E rejeita as tentativas de usar os embriões
Por Antonio Gaspari
ROMA, segunda-feira, 14 de novembro, 2011 (ZENIT.org)
- A Igreja deseja, apoia e promove a investigação e o tratamento com as
células-tronco adultas, mas rejeita qualquer tentativa de usar células
tiradas de embriões produzidos para fins meramente utilitarísticos.
Isto é o que disse o Papa Bento XVI, sábado 12 de novembro,
recebendo em audiência os participantes do Congresso Internacional
organizado pelo Pontifício Conselho para a Cultura, com o tema:
"Células estaminais adultas: Ciência e o Futuro do Homem e da Cultura".
De acordo com o Papa, "A pesquisa científica oferece uma
oportunidade única para explorar a maravilha do universo, a
complexidade da natureza e a beleza distintiva da vida, incluindo a
vida humana."
"Mas - explicou - porque os seres humanos são dotados de uma alma
imortal e são criados à imagem e semelhança de Deus, há dimensões da
existência humana que estão além dos limites do que as ciências
naturais são competentes de determinar".
A este respeito, o Bispo de Roma disse que "se estes limites forem
excedidos ou ultrapassados, existe um sério risco de que a dignidade
única e a inviolabilidade da vida humana estejam sujeitas a
considerações puramente utilitarísticas".
Pelo contrário - acrescentou -, "se esses limites são devidamente
respeitados, a ciência pode dar uma contribuição realmente notável à
promoção e proteção da dignidade do homem”.
Sobre a pesquisa e o uso das células-tronco, o Papa sublinhou que
"os benefícios potenciais da pesquisa sobre células-tronco adultas são
muito significativos", porque a melhoria que tais terapias prometem
constituiria um avanço significativo na ciência médica, trazendo uma
nova esperança para os doentes e suas famílias. "
O Papa está preocupado com a mentalidade pragmática que parece
pronta para produzir e destruir embriões com tal de alcançar o fim
desejado.
"A destruição de uma só vida humana - afirmou Bento XVI - nunca pode
ser justificada em termos de benefício que um dia poderia trazer à
outra vida humana".
A este respeito, o Papa citou o parágrafo 32 da Instrução Dignitas
Personae, da Congregação para a Doutrina da Fé, que afirma: "Não surgem
problemas éticos quando as células-tronco são removidas dos tecidos de
um organismo adulto, do sangue do cordão umbilical no momento do
nascimento, ou dos tecidos de fetos mortos de morte natural".
Uma vez esclarecido quais são os limites éticos da pesquisa, o Papa
explicou que "no chamar a atenção para as necessidades dos indefesos, a
Igreja não só pensa nos nascituros, mas também naqueles que não têm
fácil acesso aos caros tratamentos médicos", porque "a doença não faz
acepção de pessoas e pede justiça para colocar os frutos da pesquisa
científica à disposição de todos aqueles que possam se beneficiar,
independentemente dos seus meios".
Para garantir que os avanços da ciência médica possam ir de mãos
dadas com a disposição justa e equitativa dos serviços sanitários, o
Papa observou como a Igreja seja capaz de oferecer assistência concreta
por meio da sua vasta pastoral sanitária, em tantos países do mundo e
com especial cuidado pelas necessidades dos pobres do mundo.
Em conclusão, o Papa assegurou uma oração especial para todos
aqueles que "trabalham duro para trazer salvação e esperança aos que
sofrem” e especialmente confiou à intercessão de Maria, Salus
infirmorum, "todos os pacientes que podem se beneficiar" das pesquisas
e das curas pelas células-tronco adultas.
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