18 de outubro de 2011
Leonardo Oliveira
O
meu artigo sobre as posições ideológicas do juiz federal William
Douglas, no que diz respeito ao casamento homossexual e aos evangélicos,
causou certo celeuma a alguns cristãos de última hora, quando publicado
no blog do meu amigo Julio Severo. Um deles, que ficou no anonimato,
afirmou as seguintes palavras:
“Sou
cristão, mas por favor,desculpe-me, mas religião dogmática não se
mistura com Direito e evolução, mudanças comportamentais da sociedade”.
Aliados: juiz William Douglas e senador Marcelo Crivella |
Estranho
argumento de alguém “cristão”: o que ele quer dizer com “religião
dogmática”? Quer dizer então que o sr. anônimo, quando sai de casa,
deixa a sua religião em casa e acata a voz e os modismos do mundo? Sua
fé não se mistura com os seus atos? E convém dizer: desde quando as
“mudanças comportamentais da sociedade” significam necessariamente
“evolução”? Esse sujeito dito “cristão” é tão cristão quanto qualquer
cidadão de moral relativista e utilitária. Se ele vivesse na Alemanha
Nazista, na Itália Fascista ou na Rússia bolchevista, perfeitamente
acharia que a perseguição contra dissidentes e judeus ou deportação em
massa de grupos sociais inteiros seriam apenas reflexos de uma “mudança
comportamental da sociedade” e não algo que afeta uma moralidade que
está acima de qualquer utilitarismo social. E por que o tal “cristão” se
revolta contra os dogmas? A Constituição Federal não possui artigos que
são dogmáticos na sua estrutura interna? O art. 5 da Constituição
Brasileira não é uma cláusula pétrea, junto com o art. 60, que fala
sobre a imutabilidade da forma federativa, do direito ao voto, da
separação dos poderes e os direitos e garantias individuais? Que tal
então relativizarmos o direito à vida, pelo simples fato de tal noção
comum de direitos nascer da “religião dogmática” do cristianismo? Pelo
jeito, o cristão de araque nem sabe ao menor o que significa um conceito
dogmático. Mas ele tem outras pérolas:
“O
casamento continua atrelado à concepção principiológica e valorativa da
Bíblia, porém não é possível impor a Bíblia ao ordenamento jurídico nem
a uma pequena parcela da sociedade a favor da união civil entre
homossexuais, todos são livres para agir e pensarem da forma que
quiserem.”
Se
for possível rejeitar o casamento monogâmico e heterossexual, por
continuar atrelado à concepção principiológica da bíblia, por que não
legitimemos a poligamia, comum aos países islâmicos? Os movimentos
homossexuais não estão impondo sua agenda, em detrimento do ordenamento
jurídico? E quem disse que dentro das instituições, devemos agir e
pensar de forma diferente? O casamento não é mero capricho dos desejos
sexuais ou psicológicos incongruentes, mas um compromisso solene, que
implica direitos, deveres e responsabilidades graves e leis, que afetam à
comunidade como um todo. É a partir do casamento que se forma a família
e os filhos. É a partir de uma família estruturada que se forma a boa
prole. No entanto, esse “cristão” leviano, irresponsável, imaturo
intelectualmente e tosco, não concebe a importância basilar da família
na sociedade. Reduz tudo a mero capricho discursivo de juristas
militantes. E repete apenas um lugar-comum da militância homossexual. E
ele finaliza, com as seguintes palavras, fazendo coro à fraqueza
intelectual de William Douglas:
“Jesus
jamais impos algo a alguém. Parabéns ao Juiz William Douglas, homem
culto, é uma pena que a maioria dos religiosos sejam tão ignorantes
quanto os intolerantes homossexuais”.
Jesus
Cristo pregou muita coisa considerada obrigação entre os cristãos. Ele
mesmo nunca abdicou da importância da moral e dos costumes. E eles se
fazem obrigatórios quando isso implica a orientação da comunidade e a
proteção da família. Mas o cristão fajuto repete a mesma bobagem de
William Douglas, nivelando a comunidade cristã à virulenta militância
homossexual. Além de tolos, são intelectualmente estúpidos. Se
dependêssemos de gente como William Douglas e seus acólitos, na defesa
do cristianismo, a maioria dos cristãos estaria agora na cadeia.
