05/04/2012
IHU - O jovem de vinte e sete anos, Florian Stangl, foi o mais votado, entre os paroquianos, durante as eleições do novo conselho pastoral de Stützenhofen,
ao norte de Viena. O pároco, porém, não quis admitir sua designação. E,
aí, interveio o arcebispo, que assumindo a responsabilidade, decidiu
convalidar a eleição. A intervenção do cardeal Cristoph Schönborn, agora, está sendo motivo de polêmica (Die Presse,
em alemão). Nos últimos dias, depois de expressar reservas, num
primeiro momento, decidiu admitir no conselho pastoral, da paróquia da
pequena cidade austríaca, um jovem homossexual que convive com seu parceiro, com quem contraiu união civil.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 03-04-2012. A tradução é do Cepat.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 03-04-2012. A tradução é do Cepat.
Na votação, ocorrida há três semanas, Stangl obteve 96 votos a favor, dos 142. O pároco Gerhard Swierzek
pediu para que ele renunciasse e, inclusive, o convidou para não se
apresentar para receber a eucaristia. Uma decisão contestada pelo
vigário forâneo, responsável pelo decanato, o padre George Von Horick: “Se existe a permissão aos divorciados, que voltam a se casar, para se colocarem como candidatos – disse – tampouco as inclinações, nem a vida homossexual” deve impedir a eleição.
Num
primeiro momento, a diocese de Viena havia declarado que o registro
numa união civil não permite a participação no conselho pastoral. Stangl declarou
numa entrevista: “Sinto-me unido aos ensinamentos da Igreja, porém o
pedido de viver em castidade me parece pouco realista. Quantas pessoas
vivem na castidade?” E pediu para falar com o cardeal Schönborn,
que convidou, ele e seu parceiro, para almoçar. No dia 30 de março, o
arcebispo de Viena fez publicar uma segunda declaração, mais articulada (Arquidiocese de Viena, em alemão). Schönborn agradeceu
aos “muitos candidatos às eleições do conselho pastoral”, porque com
suas candidaturas “demonstraram interesse pela Igreja e pela fé”. “Assim
– continua o cardeal – deram testemunho da vitalidade da Igreja. Em sua
diversidade, refletem a diversidade atual dos caminhos de vida e de
fé”.
“Existem muitos membros dos conselhos pastorais paroquiais –
acrescentou o arcebispo de Viena – cujo estilo de vida não cumpre, em
sua totalidade, com os ideais da Igreja. Em vista do testemunho de vida,
que cada um deles nos dá, em conjunto, e do esforço em viver uma vida
de fé, a Igreja aprecia seu compromisso”.
Schönborn, então, elogiou a viva participação das jovens gerações na vida paroquial da pequena comunidade de Stützenhofen,
e a grande participação nas eleições do conselho pastoral. “Os erros
formais que vieram à luz, durante a eleição, não colocam em discussão os
resultados da eleição, em que o candidato mais jovem, Florian Stangl, recebeu a maioria dos votos”.
O cardeal conta que se reuniu com Stangl e
que ficou “profundamente impressionado por sua fé, por sua humildade, e
pelo modo em que concebe seu serviço. Ele pôde compreender por que os
paroquianos votaram, de forma tão decidida, na sua participação no
conselho pastoral”. Por último, o cardeal assinalou a decisão do
conselho episcopal, que por unanimidade estabeleceu que as autoridades
diocesanas não pretendem invalidar a eleição, nem os resultados, e que
revisarão as regras para os conselhos pastorais, para esclarecer os
requisitos necessários para os candidatos.
A que “erros” Schönborn se referia? Ao fato de que
os candidatos para os conselhos pastorais, na diocese de Viena, devem
assinar uma declaração na qual garantem cumprir com todos os requisitos
necessários, entre os quais está o de adesão da fé e disciplina da
Igreja católica, que, como se sabe, condena a prática homossexual e as
uniões entre pessoas do mesmo sexo. Porém, na eleição em Stützenhofen, os candidatos não quiseram assinar a declaração, afirmando verbalmente cumprir com os requisitos.
Nos últimos dias, na Itália, foi o cardeal Carlo Maria Martini, arcebispo emérito de Milão, que se pronunciou sobre a possibilidade do reconhecimento das uniões civis de pessoas do mesmo sexo. No livro-entrevista “Credere e conoscere” [Crer e conhecer] (Einaudi), escrito em diálogo com Ignacio Marino, Martini afirmava: “Considero que a família deve ser defendida, porque é realmente a que sustenta a sociedade, de maneira estável e permanente, e pelo papel fundamental que desempenha na educação dos filhos. Porém, não seria ruim que no lugar de relações homossexuais ocasionais, as pessoas tivessem certa estabilidade e, então, neste sentido, o Estado poderia favorecê-las também”.
Nos últimos dias, na Itália, foi o cardeal Carlo Maria Martini, arcebispo emérito de Milão, que se pronunciou sobre a possibilidade do reconhecimento das uniões civis de pessoas do mesmo sexo. No livro-entrevista “Credere e conoscere” [Crer e conhecer] (Einaudi), escrito em diálogo com Ignacio Marino, Martini afirmava: “Considero que a família deve ser defendida, porque é realmente a que sustenta a sociedade, de maneira estável e permanente, e pelo papel fundamental que desempenha na educação dos filhos. Porém, não seria ruim que no lugar de relações homossexuais ocasionais, as pessoas tivessem certa estabilidade e, então, neste sentido, o Estado poderia favorecê-las também”.
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