30 de dezembro
Rugero nasceu entre 1060 e 1070, na célebre e antiga cidade italiana de
Cane. O seu nome, de origem normanda, sugere que seja essa a sua origem.
Além dessas poucas referências imprecisas, nada mais se sabe sobre sua
vida na infância e juventude. Mas ele era respeitado, pelos habitantes
da cidade, como um homem trabalhador, bom, caridoso e muito penitente.
Quando o bispo de Cane morreu, os fiéis quiseram que Rugero ficasse no
seu lugar de pastor. E foi o que aconteceu: aos trinta anos de idade,
ele foi consagrado bispo de Cane.
No século II, essa cidade havia sido
destruída pelo imperador Aníbal, quando expulsou o exército romano.
Depois, ela retomou sua importância no período medieval, sendo até mesmo
uma sede episcopal. No século XI, mais precisamente em 1083, por causa
da rivalidade entre o conde de Cane e o duque de Puglia, localidade
vizinha, a cidade ficou novamente em ruínas.
O bispo Rugero assumiu a direção da diocese dentro de um clima de prostração geral.
Assim, depois desse desastre, seu
primeiro dever era tratar da sobrevivência da população abatida pelo
flagelo das epidemias do pós-guerra. Ele transformou a sua sede numa
hospedaria aberta dia e noite, para abrigar viajantes, peregrinos e as
viúvas com seus órfãos. Possuindo o dom da cura, socorria a todos,
incansável, andando por todos os cantos, descalço. Doava tudo o que
fosse possível e a sua carruagem era usada apenas para transportar os
doentes e as crianças.
Todavia esse século também foi um
período conturbado para a história da Igreja. Com excessivo poder civil
estava dividida entre religiosos corruptos e os que viviam em santidade.
Rugero estava entre os que entendiam o episcopado como uma missão e não
como uma posição de prestígio para ser usada em benefício próprio.
Vivia para o seu rebanho, seguindo o ensinamento de são Paulo: “Tudo
para todos”.
Por tudo isso e por seus dons de
conselho e sabedoria, no seu tempo foi estimado por dois papas: Pascoal
II e Celásio II. Para ambos, executou missões delicadas e os aconselhou
nas questões das rivalidades internas da Igreja, que tentava iniciar sua
renovação.
Entrou rico de merecimentos no Reino de
Deus, no dia 30 de dezembro de 1129, em Cane, onde foi sepultado na
catedral. Considerado taumaturgo em vida, pelos prodígios que promovia
com a força de suas orações, logo depois de sua morte os devotos
divulgaram a sua santidade.
No século XVIII, a cidade de Cane
praticamente já não existia. A população se transferira para outra mais
próspera, Barleta. Mas eles já cultuavam o querido bispo Rugero como
santo. Pediram a transferência das suas relíquias para a igreja de Santa
Maria Maior, em Barleta. Depois, foi acolhido na sepultura definitiva
na igreja do Mosteiro de Santo Estêvão, atual Santuário de São Rugero.
Os devotos o veneram no dia de sua morte como o bispo de Cane e o
padroeiro de Barleta. Em 1946, são Rugero foi canonizado pela Igreja.
São Rugero, rogai por nós!

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