segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Piacenza: como levar a Palavra de Deus aos homens

Conferência a sacerdotes hispânicos nos Estados Unidos

LOS ANGELES, segunda-feira, 10 de outubro de 2011 (ZENIT.org) – A Palavra chega verdadeiramente às pessoas pela ação do Espírito Santo, manifestada na Tradição e no Magistério da Igreja.
Esta foi a mensagem do prefeito da Congregação para o Clero, cardeal Mauro Piacenza, ao dirigir, na terça-feira passada, em Los Angeles, uma conferência intitulada “A Palavra de Deus na vida do sacerdote”, a presbíteros de língua espanhola que exercem seu ministério nos Estados Unidos.
O cardeal explicou que a eficácia do anúncio, “contrariamente ao que se pensa habitualmente, não depende do conhecimento, mas da vida e do testemunho”.
“A eficácia é totalmente dependente da ação poderosa da graça e do insondável mistério da liberdade humana”, acrescentou.
Segundo o purpurado, “na tarefa de anunciadores, é necessário ter constantemente presente a unidade da Sagrada Escritura, Tradição e Magistério”.

O purpurado destacou que o anúncio por parte do sacerdote, “sobretudo na pregação e na catequese, participa, de certa forma, da autoridade do próprio Magistério eclesial”.
“A possibilidade do anúncio está estruturalmente vinculada ao conhecimento das Escrituras e à familiaridade e identificação com o pensamento de Cristo”, acrescentou.
A Palavra de Deus “é uma Pessoa, não um livro”, reiterou; e a experiência, revelação, ensinamentos e instituições dessa Pessoa, Jesus, estão contidas “nas Sagradas Escrituras divinamente inspiradas”.
O cardeal também destacou que a Revelação inclui, além do que está materialmente contido nas Sagradas Escrituras, o conjunto inseparável da Sagrada Escritura e da Tradição eclesial, interpretadas de maneira autorizada pelo Magistério.
Sobre a relação do sacerdote com a Palavra, o cardeal indicou que o primeiro é conhecer seu conteúdo e identificar-se com o pensamento de Cristo.
O sacerdote, disse o cardeal, “precisa se aproximar da Palavra com um coração dócil e orante, para que ela penetre a fundo em seus pensamentos e sentimentos, gerando uma mentalidade nova: a mente de Cristo”.
“Ler e reler os episódios de que o Senhor é protagonista, as respostas que Ele dá nas diferentes circunstâncias e a atitude que assume diante dos pobres, dos pequenos, dos fracos, dos pecadores, das mulheres etc., determina a progressiva assimilação do seu pensamento e da sua maneira de agir”, orientou.
E “ser pessoas que escutam e anunciam a Palavra de Deus faz dos sacerdotes homens necessariamente capazes de incidir na cultura”, explicou.
Neste ponto, o representante vaticano lançou um apelo aos sacerdotes: “É urgente e necessário, neste sentido, superar todo complexo de inferioridade com relação à cultura”.
“Em uma cultura relativista, hedonista, consumista e individualista, a Palavra de Deus – e nós com ela – está chamada a colocar novamente o homem em relação com Deus e com os seus irmãos, na relação autêntica com a realidade e com a razão, abrindo-o continuamente à verdade”, declarou.
E terminou afirmando que “os fiéis esperam ouvir a Palavra de Deus dos lábios do sacerdote; buscam o pensamento de Deus nas ponderações do sacerdote; os caminhos de Deus, nos caminhos indicados e percorridos pelo sacerdote”.

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