3 de abril
O imperador Trajano, no final do seu
reinado, julgou que devia diminuir a própria política de perseguição nos
combates ao cristianismo, também porque a “infâmia” de ser cristão
servia, mais freqüentemente, para resolver atritos políticos ou
familiares do que para dirimir questões religiosas.
Tal clima de “tolerância” disfarçada,
que não mudou nem mesmo os métodos e as perseguições, prosseguiu até no
governo do imperador Adriano, o qual escreveu ao procônsul da Ásia: “Se
um faz as acusações e demonstra que os cristãos estão operando contra as
leis, então a culpa deve ser punida segundo a sua gravidade. Mas se
alguém se aproveita deste pretexto para caluniar, então é este último
que deve ser punido”.
Nessa realidade, elegeu-se Xisto I,
filho de pastores romanos, que se tornou o sétimo sucessor do trono de
são Pedro, em 115. Seu governo combateu com veemência as doutrinas
maléficas dos gnósticos, ou seja, os princípios da existência seriam
transmitidos através do “conhecimento revelado” por inúmeras potências
celestes, que feriam todos os fundamentos da religião de Cristo.
A este papa deve-se a introdução de
muitas normas disciplinares de culto litúrgico. Proibiu as mulheres de
tocarem o cálice sagrado e a patena, que é o pratinho de metal, dourado
ou prateado, usado para depositar a hóstia consagrada. Instituiu o
convite aos fiéis para cantarem o sanctus junto com o celebrante,
durante a missa. Introduziu a água no rito eucarístico e determinou que a
túnica ou corporal fossem feitos de linho.
O papa Xisto I morreu durante a
perseguição do imperador Adriano, em 125. Estava próximo de Roma,
visitando a diocese de Frosinone, provavelmente onde sofreu o suplício,
pois foi enterrado na acrópole de Alatri. A sua celebração foi mantida
no dia 3 de abril, como sempre foi reverenciado pelos devotos
alatrianos, que guardam as suas relíquias na igreja da catedral da
cidade.
São Xisto I, rogai por nós!
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