Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos
sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e
não fazíamos caso dele.
Em verdade, ele tomou sobre si nossas
enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um
castigado, ferido por Deus e humilhado.
Mas ele foi castigado por
nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou
sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.
Todos nós andávamos
desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia
recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós.
Foi maltratado
e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e
uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. (Ele não abriu a boca.)
Por
um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender sua causa, quando
foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de meu povo?
Foi-lhe dada sepultura ao lado de fascínoras e ao morrer achava-se entre
malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca
tenha havido mentira.
Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo
sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma
posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele
realizada.
Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á
de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e
tomará sobre si suas iniqüidades.
Eis por que lhe darei parte com
os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos: porque ele próprio deu sua
vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de
muitos homens, e intercedendo pelos culpados. (Is 53, 3-10)
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