[unisinos] 04 de janeiro de 2012
Um dos pontos de discussão em Roma nos últimos meses tem sido a crescente fragilidade do Papa Bento XVI.
Inevitavelmente, a especulação se voltou para o seu provável sucessor.
Eis aqui um guia daqueles que são considerados papáveis.
A reportagem é de Robert Mickens, publicada na revista católica britânica The Tablet, 31-12-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em poucos meses, o Papa Bento XVI terá superado oficialmente o Beato João Paulo II e se tornará o homem mais velho em mais de 100 anos a servir como Bispo de Roma.
O papa polonês morreu apenas 16 dias antes do seu 85º aniversário, um
marco que o Papa Bento XVI está prestes a chegar no dia 16 de abril.
Apenas quatro outros papas, desde o fim do século XIII, chegaram aos 86
anos de idade, dos quais o mais recente foi o Papa Leão XIII, que morreu aos 93 anos em 1903.
Embora a saúde geral do Papa Bento XVI pareça
estar boa, ele começou a mostrar sinais de fadiga e de crescente
fraqueza. A história e a prudência sugeririam que os cardeais da Igreja
deveriam começar a pensar seriamente sobre candidatos adequados para
sucedê-lo. Votar no sucessor de Pedro é o principal e
mais grave propósito para o qual eles recebem um barrete vermelho. Eles
devem evitar ser pegos desprevenidos, como aparentemente foram no
conclave passado, quando diversos cardeais confessaram publicamente que
não conheciam muito bem os seus confrades.
O próximo papa
provavelmente será o produto de um compromisso entre os eleitores, o que
evidentemente não foi o caso do último conclave. As regras de votação
haviam sido revisadas significativamente em 1996 pelo Papa João Paulo II,
permitindo uma eleição por maioria simples depois de algumas semanas de
impasse. Anteriormente, a votação continuaria até que um candidato
recebesse 2/3 mais um voto. Aparentemente, Joseph Ratzinger alcançou
uma maioria simples no início da votação e, de acordo com uma teoria,
uma série de outros cardeais concordou em acrescentar o seu apoio à sua
candidatura, em vez de arriscar um conclave prolongado, destacando a
divisão que isso sinalizaria.
Isto possivelmente não irá acontecer no próximo conclave. Pouco depois da sua eleição, o Papa Bento XVI sabiamente
mudou as regras de volta ao sistema tradicional. Assim, o seu sucessor
provavelmente será alguém com um amplo apoio, em vez de alguém que vem
principalmente de uma facção particular. De acordo com o número 1.024 do
Código de Direito Canônico, qualquer homem batizado é elegível. Mas, desde 1378, o papa sempre foi eleito a partir do Colégio dos Cardeais.
Mesmo que o Papa Bento XVI crie
um número qualquer de novos membros antes do próximo conclave,
possivelmente o Colégio irá manter certas características. Primeiro,
haverá um grupo significativo de homens com experiência de trabalho na Cúria Romana: ou seja, o homem que finalmente for eleito papa terá que ter o apoio desse bloco.
Em
segundo lugar, aproximadamente a metade ou mais dos membros serão
europeus, e uma porcentagem ainda maior terá estudado em Roma ou em
algum outro lugar do Velho Continente. Assim, o
candidato vitorioso, mesmo que não europeu, provavelmente terá passado
por um grau de polinização europeia. E, como essa é uma eleição do Bispo de Roma, qualquer papável a sério deve ter um domínio decente da língua italiana.
Os prováveis candidatos
Cardeal Angelo Scola (nascido em 7 de novembro de 1941), arcebispo de Milão, é o atual favorito de acordo com muitos italianos. Ele é próximo de
Bento XVI e tem um currículo impressionante, que inclui o cargo de reitor da
Universidade Lateranense e de bispo em duas dioceses anteriores, incluindo o
Patriarcado de Veneza. Ele é também um dos primeiros padres a ter sido ordenado, em 1970, exclusivamente para o serviço do
Comunhão e Libertação (CL),
embora seus apoiadores tentaram argumentar que a sua filiação ao
movimento encerrou assim que ele se tornou bispo. Com acesso ao
financiamento do CL, ele foi criador de programas universitários e
culturais ambiciosos, e um restaurador de igrejas. Uma de suas maiores
realizações foi a de estabelecer a
Fundação Oasis, que
reúne estudiosos muçulmanos e cristãos para debater sobre o futuro do
mundo mediterrâneo. Mas afirma-se que ele tem adversários na
Cúria Romana. E, aos 70 anos, as horas vão passando.
Cardeal Odilo Pedro Scherer (nascido em 21 de setembro de 1949), arcebispo de
São Paulo,
é o candidato latino-americano mais forte, mas tem um apelo que se
estende para além das considerações geográficas. Ele não só lidera a
maior diocese do maior país católico do mundo desde 2007, mas também tem
excelentes credenciais romanas. Teuto-brasileiro, obteve uma
licenciatura e um doutorado em teologia na
Universidade Gregoriana e depois passou vários anos trabalhando na
Congregação para os Bispos (1994-2001). Enquanto isso, trabalhou na Diocese de
Toledo (
Brasil) como reitor de seminário e pároco. Sendo bispo auxiliar desde 2001 e cardeal desde 2007, a
Cúria Romana, os europeus e os latino-americanos poderiam encontrar nele um candidato de consenso.
