sexta-feira, 23 de março de 2012

Na maioria dos “crimes de ódio” cometidos na Europa os cristãos foram as vítimas

22 março 2012 

Milhares de cristãos são vítimas da falta de liberdade religiosa VIENA, 22 Mar. 12 / 10:34 am (ACI)
bibliacatolica - Um relatório do Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa, com sede na Áustria, revelou que o em 85% de “crimes de ódio” cometidos no continente durante 2011, as vítimas foram cristãos.
O estudo recolheu incidentes desde vandalismo e insultos, supressão de símbolos religiosos, profanações e violência por motivos religiosos.
O diretor do observatório europeu, Dr. Gudrun Kugler, afirmou que “é hora de um debate público para responder a esta realidade”.

O relatório revela que em países como Escócia, o 95% da violência por motivos religiosos se dirige aos cristãos, enquanto que na França, o 84% de vandalismo está dirigido contra lugares de culto cristão.
O observatório também monitorou restrições profissionais contra cristãos. Uma definição restritiva de liberdade de consciência significa que profissões como magistrados, médicos, enfermeiras, obstetras e farmacêuticos se estão se “fechando lentamente para os cristãos”.
De acordo ao estudo, professores e pais de família ”se metem em problemas” quando discrepam com a ética sexual definida pelo Estado, nos países europeus.
Uma pesquisa no Reino Unido revela que a percepção popular coincide com o estudo. O 74% dos que responderam disseram que há mais discriminação contra cristãos que pessoas de outras confissões religiosas.
O observatório europeu tem a intenção de monitorar tanto a marginalização social para os cristãos assim como a negação de seus direitos.
O Bispo de Szombathely (Hungria), Dom András Veres, afirmou no dia 19 de março, em resposta ao relatório, que os prelados europeus “são particularmente conscientes destas manifestações de discriminação e intolerância religiosa”.
Para Dom Veres, que segue as atividades do observatório por mandato do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, os ataques contra cristãos “confirmam como alguns valores e direitos fundamentais próprios da Europa, tais como a liberdade de religião e o reconhecimento legal de nossas Igrejas, estão longe de ser uma realidade estabelecida em algumas nações do continente”.
O bispo europeu assinalou o relatório como um convite para todos os cristãos que já experimentaram a discriminação ou a intolerância devido às suas crenças religiosas a “deixarem o anonimato e serem valentes”.
“Acreditar em Deus não deve ser percebido como uma falha ou um sinal de debilidade. Viver e dar testemunho de nossa própria crença religiosa no respeito da liberdade e a sensibilidade de outros só pode ser benéfico para todos, crentes ou não crentes, cristãos ou não cristãos”.
Dom Veres expressou o apoio dos bispos europeus por aqueles cujos direitos não são respeitados. Para o prelado, a liberdade religiosa é um “bem valioso” que continua como “pilar da paz em nosso continente”.
O estudo do observatório indicou que as ações anticristãs são, tecnicamente, “uma forma de perseguição”, mas recomendou não etiquetá-las assim na Europa, para prevenir a confusão com crimes anticristãos em outros países.
O relatório também lamentou os estereótipos e preconceitos no debate público sobre a religião, tais como etiquetar instantânea e incorretamente o norueguês Anders Breivik, assassino de massas, como um fundamentalista cristão.
Entretanto, o observatório europeu também encontrou evoluções positivas.
O Dr. Gudrun Kugler assinalou a complacência dos profissionais por observar que “muitos dos que se centraram exclusivamente nos países do terceiro mundo que mostravam aberta perseguição, estão começando a notar que a marginalização e a restrição dos direitos e liberdades dos cristãos na Europa são também motivo de preocupação e merece nossa atenção”.
Entre os aspectos mais destacados de 2011 se encontrou uma resolução na Assembléia Parlamentaria da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa, que alentou o debate público sobre temas anticristãos, e a reavaliação da legislação com potenciais efeitos negativos sobre os cristãos.
Outro evento importante foi a decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos de revogar uma resolução judicial contra a presença de crucifixos nas salas de aula das escolas estatais da Itália.
Em janeiro de 2012, o governo espanhol acabou com uma aula de educação obrigatória que motivou o protesto de 55 000 pais, incluindo muitos cristãos.
O observatório insistiu nos direitos de liberdade religiosa dos indivíduos e das comunidades religiosas. A religião é um “ativo valioso” para a sociedade que fomenta a vida saudável e a contribuição ao bem comum, indicaram.

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