24/05/2012
A análise é de Francis DeBernardo, publicada no sítio da New Ways Ministry, 20-05-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Um artigo publicado no sítio The Local, uma agência de notícias em inglês da Alemanha, noticia:
"Ele
disse a uma multidão na quinta-feira, 17, que a Igreja deveria ver, a
longo prazo, as relações homossexuais fiéis assim como fazem com as
heterossexuais. 'Quando dois homossexuais assumem a responsabilidade um
pelo outro, se eles se relacionam uns com os outros de uma forma fiel e a
longo prazo, então você tem que ver isso da mesma forma como as
relações heterossexuais', disse Woelki a uma multidão estupefata, de acordo com uma notícia do jornal Tagesspiegel.
"Woekli reconheceu
que a Igreja vê o relacionamento entre um homem e uma mulher como base
para a criação, mas acrescentou que é hora de pensar mais sobre a
atitude da Igreja com respeito às relações do mesmo sexo".
Falando na 98º Katholikentag, uma conferência que reuniu 60 mil católicos em Mannheim, Woelki se
juntou a um crescente coro de vozes episcopais que estão clamando por
uma mudança na recusa tradicionalmente absolutista da hierarquia a
reconhecer a bondade moral das relações lésbicas e gays.
Em dezembro passado, o arcebispo Vincent Nichols, de Londres, ganhou as manchetes ao apoiar as uniões civis para casais de lésbicas e gays no Reino Unido. Naquele mesmo mês, o padre Frank Brennan, jesuíta estudioso de Direito na Austrália, também pediu o reconhecimento similar para os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. Em janeiro, Dom Paolo Urso, bispo de Ragusa, Itália, também pediu o reconhecimento das uniões civis em seu país.
O
mês de março de 2012 assistiu a uma explosão de questionamentos de
prelados à proibição da hierarquia acerca da igualdade do casamento. No 7º Simpósio Nacional da New Ways Ministry, Dom Geoffrey Robinson,
bispo australiano, pediu um total re-exame da ética sexual católica
para permitir, dentre outras coisas, a aprovação moral dos
relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. A diocese de Manchester, em New Hampshire, apoiou um projeto de lei que legaliza as uniões civis (embora como uma medida paliativa para evitar a igualdade do casamento).
Dom Richard Malone, bispo de Portland, Maine,
anunciou que a diocese não assumiria um papel ativo na oposição do
próximo referendo do Estado sobre a igualdade do casamento, como havia
feito em 2009. Na Itália, o cardeal Carlo Maria Martini, de Milão, afirmou em seu livro Credere e Conoscere (Crer e conhecer), que "eu não compartilho as posições daqueles que, na Igreja, criticam as uniões civis".
Embora a oposição à igualdade do casamento por parte da hierarquia, especialmente nos EUA,
ainda seja grande e forte, é significativo que essas recentes
declarações estejam todas desenvolvendo um tema similar de ao menos
algum reconhecimento do valor intrínseco das relações lésbicas e gays,
assim como da necessidade de proteção civil a elas. Que essa tendência
continue e cresça.
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