve a possibilidade de
encontrar-se diante do corpo de São Timóteo, conservado na
correspondente vitrine da catedral, e quando o bispo apresentou a
pequena urna da cabeça de São Timóteo”, explicou.
No final do encontro, Dom De Luca entregou aos bispos ortodoxos duas
pequenas relíquias de São Timóteo, enquanto os hóspedes entregaram ao
bispo local um ícone e uma relíquia de São Serafim.
Encontradas por acaso em 1945, na cripta da basílica catedral de
Termoli, durante os trabalhos de restauração, as relíquias de São
Timóteo foram ocultadas durante muitos séculos, para evitar roubos. O
lugar da sepultura foi de tal modo mantido em segredo, que se perderam
as pistas desta preciosa presença, até o ponto de que os próprios
habitantes de Termoli o haviam esquecido.
Conservadas em um pequeno nicho, foram recobertas com uma louça de
mármore, sobre a qual se escreveu com letras maiúsculas: “Aqui repousa o
Beato Timóteo, discípulo do apóstolo Paulo”. O crânio, no entanto,
sempre foi conservado na capela privada do episcópio da cidade. Na caixa
de madeira em que se conservava o corpo, de fato, não se encontrou o
crânio.
Na histórica visita do Beato João Paulo II a Termoli, em 19 de março
de 1983, o Papa venerou com muita devoção a relíquia sagrada, diante da
qual pôs-se em oração.
As relíquias de São Timóteo foram levadas a Termoli, sustenta Dom D’Agostino, em uma obra de 1977, “Termoli e la Diocesi”,
pelo conde Oliviero de Termoli, ao voltar da cruzada, após o assalto à
cidade de Constantinopla. Tais notícias não se refletem em documentos
históricos, mas o fato é que, em 1239, foram escondidas em um nicho a
90cm do chão da catedral, junto ao muro exterior da abóbada da direita.
Não existem tampouco documentos que, de forma explícita, testemunhem o
traslado do Oriente à cidade adriática, mas nunca se duvidou disso. Em
1947, o reverendo Ferrua, eminente especialista em antiguidades cristãs,
publicou, em La Civiltà Cattolica, o resultado do seu estudo
sobre o achado, que concluía com um juízo positivo sobre sua
autenticidade, já sustentada pela Comissão Histórica da Sagrada
Congregação dos Ritos, em um informe de 9 de janeiro do mesmo ano.
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