22 de dezembro
Filha de família pobre, cresceu em meio à miséria que pairava, em meados
do século XIX, no norte da Itália. Franzina, de saúde fraca, não
conseguiu ser aceita nos conventos. Apesar disso, era dona de uma alma
grandiosa, digna de figurar entre os santos. Assim pode ser definida
santa Francisca Cabrini, com sua vida voltada somente para a caridade e o
bem do próximo.
Francisca Cabrini foi a penúltima de
quinze filhos de Antônio e Estela, camponeses muito pobres na pequena
Santo Ângelo Lodigiano, região da Lombardia. Nascida em 15 de julho de
1850, desde pequena se entusiasmava ao ler a vida dos santos. A
preferida era a de são Francisco Xavier, a quem venerou tanto que
assumiu seu sobrenome, se auto-intitulando Xavier. Sua infância e
adolescência foram tristes e simples, cheia de sacrifícios e pesares.
Francisca, porém, gostava tanto de ler e
se aplicava de tal forma nos estudos que seus pais fizeram o possível
para que ela pudesse tornar-se professora.
Mal se viu formada, porém, encontrou-se
órfã. No prazo de um ano perdeu o pai e a mãe. Enquanto lecionava e
atuava em obras de caridade em sua cidade, acalentava o sonho de
entregar-se de vez à vida religiosa. Aos poucos, foi criando coragem e,
por fim, pediu admissão em dois conventos, mas não foi aceita em nenhum.
A causa era a sua fragilidade física. Mas também influiu a displicência
e o egoísmo do padre da paróquia, que a queria trabalhando junto dele
nas obras de caridade da comunidade.
Francisca, embora decepcionada, nunca
desistiu do sonho. Passado o tempo, quando já tinha trinta anos de
idade, desabafou com um bispo o quanto desejava abraçar uma obra
missionária e esse a aconselhou: “Quer ser missionária? Pois se não
existe ainda um instituto feminino para esse fim, funde um”. Foi,
exatamente, o que ela fez.
Com o auxílio do vigário, em 1877 fundou
o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, que
colocou sob a proteção de são Francisco Xavier. Ainda: obteve o apoio do
papa Leão XIII, que apontou o alvo para as missões de Francisca: “O
Ocidente, não o Oriente, como fez são Francisco”. Era o período das
grandes migrações rumo às Américas por causa das guerras que assolavam a
Itália. As pessoas chegavam aos cais do Novo Mundo desorientadas,
necessitadas de apoio, solidariedade e, sobretudo, orientação
espiritual. Francisca preparou missionárias dispostas e plenas de fé,
como ela, para acompanhar os imigrantes em sua nova jornada.
Tinham o objetivo de fundar, nas terras
aonde chegavam, hospitais, asilos e escolas que lhes possibilitassem
calor humano, amparo e conforto.
Em trinta anos de intensa atividade,
Francisca Cabrini fundou sessenta e sete Casas na Itália, França e nas
Américas, no Brasil inclusive. Mais de trinta vezes cruzou os oceanos
aquela “pequena e fraca professora lombarda”, que enfrentava, destemida,
as autoridades políticas em defesa dos direitos de seus imigrantes nos
novos lares.
Madre Cabrini, como era popularmente
chamada, morreu em Chicago, Estados Unidos, em 22 de dezembro de 1917.
Solenemente, seu corpo foi transportado para New York, onde o sepultaram
na capela anexa à Escola Madre Cabrini, para ficar mais próxima dos
imigrantes. Canonizada em 1946, santa Francisca Xavier Cabrini é
festejada no mundo todo, no dia de sua morte, como padroeira dos
imigrantes.
Santa Francisca Xavier Cabrini, rogai por nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário