O Espírito Santo desce sobre o Papa Gregório I, por Carlo Saraceni, pintura de 1610, Roma. |
A infalibilidade papal é o dogma da teologia católica, a que afirma que o Papa
em comunhão com o Sagrado
Magistério, quando delibera e define (clarifica) solenemente algo em
matéria de fé ou moral (os costumes), ex cathedra, está sempre correcto. Isto porque
acredita-se que, na clarificação solene e definitiva destas matérias, o Papa
goza de assistência sobrenatural do Espírito Santo, que o preserva de todo o erro.
O uso da infalibilidade é restrito somente às questões e verdades relativas
à fé e à moral (costumes), que são divinamente reveladas
ou que estão em íntima conexão com a Revelação divina.
Uma vez proclamadas e definidas solenemente, estas matérias de fé e de moral
transformam-se em dogmas, ou seja, em verdades imutáveis e
infalíveis que qualquer católico deve aderir, aceitar e acreditar de uma
maneira irrevogável. Logo, a consequência da infalibilidade
é que a definição ex catedra dos Papas
não pode ser revogada e é por si mesma irreformável.
As declarações de um Papa em ex cathedra não devem ser
confundidas com ensinamentos que são falíveis, como uma bula.
A infalibilidade papal foi longamente discutida e ensinada como doutrina
católica, tendo sido declarada um dogma na Constituição Dogmática Pastor
Aeternus, sobre o primado e infalibilidade do
Papa, promulgada pelo Concílio Vaticano I.
A Constituição foi promulgada na Quarta Sessão do Concílio, em 18 de julho de 1870,
pelo Papa Pio IX.
A parte dispositiva do documento tem o seguinte teor:
"O
Romano Pontífice, quando fala "ex
cathedra", isto é, quando no exercício de seu ofício de pastor e
mestre de todos os cristãos, em virtude de sua suprema autoridade apostólica,
define uma doutrina de fé ou costumes que deve ser sustentada por toda a
Igreja, possui, pela assistência divina que lhe foi prometida no
bem-aventurado Pedro, aquela
infalibilidade da qual o divino Redentor quis que gozasse a
sua Igreja na definição da doutrina de fé e
costumes. Por isto, ditas definições do Romano Pontífice são em si mesmas, e
não pelo consentimento da Igreja, irreformáveis."
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Além do Papa, quando ele fala ex cathedra, goza também de
infalibilidade o episcopado católico
pleno, em união com o Papa, que é a cabeça do episcopado, mas só quando reunido
em concílio ecuménico;
ou quando, disperso em toda a Terra, o episcopado ensina e promove uma verdade
de fé ou de costumes professada e sustentada já por toda a Igreja Católica.
A Igreja Católica acredita no dogma da infalibilidade papal porque ela,
governada pelo Papa em união com os seus Bispos, professa que ela é o autêntico
"sacramento de Jesus
Cristo, a Verdade em pessoa e Aquele que veio trazer as
verdades fundamentais" à humanidade para a sua salvação. A Igreja Católica acredita também que
este dogma é o "efeito concreto" da "promessa de
Cristo de preservar a sua Igreja na verdade".
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