Malgrado
esse vendaval de besteirol pseudo-juridiquês, recebi outra crítica
pomposa e vazia de outro colega da minha profissão, um certo Italo
Fabian, que diz:
“Eu
li o artigo do Dr. William Douglas na revista elencada e sinceramente
discordo por completo do que foi dito no texto do Leonardo, sinceramente
minha sensação foi a de que ou o Leonardo não leu o artigo realmente,
ou o problema talvez seja de fato o "não saber ler", pois não há uma
única crítica que ele tenha feito que se encaixe no que foi dito pelo
Magistrado em lide”.
Até
agora me pergunto o que o sujeito discorda de mim, já que ele não
especifica nada. Diz apenas que não sei ler o que o Sr. Douglas disse. E
usa aquela linguagem de causídico antipático e presunçoso, achando que
explicou alguma coisa, quando na verdade é puro “jus enrolandi”: enrola,
esperneia e não diz nada! E ele insiste no choramingo, nos seguintes
dizeres:
“Eu
nem mesmo evangélico sou e li o artigo várias vezes para tentar saber
onde William Douglas disse as coisas alegadas pelo artigo aqui exposto.
São comentários como os feitos aqui que me fazem perceber cada vez mais
que a religião é uma opção cada vez menos viável para um mundo como
nosso, pois são pessoas que pensam como vocês que terminam por fechar as
portas para qualquer possibilidade de diálogo sério e inteligente”.
Curioso
argumento. O sujeito não diz o porquê de sua discordância e apenas me
rotula, junto com Julio Severo, como se sua opinião fosse algum tipo de
verdade auto-evidente. Pura petição de princípio o seu argumento. Resta a
ele nos provar, argumentativamente, por que eu não entendi a linguagem
do Sr. Douglas, como também os motivos de ele crer que a religião é uma
“opção cada vez menos viável”. Será mais viável a agendinha
politicamente correta gay?
“Uma
arrogância sem precendentes me pareceu circundar o que a maior parte
dos comentários aqui expuseram, pois parecem realmente tentar garantir
que os únicos valores e principios que devem valer são os do
cristianismo e quê o valor da dignidade humana parece ser secundário em
comparação com os principios do cristianismo”.
Deixa
ver se eu entendi a linguagem falaciosa do nosso amigo. Quando alguém
defende os princípios do cristianismo como valores supremos, é uma
criatura arrogante? E quando alguém defende a agendinha gay sobre toda
uma tradição estabelecida de dois mil anos de cristianismo é sinônimo de
“progresso” e defesa do “valor da dignidade humana”? O mais engraçado é
o causídico tolo dissociar o cristianismo do conceito da dignidade do
ser humano, já que este princípio só existe, de fato, porque o
cristianismo vingou no ocidente. Mas quem disse que os estudantes de
direito ou advogados, na atualidade, possuem alguma cultura histórica
elementar? Já vi colegas advogados ouvindo a música da banda Calypso; já
vi amigos advogados lendo Paulo Coelho ou algo bem inferior como se
fosse grande literatura; já vi advogados que não liam coisa alguma. Isto
porque o movimento homossexual é um sinônimo de modéstia cristã: eles
criam as chamadas leis “anti-homofobia”, que ameaçam criminalizar uma
boa parte das opiniões e da moral da sociedade, e os arrogantes é que
são os cristãos? A inversão psicológica deste sujeito é pior do que a
esquizofrenia. Mas o rapazinho joga confete no seu amiguinho Douglas,
como uma claque dando palmas para seu guru concurseiro:
“Pessoas
como o Magistrado William Douglas me dão esperança de que ainda existam
cristãos verdadeiros, intelectualmente honestos e cuja cristianismo
vivido não o impede de ser sensato quanto à realidade do mundo em que
vive”.
Neste
ponto, não podemos tirá-lo da razão: William Douglas é a esperança de
os cristãos, cedo ou tarde, terão seu direito de palavra tirada por
gente como Italo Fabian, essa criatura maravilhosa do meio jurídico. E
claro, “sensato” mesmo é mandar alguém pra cadeia porque disse que a
bíblia acha o homossexualismo “abominação”. O cúmulo da sensatez mesmo é
casar dois marmanjos brincando de casinha, um com véu e grinalda e
outro brincando de noivo. Essa “realidade” do Sr. Italo é bem mais
doentia do que um hospício. Talvez até o hospício tenha mais sensatez do
que essas opiniões.
