[IHU]
9/10/2011
O
ex-vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre, Adelino Vera Cruz Pinto,
acusado de desviar R$ 2,5 milhões da arquidiocese gaúcha, passou a integrar a
lista de procurados da Interpol. O dinheiro foi entregue ao português por
padres gaúchos como garantia de um financiamento para a reforma de igrejas.
A reportagem
está publicada no jornal Zero Hora, 08-10-2011.
Na semana
passada, a justiça gaúcha reiterou um pedido de prisão preventiva. A partir
disso, o delegado Paulo Cesar Jardim, que comanda o inquérito,
encaminhou o nome de Adelino à Polícia Federal. Segundo Jardim, ele
deverá ser preso em breve.
A defesa do
ex-vice-cônsul foi procurada, mas preferiu não se manifestar nesse momento. Em
recente entrevista ao Programa Fantástico, Adelino negou as
acusações.
Relembre o
caso:
— Em junho,
o padre Luís Inácio Ledur
protocola no Consulado de Portugal pedido de ajuda para reformar templos
de origem portuguesa, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, na Capital, e a do
Senhor Bom Jesus, em Triunfo.
— O
vice-cônsul de Portugal, em Porto Alegre, Adelino Pinto, se prontifica a
ajudar. Seria possível obter uma doação de R$ 12 milhões, com uma contrapartida
da Igreja de R$ 2,5 milhões.
— As
negociações, via e-mail, são feitas com Teresa Falcão e Cunha, que seria
diretora de uma ONG de Bruxelas, responsável pela intermediação da verba.
— Em
dezembro, o padre e o vice-cônsul viajam a Lisboa para encontro com Teresa.
O padre descobre que precisa depositar R$ 2,5 milhões em conta da Igreja
em um banco de Portugal para garantir a doação. Como não pode enviar dinheiro
ao Exterior, acerta usar a conta bancária do vice-cônsul.
— A Arquidiocese
deposita o dinheiro na conta do vice-cônsul. São lavradas certidões em
cartórios nas quais Adelino se compromete em não movimentar o recurso, mas ele
tira o dinheiro da conta e entrega para Teresa.
— A Arquidiocese
cobra explicações do vice-cônsul e, em 11 de março, registra ocorrência na
polícia. No dia 28, a polícia suspende a investigação porque o vice-cônsul tem
imunidade consular. A Igreja descobre que Teresa não teria ligações com
o governo de Lisboa.

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