2 de dezembro
Na época em que Roma estava sob o poder o imperador Juliano, “o
Apóstata”, aconteceu um dos últimos surtos de perseguição fatal aos
cristãos, entre 361 e 363. O tirano, que já tinha renegado seu batismo e
abandonado a religião, passou a lutar pela extinção completa do
cristianismo.
Começou substituindo todos os cristãos
que ocupavam empregos civis por pagãos, tentando colocar os primeiros no
esquecimento. Mas não parou por aí. Os mais populares e os mais
perseverantes eram humilhados, torturados e, por fim, mortos.
No ano 363, a família de Bibiana foi
executada na sua presença, porque não renunciou à fé cristã. Flaviano,
seu pai, morreu com uma marca na testa que o identificava como escravo.
Defrosa, sua mãe foi decapitada. Ela e a irmã Demétria, antes, foram
levadas para a prisão.
A primeira a morrer foi Demétria, que
perseverou na fé após severos suplícios na presença da irmã. Por último,
foi o martírio de Bibiana, para a qual, conforme a antiga tradição, o
governador local usou outra tática. Foi levada a um bordel de luxo para
abandonar a religião ou ser prostituída. Mas os homens não conseguiam
aproveitar-se de sua beleza, pois a um simples toque eram tomados por um
surto de loucura. Bibiana, então, foi transferida para um asilo de
loucos e lá ocorreu o inverso, os doentes eram curados.
Sem renegar Cristo, foi entregue aos
carrascos para ser chicoteada até a morte e o corpo jogado aos cães
selvagens. Outro prodígio aconteceu nesse instante, pois os cães não o
tocaram. Ao contrário, mantiveram uma distância respeitosa do corpo da
mártir. Os seus restos, então, foram recolhidos pelos demais cristãos e
enterrados ao lado dos familiares, num túmulo construído no monte
Esquilino, em Roma.
Finalmente, a perseguição sangrenta
acabou. A história do seu martírio ganhou uma devoção dos fieis. Santa
Bibiana passou a ser incovada contra os males de cabeça e as doenças
mentais e a epilepsia. Seu túmulo tornou-se meta de peregrinação e o seu
bonito nome escolhido na hora do batismo. Também a conhecida variação,
não menos bela, de Viviana se tornou popular na cristandade.
A veneração era tão intensa que o papa
Simplício mandou construir sob sua sepultura uma pequena igreja dedicada
a ela, no ano 407. O culto ganhou um reforço maior ainda quando, por
volta de 1625, foi erguida sob as ruínas da antiga igreja uma basílica.
Nela, as relíquias de santa Bibiana se encontram guardadas debaixo do
altar-mor.
Além de ser uma das padroeiras da
belíssima cidade de Sevilha, na Espanha, santa Bibiana é, também,
padroeira da diocese de Los Angeles, nos Estados Unidos. É celebrada no
dia 2 de dezembro, considerado o de sua morte pela fé em Cristo.
Santa Bibiana ou Viviana, rogai por nós!
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