Cardeal Peter Turkson (nascido em 11 de outubro de 1948), presidente do
Conselho Pontifício Justiça e Paz, é o favorito entre os africanos. Nascido em
Gana de pai católico e mãe que se converteu do metodismo, ele é um dos poucos africanos de ter realizado estudos de doutoramento no
Pontifício Instituto Bíblico em
Roma. Completou seus estudos básicos de teologia em um seminário dirigido pelos franciscanos conventuais em
Nova York e depois lecionou em um seminário em seu país natal, Gana. Foi nomeado arcebispo de
Cape Coast em
1992 e cardeal em 2003. Desde que assumiu seu cargo vaticano em outubro
de 2009, ele impressionou as pessoas pelos seu claro sentido pastoral,
seu estilo pé-no-chão e seu gentil senso de humor.
Cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, SDB (nascido em 29 de dezembro, 1942), arcebispo de
Tegucigalpa, foi descrito como um
João Paulo II latino-americano
por causa da sua personalidade carismática, suas habilidades
linguísticas e seu trabalho na promoção do ensino social da Igreja.
Hondurenho de nascimento, é atualmente presidente da
Caritas Internationalis e foi "italianizado" no início de sua formação salesiana de
Roma e
Turim.
Músico formado em conservatório, passou seus primeiros breves anos de
sacerdócio na sala de aula antes de se tornar bispo na tenra idade de 35
anos. Foi criado cardeal em 2001. Manchou a sua reputação por apoiar,
inicialmente, o golpe militar de 2009 em
Honduras.
Cardeal Christoph Schönborn, OP (nascido em 22 de janeiro de 1945), arcebispo de
Viena, é provavelmente o mais forte candidato europeu fora da
Itália. Teólogo de tradição dominicana que estudou em
Paris e na
Alemanha,
é urbano, poliglota e de linhagem nobre. Quando se tornou um jovem
cardeal em 1998, foi considerado um dos mais brilhantes entre os
conservadores do Colégio, mas isso foi quando existiam alguns notáveis
moderados-progressistas que ainda estavam com idade de votar. Protestos
de reformistas católicos na
Áustria estão agora
testando a resistência do veterano, e as avaliações sobre o seu
desempenho ainda estão ocorrendo. Alguns acreditam que ele abriria novos
caminhos se lhe fosse permitido. Mas a sua proximidade com o
Papa Bento XVI e a improbabilidade de que os cardeais elejam dois papas de língua alemã consecutivamente vão contra ele.
Cardeal Leonardo Sandri (nascido
em 18 de novembro de 1943) tem sido descrito como um candidato
ítalo-argentino ideal, que restauraria a ordem que quase se desintegrou
na
Cúria Romana durante o pontificado atual. Atual prefeito da
Congregação para as Igrejas Orientais, é um antigo diplomata papal com uma linhagem da
Accademia Ecclesiastica. Como
sostituto (vice-secretário de Estado) de 2000 a 2007, foi um dos homens mais poderosos do pontificado de
João Paulo II. No entanto, ele não tem experiência pastoral e nunca foi bispo diocesano.
Cardeal Marc Ouellet, SSP (nascido em 8 de junho de 1944) lidera a
Congregação para os Bispos desde
junho de 2010. Franco-canadense, juntou-se à prestigiada sociedade de
ensino sulpiciana logo depois de sua ordenação sacerdotal e passou a
maior parte de sua vida como professor de seminário e reitor. Passou 10
anos na
Colômbia e depois nove novamente no
Canadá, antes de ir para
Roma em 1997 para lecionar no
Instituto João Paulo II para Matrimônio e Família. É ex-editor da
Communio, a revista internacional fundada por
Joseph Ratzinger e por
Hans Urs von Balthasar, cuja teologia de ambos ele abraça. Depois de ter atuado brevemente como vice-presidente do
Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, foi nomeado arcebispo do
Quebec em
2002 e recebeu seu barrete vermelho três anos depois. Durante oito seus
anos como líder espiritual de uma das sociedades mais secularizadas do
mundo, o cardeal Ouellet muitas vezes causou polêmica ao falar sobre
questões morais. Sua afabilidade e sinceridade ajudaram a suavizar as
fissuras, mas não está claro se ele foi capaz de realizar muitas coisas
em breve tempo por lá.
Cardeal Gianfranco Ravasi (nascido em 18 de outubro de 1942) tornou-se um sucesso instantâneo quando o Papa
Bento XVI nomeou-o presidente do
Pontifício Conselho para a Cultura em
2007. Biblista de primeira linha que popularizou os estudos da
Escritura através da televisão, da rádio e dos jornais populares
italianos, ele liderou ambiciosamente esforços para restabelecer o lugar
proeminente que a
Igreja Católica e o
Vaticano costumavam ocupar no mundo da alta cultura. Antes de assumir seu cargo em
Roma, passou a maior parte de seu tempo como professor e diretor da altamente estimada
Biblioteca Ambrosiana em sua
Milão natal.
Gentil e afável, considerado "moderado" eclesiologicamente, ele
infelizmente não tem experiência global e multicultural. É um
intelectual europeu clássico.
Um comentário:
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