nte, portanto,
que a vida consagrada "saiba pôr-se em uma atitude de verdadeira escuta ao
homem hodierno e às suas problemáticas que ele traz consigo no seu caminho
existencial". E se o tempo histórico atual apresenta muitas dificuldades,
"elas só não desanimam a Vida Consagrada se ela souber adquirir aquela
Sabedoria com a qual ela saberá julgar os problemas hodiernos com esperança".1111111111 1111
14/11/2011
Os religiosos devem
obedecer aos bispos, recomenda a Congregação para a Vida Consagrada e
as Sociedades de Vida Apostólica. "É fonte de perplexidade que os
religiosos não participem das estruturas de consulta e de colaboração da Igreja
particular, como os encontros de decanato, as assembleias pastorais, as
jornadas de formação".
A reportagem é de Giacomo
Galeazzi, publicada no sítio Vatican Insider, 12-11-2011. A
tradução é de Moisés Sbardelotto.
Além disso, é direito
de um bispo ser consultado quando um instituto religioso "vende um imóvel,
retira um pároco ou um vigário, ou decide deixar a diocese". Portanto, as
ordens religiosas não poderão mais se defender atrás do escudo da isenção. É o
fim dado pelaSanta Sé às igrejas paralelas "faça você
mesmo".
"Houve algumas
declarações infelizes por parte de alguns que afirmavam ser porta-vozes de uma
'Igreja profética', que, por sua natureza, deve se opor à hierarquia".
Quase como se "pudessem subsistir como duas realidades diferentes, uma
carismático, a outra institucional, enquanto ambos os elementos, ou seja, os
dons espirituais e as estruturas eclesiais, formam uma única, embora complexa,
realidade".
Há muito tempo, chovem
no Vaticano, especialmente da Áustria e da América
do Sul, notícias alarmantes de sacerdotes dissidentes que fazem com que
leigos celebrem a missa e que admitem os divorciados em segunda união à
comunhão, de mosteiros e conventos que atuam sem dialogar com o bispo e de
inveterados abusos litúrgicos.
O secretário da Congregação
dos Religiosos, monsenhor Joseph Tobin,
comunicou aos superiores maiores o "alto lá" do papa aos desvios das
regras. Mostrando os elementos de dissonância recíprocos, a Santa Sé colocou
sob observação a fraca colaboração entre Igreja local e vida consagrada para
"superar uma tendência a uma forte separação entre sacerdotes religiosos e
diocesanos". O objetivo é redescobrir a "missão comum do cuidado das
almas".
O Vaticano condena
o fato de ter se desenvolvido, entre os sacerdotes provenientes de institutos
religiosos, "a tentação de um fechamento em si mesmos, manifestada, por
exemplo, na não colaboração com a Igreja local a respeito de certos pedidos
pastorais que não invalidam o fato de poderem viver seu próprio carisma, ou na
não participação nas várias iniciativas empreendidas pelas dioceses".
Uma outra tentação, de
acordo com o "número dois" do dicastério vaticano, que está presente
hoje dentro dos sacerdotes que pertencem à vida consagrada com relação à Igreja
local, oposta à anterior, se dá pelo fato de "não viver plenamente o
próprio carisma, por causa da excessiva generosidade com a qual se quer responder
às exigências sacramentais presentes nesse determinado território". A
urgência agora é de "aumentar, acima de tudo, um conhecimento entre
sacerdócio religioso e diocesano e também uma efetiva colaboração".
Por isso a Santa
Sé pede "uma ação de diálogo entre essas duas realidades
eclesiais". Esse diálogo deveria se desenvolver sobre quatro
características fundamentais que são: a clareza, a confiança, a mansidão e a
prudência.
É preciso que "as
estruturas voltadas ao diálogo entre Igreja local e vida consagrada"
tenham como fundamento "a busca da comunhão recíproca na Igreja". No
centro de tudo, deve haver "a escuta das pessoas e sobretudo das
necessidades mais profundas do homem moderno e a busca da verdadeira Sabedoria
para saber ler os acontecimentos que ocorrem na história através dos olhos de
Deus".
A vida consagrada tem
"uma missão viva dentro da sociedade, que é a de saber reconciliar o homem
com Deus". Para realizar isso, os consagrados, especialmente os
sacerdotes, "devem aprender de Jesus o mesmo olhar que Ele tinha quando
estava no mundo e olhava para a humanidade que se apresentava diante
dele".
É importante, portanto,
que a vida consagrada "saiba pôr-se em uma atitude de verdadeira escuta ao
homem hodierno e às suas problemáticas que ele traz consigo no seu caminho
existencial". E se o tempo histórico atual apresenta muitas dificuldades,
"elas só não desanimam a Vida Consagrada se ela souber adquirir aquela
Sabedoria com a qual ela saberá julgar os problemas hodiernos com esperança".
Essa esperança
"nasce da força do carisma, que é o instrumento com o qual é preciso
considerar todas as coisas através dos olhos de Deus e com a confiança de que o
Senhor, mesmo no tempo hodierno, está preparando algo para todas as pessoas,
que nós, porém, imediatamente, ainda não conhecemos". Portanto, a
"vida consagrada, centrada em Cristo, saberá realmente oferecer ao tempo
hodierno a sua presença vivificante, sapiencial e profética".
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