sexta-feira, 2 de março de 2012

Falar de aborto pós-natal significa apoiar o infanticídio

O Centro de Bioética da Universidade Católica de Roma responde a tese de uma revista científica
ROMA, 01 de março de 2012 (ZENIT.org) -. Depois da tomada de posição de dois estudiosos italianos, que sustentam a legitimidade moral e jurídica do infanticídio, chega a resposta do Centro de Bioética da Universidade Católica do Sagrado Coração.
O artigo questionado, com o título After-birth Abortion: Why Should the Baby Live?, foi publicado no Journal of Medical Ethics, assinado por Alberto Giubilini e Francesca Minerva.
"Quem conhece o debate bioético – diz uma nota do Centro de Bioética – sabe que esta tese não é nem um pouco original: é uma reproposta, bem pouco eficazes, dos argumentos do bioético australiano Peter Singer, que sempre foi o defensor da legitimidade do aborto voluntário e do infanticídio".

A tese singeriana, retomada pelos dois autores italianos, de fato, “legitima o infanticídio - continua o comunicado –  porque os neonatos, mesmo na ausência de uma condição patológica, não teriam nenhum interesse explícito na vida e neste limbo da sua consciência não se beneficiariam nem sequer do status de pessoa".
De acordo com o que afirma o Instituto da Universidade Católica, cada ser humano manifesta um "interesse explícito pela vida," a partir já do seu “desenvolvimento primordial." Portanto, o ser humano "está inscrito nesta condição existêncial pela qual cada um se qualifica como "filho"e não apenas como puro conjunto de órgãos interpretado pelas leis da medicina e da biologia”.
Negar isso significa, de acordo com os estudiosos do Centro de Bioética, "violar definitivamente a perspectiva ética, que já não é puro equilíbrio de interesses, de custos e benefícios".
A perspectiva expressa pelo Jounal of Medic Ethics, além de “míope” é até "cínica", porque "legitima o individualismo do mais forte (o adulto saudável) que não tem nenhum "interesse" no desenvolvimento dos interesses daqueles gerou", acrescenta a nota do Centro de Bioética.
Seria, portanto, uma concepção "reificante" e "proprietária" do gerado, ao qual não é capaz de oferecer aquela hospitalidade que "aprendemos a não negar a nenhum estrangeiro."
"O problema é que –continua a nota – o fato de que justo o conceito de pessoa, convertido na cultura ocidental no caminho breve para reconhecer a dignidade e direitos de todos os homens, acabe por ser utilizado para legitimar a nível teórico a mais evidente violação dos direitos humanos".
Em conclusão, de acordo com o Centro de Bioética, o desafio lançado pela revista científica anglosaxã se torna também num fato "político", porque se não é capaz de "cuidar de quem não é capaz de autocuidar-se”, é uma ameaça para a mesma" idéia de democracia assim como a construimos depois das violências totalitárias".
Embora, em uma "sociedade liberal e pluralista" continua sendo necessário punir juridicamente, e não somente moralmente, certos comportamentos que, de fato, "ameaçam as mesmas condições da vida civil", conclui a nota.
[Tradução Thácio Siqueira]

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