13 de fevereiro
Martiniano era um monge eremita, mas acabou se tornando um andarilho para que o pecado nunca o achasse “em endereço fixo”.
Martiniano era natural da Cesaréia, na
Palestina, nasceu no século quatro. Desde a tenra idade decidiu ligar
sua vida à Deus e aos dezoito anos ingressou numa comunidade de
eremitas, não muito distante da sua cidade, onde se entregou à vida
reclusa e viveu durante sete anos. A fama de sua sabedoria percorreu a
Palestina e Martiniano passou a ser procurado por gente de todo o país
que lhe pedia conselhos, orientação espiritual, a cura de doenças e até a
expulsão de maus espíritos. Ganhou fama de santidade e essa fama atraiu
Cloé, uma jovem cortesã.
Cloé era milionária, bela e conhecida
como uma mulher de costumes arrojados e pouco recomendáveis.
Fez uma
espécie de aposta em seu círculo de amizades e afirmou que faria o casto
monge se perder. Trocou suas roupas luxuosas por farrapos e procurou
Martiniano, pedindo abrigo. Ele deixou que entrasse, acomodou-a e foi
para os aposentos do fundo da casa, onde rezou entoando cânticos de
louvor ao Senhor, antes de se recolher para dormir.
Mesmo assim, Cloé não desistiu. Pela
manhã trocara os farrapos por uma roupa muito sensual, aguardando o
ingresso do monge nos aposentos internos da casa. O que logo aconteceu,
ela então utilizou argumentos espertos tentando seduzir Martiniano, mas,
ao invés disso, acabou sendo convertida por ele. Cloé a partir de
então, se recolheu ao convento de Santa Paula, em Belém, passando ali o
resto de seus dias. E se santificou na vida religiosa consagrada à Deus.
Por sua vez, Martiniano, que chegou a
sentir-se tentado, mudou-se dali para uma ilha. Porém, certa vez,
naquelas águas que rodeavam a ilha ocorreu um naufrágio de um navio e
uma jovem passageira chamada Fotinia que se salvou lhe pediu abrigo. Ele
consentiu que ela ficasse, mas para não sentir a tentação novamente
abandonou o lugar a nado, apesar do continente ficar muito distante. A
tradição diz que ele não nadou, mas que Deus mandou dois delfins para
apanhá-lo e levá-lo à terra firme, são e salvo.
O fato é que, depois disso, tomou uma
decisão radical, tornou-se andarilho para nunca mais ter de abrigar
ninguém e ser tentado pelo pecado. Vivia da caridade alheia e morreu em
Atenas, no ano 400, depois de parar a caminhada numa igreja da cidade.
Sabia que o momento chegara, recebeu os sacramentos e partiu para a Casa
do Pai serenamente e na santa paz.
Santo Martiniano, rogai por nós!
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