“Me parece que o magistrado sim possui princípios de respeito ao ser humano que acredito que são os mesmo que Cristo defendia”
Não
sei qual Cristo o Sr. Fabian serve. Mas, com certeza, Cristo jamais
apoiaria agendinha homossexual. E tampouco aceitaria colocar cristãos na
cadeia, pelo simples crime de rejeitar o homossexualismo. Contudo,
temos esses causídicos idiotas que conhecem Jesus Cristo através de um
folhetim gay ou da Teologia da Libertação.
“Mas
não vi a Cristo nem nos comentários e tão pouco nos posts aqui
apresentados, lastimável que pessoas como vocês fechem a porta do que
vocês acreditam ser o reino dos céus para pessoas como eu. Jamais
gostaria de participar de um grupo que defende o quê vocês defenderam no
artigo e nos posts”.
Mas
é óbvio, sr. Italo Fabian: como a maioria da militância gay, você quer
gente como nós na cadeia. Tudo em nome dos direitos humanos, da
liberdade de expressão, da tolerância e do progresso da humanidade!
“Isso me faz lembrar o Jesus da bíblia”.
"Mas
ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens
o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão
entrando." Mateus 23:13
Cordial Abraço a todos”.
O
nosso amigo distorce as palavras de Nosso Senhor e o fariseu hipócrita
sou eu e Julio Severo? Não satisfeito, o Sr. Italo Fabian retruca mais
outras palavras, que mais obscurecem o debate. Como o juridiquês não
convenceu Julio Severo, que o mandou catar pulga de cachorro (uma
provocação educada), o Sr. Fabian veio faz papel de vítima, quando na
verdade, não retruca, não afirma, não confirma, enfim, não diz nada:
“Uma
boa argumentação independe de curso universitário e portanto isso
apenas ilustra o ‘No Sense’ de ter dito que ele é um advogado, não
estamos avaliando aqui titulações, embora você pareça estar
preocupadíssimo com elas. Uma pessoa que coloca um Blog no ar certamente
precisa se responsabilizar pelo que escreve e estar disposto a receber
críticas, mas me parece que esse é o único blog em que discordar é um
pecado...”
Resta-nos
saber onde Julio Severo diz que discordar dele “é um pecado”? Eu mesmo
já discordei de Julio Severo várias vezes e ele nunca me inquiriu ou
censurou. Pelo contrário, tenho até espaço no blog dele. No entanto, o
Sr. Italo Fabian projeta nos outros o que é mero expediente dele: o
único “pecado” de Julio Severo é defender alguns princípios do
cristianismo sem as adaptações esdrúxulas e ridículas do Sr. Fabian, que
quer agradar ao mundo, mesmo perdendo a sua alma. Curioso, porque o Sr.
Italo Fabian não reconhece nem mesmo esse direito de discordar da parte
de Julio Severo.
“Acredita
mesmo que esse comportamento contraditório em um texto seu, realmente
ajuda a você como cristão a mostrar a suposta transformação tão alegada
pelo cristianismo? Alguém que faz acepção de pessoas como você fez entre
eu e os anônimos é um demonstrativo claro de quê meu comentário apenas
abriu um buraquinho em sua maneira fundamentalista de pensar sobre o que
foi escrito pelo Leonardo”.
Só restou ao Fabian apelar ao argumento ad hominem,
como se o “fundamentalismo” de Julio Severo desmerecesse as minhas
palavras a respeito de William Douglas. O pior de tudo é que este
sujeito faz pose de santinho, defendendo as piores hipocrisias e
deturpações. Deforma a perspectiva cristã dos valores, denigre os
cristãos, e sofisma até mesmo na pregação evangélica, para adaptá-la aos
caprichos dos inimigos do Nosso Senhor. E ainda este sujeito diz que o
cristão que defende o evangelho é ainda hipócrita como os fariseus? Isso
não chega a ser nem mesmo hipocrisia. É uma distorção tal da realidade,
que só mesmo uma pessoa espiritualmente muito doente pode chegar a
tanto. Rezemos pelo Sr. Fabian e o perdoemos, porque simplesmente ele
não sabe o que faz e tampouco o que diz.
Fonte: Conde Loppeux
Divulgação: www.juliosevero.com
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