30 de março
O Monte Sinai está historicamente ligado
ao cristianismo. Foi o lugar indicado por Deus para entregar a Moisés
as tábuas gravadas com os Dez Mandamentos. É uma serra rochosa e árida
que, não só pela sua geografia, mas também pelo significado histórico,
foi escolhida pelos cristãos que procuravam a solidão da vida eremítica.
Assim, já no século IV, depois das
perseguições romanas, vários mosteiros rudimentares foram ali
construídos por numerosos monges que se entregavam à vida de oração e
contemplação. Esses mosteiros tornaram-se famosos pela hospitalidade
para com os peregrinos e pelas bibliotecas que continham manuscritos
preciosos. Foi neste ambiente que viveu e atuou o maior dos monges do
Monte Sinai, João Clímaco.
João nasceu na Síria, por volta do ano
579. De grande inteligência, formação literária e religiosa, ainda muito
jovem, aos dezesseis anos, optou pelo deserto e viajou para o Monte
Sinai, tornando-se discípulo num dos mais renomados mosteiros, do
venerável ancião Raiuthi. Isso aconteceu depois de renunciar a fortuna
da família e a uma posição social promissora. Preferiu um cotidiano
feito de oração, jejum continuado, trabalho duro e estudos profundos. Só
descia ao vale para recolher frutas e raízes para sua parca refeição e
só se reunia aos demais monges nos fins de semana, para um culto
coletivo.
Sua fama se espalhou e muitos peregrinos
iam procura-lo para aprender com seus ensinamentos e conselhos.
Inicialmente eram apenas os que desejavam seguir a vida monástica,
depois eram os fiéis que queriam uma benção do monge, já tido em vida
como santo. Aos sessenta anos João foi eleito por unanimidade abade
geral de todos os eremitas da serra do Monte Sinai.
Nesse período ele escreveu muito e o que
dele se conserva até hoje é um livro importantíssimo que teve ampla
divulgação na Idade Média, “Escada do Paraíso”. Livro que lhe trouxe
também o sobrenome Clímaco que, em grego, significa “aquele da escada”.
No seu livro ele estabeleceu trinta degraus necessários à subir para
alcançar a perfeição da alma.
Trata-se de um verdadeiro manual, a
síntese da doutrina monástica e ascética, para os noviços e monges, onde
descreveu, degrau por degrau, todas as dificuldades a serem vividas, a
superação da razão e dos sentidos, e que as alegrias do Paraíso perfeito
serão colhidas no final dessa escalada, após o transito para a
eternidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
João Clímaco morreu no dia 30 de março
de 649, amado e venerado por todos os cristãos do mundo oriental e
ocidental, sendo celebrado por todos eles no mesmo dia do seu
falecimento.
São João Clímaco, rogai por nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário