quinta-feira, 17 de maio de 2012

A defesa da vida em um filme

Entrevista com Prof.Ives Gandra Martins


Por Tarcisio Siqueira

BRASILIA, quarta-feira, 16 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Apresentamos a seguir uma entrevista com Prof. Ives Gandra da Silva Martins. 

Ives Gandra é Professor Emérito da Universidade Mackenzie  e da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e do Centro de Extensão Universitária - CEU

Para o Senhor a Defesa a Vida, desde a concepção, é realmente um tema que nós católicos devemos buscar entender? Neste contexto o Filme Bella, do ator e Produtor Eduardo Verastequi, pode ajudar? Como o Senhor tomou conhecimento do filme?
Ives Gandra: A vida é assegurada desde a concepção. Assim determina o Código Civil Brasileiro no artigo 2º, cuja dicção é a seguinte: “Art. 2º  A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
E o inciso I do artigo 4º do Pacto de São José, cujo texto transcrevo: "Artigo 4º  - Direito à vida - 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente."
A própria Constituição Brasileira ("caput" do art. 5º) faz menção à inviolabilidade do direito à vida, estando assim redigido: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ...” (grifos nossos).
Como, desde a concepção, o zigoto é um ser humano, compreende-se a proteção da vida, desde este momento, não se justificando interpretações cerebrinas que buscam, contra a clareza da lei e do direito natural, exaltar o homicídio uterino.
Neste sentido, o filme Bella é uma útil contribuição para que se compreenda os dramas que decorrem das decisões das mães que autorizam a morte de seu filho por técnicas - todas elas são dolosas no aborto- conforme demonstrei no artigo "Como se faz um aborto", que está disponível no endereço: http://www.gandramartins.adv.br/art_detalhes.asp?id=367.
Tomei conhecimento do filme numa convivência de formação espiritual, onde foi exibido.

No Filme quais temas o Senhor considera que foram bem tratados? A família? A amizade? A vida? E por quê?
Ives Gandra: No filme, todos estes temas foram tratados. Família, amizade, vida. À evidência, a vida de cada ser humano, que começa na concepção, depende da forma como sua mãe irá dela cuidar, pressupondo a necessidade de ter, desde que gerado, o carinho daquela pessoa que o gerou. Ele é um inocente. Sua mãe, seja qual for o motivo para não desejar a gravidez, naquele momento é mãe e responsável por alguém que existe e é formado em sua própria carne e de sua própria carne.
No filme Bella, tais valores são realçados, pois apesar de indesejada a gravidez, percebe a mãe que seu futuro filho, que pretende abortar, necessitaria de sua amizade, de seu amor, de seu carinho e daqueles que conformam o seu ambiente (familiares e amigos). E é, graças a esta solidariedade e compreensão do papel de ser mãe que não pode ser assassina de seu próprio filho, que, no filme,  ela desiste da gravidez e o resultado realçado no final é a felicidade que sente, já na criança nascida e ativa, por ser mãe de alguém que ama e que a ama. Todos os valores acima são muito bem tratados em "Bella".

O Senhor acha que a Linguagem utilizada no Filme para tratar da temática do Aborto pode representar para os jovens uma excelente oportunidade de Rediscutir valores tão esquecidos, como o Amor Responsável?
Ives Gandra: Sem dúvida alguma. É um filme para a juventude assistir, meditar e rediscutir a tese de que não há dignidade humana formada à custa de homicídios uterinos de inocentes. É impossível acatar a tese de que uma das grandes conquistas da humanidade do século XXI é o direito de as mães assassinarem seus filhos no próprio ventre, por uma questão de conforto pessoal.
Poderá gerar, realmente, positivo impacto na mocidade.

Aos leitores de Zenit o Senhor recomendaria o Filme Bella?
Ives Gandra: Recomendaria, pois se trata de um filme com conteúdo moral e humano, em que a vida e os valores maiores são evidenciados e bem tratados. É um filme que prende a atenção do início ao fim. Vale a pena assistí-lo.
Para maiores informações sobre o filme: quero.reservar@filmebella.com

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