Um relatório aponta defeitos nas políticas de conteúdos publicados
Por Pe. John Flynn, L.C.
ROMA, domingo, 16 de outubro de 2011 (ZENIT.org) – Um estudo do National Religious Broadcasters (NRB),
da Virgínia, Estados Unidos, aponta graves problemas no tratamento que
as novas plataformas de comunicação dão à religião.
Com o título “True Liberty in a New Media Age: An Examination of
the Threat of Anti-Christian Censorship and Other Viewpoint
Discrimination on New Media Platforms” (Liberdade Verdadeira numa Nova
Era Midiática: Análise da Ameaça da Censura Anticristã e da
Discriminação de outras Opiniões nas Novas Plataformas), o informe analisa principalmente o Google, a Apple, o Facebook e o Twitter.
Segundo o seu próprio site, a NRB é uma associação internacional
apolítica de comunicadores cristãos. Seu relatório expressa preocupação
com o fato de um pequeno número de grandes empresas controlarem a
indústria da internet: “Nossa conclusão é de que as ideias e outros
conteúdos religiosos cristãos enfrentam um perigo claro de censura nas
plataformas de comunicação baseadas na rede”.
Algumas empresas já proibiram o conteúdo cristão, enquanto outras
estabeleceram diretrizes que no futuro podem levar à censura, diz o
informe.
Apple
A Apple bloqueou, em duas ocasiões, aplicações cristãs na loja iTunes devido ao conteúdo religioso.
Em novembro de 2010, retirou seu apoio à Declaração de Manhattan. É
uma declaração das crenças cristãs sobre o casamento, a santidade da
vida e a liberdade religiosa. Um dos pontos da declaração dizia que a
conduta homossexual é imoral, o que, segundo o ponto de vista de Apple, é
ofensivo.
Em março de 2011, a Apple censurou também uma aplicação da Exodus International,
instituição cristã que diz ajudar pessoas a sair do estilo de vida
homossexual. De novo, a empresa declarou que a aplicação era ofensiva e
violava suas diretrizes.
Em julho de 2011, a Apple tirou o iTunes da Christian Values Network,
um portal que financia organizações de caridade. A empresa informou que
a decisão se baseava em reclamações de que algumas organizações
assistenciais tinham posturas críticas quanto às iniciativas em favor
dos direitos dos homossexuais.
O estudo conclui que, no geral, a política da Apple quanto às suas
aplicações é vaga e confusa. Quando se trata de sátiras, humor ou
comentários políticos, as normas são diferentes dos casos religiosos,
dando ampla margem à livre publicação de conteúdo.
O Google, segundo o relatório, se negou a colocar em seu motor de busca um anúncio pró-vida cristão do Christian Institute, com base na "política de não permitir publicidade relacionando aborto e religião".
O Christian Institute processou a empresa, que acabou
mudando sua política de não permitir anúncios sobre o aborto por parte
de grupos religiosos. Porém, o Google ainda bloqueia qualquer anúncio
sobre o aborto que contenha a frase "o aborto é assassinato", afirmação
considerada "horripilante".
Outro problema destacado no informe tem a ver com as diretrizes do
Google para suas ferramentas web. O uso gratuito ou com descontos não se
aplica a igrejas, grupos religiosos ou organizações que levem em
consideração a religião ou orientação sexual ao contratar seus
empregados. Segundo a NRB, as igrejas cristãs que solicitaram ao Google o
status de “organizações sem fins lucrativos” tiveram o pedido negado.
Quando operou na China com uma versão local, o Google também
expressou concordância em cooperar com o governo para bloquear listas de
palavras relacionadas com o grupo religioso Falun Gong e o Dalai Lama.
O informe da NRB cita ainda o testemunho de Scott Cleland,
ex-subsecretário adjunto norte-americano para Políticas de Informação e
Comunicação, que declara que "o Google rejeita os valores tradicionais
judaico-cristãos".
Segundo o informe, o Facebook também censura, apagando comentários
anti-homossexuais e mantendo parcerias com organizações que promovem a
agenda homossexual.
O discurso do ódio
Com exceção do Twitter, a política das principais plataformas web tem
definições muito difusas do que consideram “o discurso do ódio”,
criticado pelo informe como um perigo para a liberdade de expressão. O
Facebook, por exemplo, proíbe "conteúdo religioso incitante e agendas
político-religiosas".
As normas do Google bloqueiam conteúdo publicitário que critique
grupos por sua religião, orientação sexual ou identidade de gênero. O
informe indica que esta prática elimina a publicidade dos grupos
cristãos pró-família, que se opõem a grupos de defesa dos homossexuais
que promovem a legalização do casamento do mesmo sexo. Implica também
que as críticas a outras religiões ou seitas teologicamente equivocadas
violam a política do Google.
Segundo o estudo, os provedores de serviços de internet Comcast,
AT&T e Verizon também violam a liberdade de expressão e suas normas
permitiriam censurar qualquer conteúdo cristão.
O informe pede a essas empresas que mudem de política, garantindo a
liberdade de expressão e renunciando à censura dos legítimos pontos de
vista cristãos.
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