Do uol Notícias
Em São Paulo
O papa Bento 16 pediu neste domingo (25) o fim da violência na Síria,
"onde já se derramou tanto sangue", e que se "retome o diálogo entre
israelenses e palestinos", na mensagem de Natal "Urbi et Orbi" (para a
cidade e para o Mundo), proferida no Vaticano.
Papa Bento 16 |
Que "Ele, que é o Príncipe da Paz, conceda a paz e a estabilidade à
Terra na qual decidiu vir ao mundo, incentivando a retomada do diálogo
entre israelenses e palestinos. Que faça cessar a violência na Síria,
onde já se derramou tanto sangue. Que favoreça a plena reconciliação e a
estabilidade em Iraque e Afeganistão", disse o Papa.
Em um dia ensolarado e de clima ameno para esta época do ano, o Papa
presidiu a cerimônia na Basílica de São Pedro, sentado em uma poltrona,
acompanhado por dezenas de milhares de fiéis de vários países, que o
aclamavam aos gritos de "viva o Papa" e "Benedetto" (Bento, em
italiano).
"Possa o Senhor socorrer a humanidade, ferida por numerosos conflitos
que, ainda hoje, sujam de sangue o planeta", afirmou o Pontífice.
O Papa também "invocou a ajuda divina para as populações do Chifre da
África, que sofrem com a fome, frequentemente agravada por uma situação
persistente de insegurança". "Que a comunidade internacional não prive
de ajuda os muitos refugiados procedentes desta região, duramente postos
à prova em sua dignidade", acrescentou, renovando seu apelo aos
afetados por esta crise, frequentemente esquecida.
Bento 16 disse também que o "grande pecado" dos homens é agir de
maneira presunçosa e competir com Deus, ao tentar ocupar seu lugar e
decidir o que é bom e o que é ruim.
Neste dia de Natal, o papa, de 84 anos, afirmou que Jesus veio ao mundo
para salvar o homem de todos os tempos. "Jesus foi enviado por Deus
para nos salvar desse mal profundo, enraizado no homem e na história,
que é a separação de Deus, o pretensioso orgulho de agir por si só,
tentar competir com Deus e ocupar seu lugar, decidir o que é bom e o que
é ruim e ser o dono da vida e da morte", afirmou.
Ele acrescentou que esse é "o grande mal, o grande pecado", do qual os
homens não podem se salvar de outra maneira senão se aproximando de
Deus. Essa salvação também foi pedida para todas aquelas pessoas que
vivem em situações difíceis e para os "que não têm voz".
O papa implorou ainda consolo para a população do sudeste asiático,
especialmente da Tailândia e Filipinas, que se encontram ainda em graves
situações devido às recentes inundações. E defendeu o diálogo e a
colaboração em Mianmar, a estabilidade política nos países da região
africana dos Grandes Lagos e o fortalecimento do compromisso dos
habitantes do Sudão do Sul para proteger os direitos de todos.
"Voltemos nosso olhar à gruta de Belém: o menino que contemplamos é
nossa salvação. Ele trouxe ao mundo uma mensagem universal de
reconciliação e de paz. Abramos nossos corações a ele e demos as
boas-vindas à sua presença em nossas vidas", afirmou.
A mensagem seguiu a mesma linha da homilia pronunciada na noite passada
durante a Missa do Galo, na qual pediu a paz no mundo e implorou a Deus
que "demonstre seu poder" e atire ao fogo "as varas do opressor, as
túnicas cheias de sangue e a botas dos soldados".
O pontífice avaliou que o Natal se transformou em um uma "festa do
comércio", cujas luzes escondem o mistério da humildade de Deus, que nos
convida à humildade e à sutileza.
Ele exortou os fiéis a celebrar o Natal renunciando à obsessão "pelo
que é material, mensurável e tangível" e pediu por todos aqueles que
"têm que viver o Natal na pobreza, na dor, na condição de emigrantes,
para que apareça diante deles um raio da bondade de Deus".
Após a mensagem deste domingo, o papa deu a bênção "Urbi et Orbi" (à
Roma e a todo o mundo) em 65 idiomas, entre eles espanhol, português e
guarani.
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