Papa Bento XVI
Durante a segunda etapa de sua visita pastoral à Toscana, o Papa Bento XVI recordou ontem, 13, que a ciência que se afasta de Deus, está envenenada pela vaidade e é incapaz de admirar a criação do Senhor.
Ao deslocar-se ao Santuário de La Verna para um encontro com a Comunidade dos Frades Menores Franciscanos e as Religiosas Clarissas, Bento XVI explicou que “precisamente, a humildade é a porta de toda virtude”, e com efeito, “com o orgulho intelectual da investigação encerrada em si mesmo não é possível alcançar Deus”.“Que não creia (o homem), que lhe basta a leitura sem unção, a especulação sem devoção, a investigação sem admiração, a consideração sem exultação, a indústria sem piedade, a ciência sem caridade, a inteligência sem humildade, o estudo sem a graça divina, o espelho sem a sabedoria divinamente inspirada”, disse o Santo Padre, recordando as palavras do Doutor de São Boaventura.
Bento XVI indicou que “só deixando-se iluminar pela luz do amor de Deus, o homem e a natureza inteira podem ser resgatados, e a beleza pode finalmente refletir o esplendor do rosto de Cristo como a lua reflete o sol”.
Além disso, inspirado por São Francisco de Assis, o Papa assinalou que “não basta declarar-se cristão para ser cristão, nem procurar simplesmente cumprir as obras do bem. Mas é necessário conformar-se com Jesus, com um lento e progressivo compromisso de transformação do próprio ser, a imagem do Senhor, para que pela graça divina, cada membro do Corpo d’Ele que é a Igreja, mostre a necessária semelhança com a Cabeça, Cristo Senhor”.
O Santo Padre animou os religiosos a “fazerem uma ponte entre Deus e o homem”, e recordou que a vida consagrada “tem a tarefa específica de testemunhar com a palavra e o exemplo de uma vida, segundo os conselhos evangélicos, a fascinante historia de amor entre Deus e a humanidade que atravessa a história”.
“O amor de Deus e do próximo continua animando a preciosa obra dos franciscanos em sua comunidade eclesiástica. A profissão dos conselhos evangélicos é um caminho mestre para viver a caridade de Cristo. E neste lugar abençoado, peço ao Senhor que siga enviando novos trabalhadores à sua vinha”.
Bento XVI convidou especialmente os jovens a escutarem o Senhor, “para que quem for chamado por Deus responda com generosidade e tenha a coragem de dar-se na vida consagrada e no sacerdócio ministerial”.
O Santo Padre ressaltou a contemplação da cruz como caminho para a santidade, e neste sentido, indicou que “a cruz gloriosa de Cristo reassume o sofrimento do mundo, mas sobre tudo é sinal tangível do amor, e medida da bondade de Deus para o homem”.
“Também nós estamos chamados a recuperar a dimensão sobrenatural da vida, a elevar os olhos daquilo que é circunstancial para voltar a confiar-nos completamente ao Senhor, com o coração livre e em perfeita alegria, contemplando o Crucifixo para que nos fira com seu amor”.
Bento XVI se uniu na oração de todos os franciscanos e convidou aos religiosos à contemplação do crucifixo. “A mente deve ir dirigida à Paixão de Jesus”, porque “para que tenha eficácia, nossa oração necessita lagrimas, quer dizer, necessita da participação interior de nosso amor que responde ao amor de Deus”, concluiu.
Finalmente, o Papa visitou a “Capela dos Santos Estigmas”, em procissão com a “Relíquia de sangue de São Francisco”, exibida especialmente para a ocasião.
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