[bibliacatolica]
30 outubro 2011
Fonte: Veritatis Splendor
Vários
protestantes têm uma grande pulga atrás da orelha com o rosário. “Como é
antibíblico!”, dizem eles. Pois bem, é hora de analisar o Rosário e ver
o que a Bíblia tem a dizer sobre este assunto.
O Rosário é uma coleção de orações individuais:
1 – O Credo
2 – O Pai-Nosso
3 – A Ave-Maria
4 – Glória
5 – Salve Regina
2 – O Pai-Nosso
3 – A Ave-Maria
4 – Glória
5 – Salve Regina
1. O Credo Apostólico
“Creio
em Deus-Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra, e em Jesus
Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pela Virgem
Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos e ressuscitou ao terceiro dia. Subiu aos céus
e está sentado à direita de Deus-Pai todo-poderoso, donde há de vir a
julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja
Católica, na Comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na
ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.”
Este é um dos credos
mais antigos que se conhece. Foi inicialmente usando pelos cristãos de
Roma. Não há nada antibíblico nele. A única coisa que alguém poderia
objetar seria a expressão “creio…na Santa Igreja Católica”. Bem, a
primeira pessoa a utilizar a expressão “Católica” (palavra grega para
“geral, universal”) foi Santo Inácio de Antioquia em sua carta aos
Esmirnenses. Ele morreu em 107 A.D., o que nos faz tirar a lógica
conclusão que tal designação para a igreja já era utilizada desde antes.
Ele utilizou este termo para diferenciar a Igreja fundada por Cristo e
pelos apóstolos das outras igrejas e filosofias heréticas que estavam
aparecendo.
2. O Pai-Nosso
Bem, nada de antibíblico aqui. Sem comentários mais.
3. A Ave-Maria
“Ave,
Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo. Bendita sois vós entre as
mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre, Jesus. Santa Maria, rogai
por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém”.
Isto coloca um bom problema aos protestantes. Porquê? Veja o que a Bíblia diz sobre isso (versão KJV):
“E
o anjo veio sobre ela, e disse, Ave, tu que és grandemente favorecida, o
Senhor está contigo. Bem-aventurada és tu entre as mulheres”. (Lc 1,28)
São
Jerônimo, um dos primeiros Pais da Igreja, traduziu a Bíblia grega para
o latim, e a melhor forma de traduzir para o latim a forma “grandemente
favorecida” foi “gratia plena”, que significa “cheia de graça”. Isto
denota muito bem o estado de Maria, “cheia de graça”, sem pecado.
Desta forma, a primeira parte da Ave-Maria não deixa problema algum. E quanto à segunda parte?
Santa
Maria? É esperado que, sendo Maria a mãe do “Santo dos Santos”, ela
seja também uma pessoa santa. Isto não pode ser problema para os
protestantes, que acreditam que todos os cristãos são santos, de uma
forma ou de outra, no mínimo.
Mãe de Deus? Maria é a mãe de Jesus,
certo? Jesus era uma pessoa divina com uma natureza divina e humana.
Maria “assim como fazem todas as mães” deu a luz à pessoa, não à
natureza. E a qual pessoa ela deu à luz? Uma pessoa divina. Logo, Maria é
a mãe de Deus.
Rogai por nós, pecadores? Pedimos que Maria ore
por nós. Mas ela não está morta? Não de acordo com a Bíblia (Mc
12,26-27; Mt 27,52-53).
Nós devemos orar pelos outros, diz Tiago
(Tg 5,16). Ora, mas Jesus não é o único mediador? Sim, assim como Ele é o
único rei, o único Senhor, o único sacerdote, etc…E enquanto
partilharmos deste seu sacerdócio e reinado, também partilhamos desta
única mediação.
Agora e na hora de nossa morte? Oh-oh!, como Maria
sabe quando morreremos? Bem, ela possui a visão beatífica (1 Cor 13:12;
2 Pd 1:4), e além do mais, não existe época no paraíso, somente
eternidade e, portanto, nem Maria ou os anjos estão sob o limite do
tempo e por isso podem ouvir todas as nossas orações.
4. Glória
“Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre. Amem”.
Pequena e linda oração. Ninguém reclame dela.
5. Salve Regina (Salve Rainha)
“Salve
Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa. Salve! A
vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós, suspirando, gemendo e
chorando neste vale de lágrimas. Ei-a pois, advogada nossa, esses vossos
olhos misteriosos a nós volvei. E depois deste desterro, mostrai-nos
Jesus. Bendito é o fruto do teu ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce
sempre virgem Maria. Rogai por nós, santa mãe de Deus, para que sejamos
dignos das promessas de Cristo”.
É bem complicado, vamos com calma.
Rainha?
Considere que Jesus, Rei dos Reis, nunca foi casado. Se um rei não
possui esposa, quem, portanto, é a rainha? Sua mãe! E isto se aplica
aqui.
Vida, doçura e esperança? Isto diz respeito à mediação de
Maria, assunto que não abordaremos neste texto pela sua natureza mais
profunda. Chamamos Maria desta forma porque ela é a causa, estritamente
na forma subordinada “claro”, da nossa salvação, vida, doçura e
esperança (que é Jesus).
Vossos olhos misericordiosos? Maria, como
imaculada, tem misericórdia de seus filhos. Lembrando que todos somos
seus filhos. Ela é nossa mãe, porque somos parte do corpo de Jesus,
nascido de Maria.
Clemente, piedosa, doce? Quem nega que a mãe de
Jesus é clemente? Ou piedosa? Ou doce? Minha mãe (carnal) é! Quanto mais
com um filho como Jesus, o filho de Deus!
Como vimos, são várias
orações. Claro, existem entre nós questões sobre o rosário, como apontam
alguns quando dizem que Jesus nos recomendou não rezar em “vãs
repetições” como fazem os gentios (Mt 6,7).
Mas notem todos que
Jesus não condena as repetições, somente as que são “vãs”. Se nós
condenamos católicos bêbados, não estamos condenando todos os católicos
que bebem e nem significa que todos os católicos “são” bêbados. Isto
somente significa que aqueles católicos que “estavam” bêbados são
condenados. Aqui é a mesma coisa. Jesus disse para não rezarmos as
repetições “que são vãs”, ou sejam, de nada adiantariam. E porque o
rosário não é incluído nestas “vãs repetições”? Porque nele nós
meditamos os mistérios da vida, morte e ressurreição de Cristo, e isto
nunca será “vão”. A Ave-Maria somente é a base para todos estes
mistérios. Nunca se acreditou que se consegue alguma coisa com uma certa
quantidade de orações. O Rosário bem recitado é aquele bem meditado,
com concentração. Onde as palavras não são somente balbuciadas, mas
rezadas com fé.
Então, da próxima vez que alguém se dizer um
cristão, pergunte como honra a Maria. Se disser “não, obrigado, não sou
idólatra, somente honro a Jesus”, pergunte então porque a Bíblia nos
pede para honrarmos os santos (1 Pd 1,6-7), e porque Maria é tão
“grandemente favorecida”.
“Doravante, todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48).
Traduzido para o Veritatis Splendor por Rondinelly Ribeiro Rosa.
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