terça-feira, 8 de maio de 2012

Nos Estados Unidos, jovens são cada vez menos religiosos

08/05/2012

IHU - Para os Estados Unidos o futuro se apresenta cada vez menos religioso. Um estudo sobre jovens de 18 a 24 anos, definidos como “Millennials”, realizado pelo Public Religion Research Institute e pelo Berkley Center, da Universidade de Georgetown, demonstra que as pessoas compreendidas nessa faixa etária são menos religiosas que a população em geral. Para muitos deles, a identidade religiosa que possuem significa uma nítida mudança em relação à religião de sua infância. O retrato é o de uma geração complexa, que está atravessando uma fase de transição, com alguns vínculos ainda muito fortes com seus pais e com metade deles residindo com a família. Porém, eles estão muito menos comprometidos com a política do que os adultos: só a metade deles declara que está certa em votar nas eleições deste ano.

A reportagem é de Marco Tosatti, publicada no sítio Vatican Insider, 06-05-2012. A tradução é do Cepat.

Vejamos que relação possuem com a religião. Uma quarta parte deles (25%) manifesta que não tem nenhuma adesão religiosa. A quinta parte do total se diz católica, o que corresponde a mais ou menos a porcentagem dos adultos. Menos da metade dos “Millennials” católicos são brancos; 9% são hispânicos e 2% de outras etnias. Os protestantes tradicionais são 13%, os evangélicos brancos são 12% e os protestantes negros são 10%. Os que afirmam que pertencem a religiões não cristãs são 6%.

É interessante observar que, apesar da sua juventude, os “Millennials” trocam a religião de sua infância por outros credos ou por nenhuma. E, de fato, esse ponto de chegada é bastante provável. Enquanto somente 11% deles não tinham nenhuma adesão religiosa na infância, o total dos chamados “não religiosos” alcança a porcentagem de 25%. Isto significa que 14% abandonou a fé recebida. Dos não religiosos, 35% cresceram nesta situação; mas 23% eram católicos e 21% protestantes brancos “tradicionais”. Entre os evangélicos e protestantes negros os que abandonaram a religião representam 4% do total.

É presumível que o escândalo de pederastia e, em geral, a aversão dos meios de comunicação em relação à Igreja católica têm um papel importante neste fenômeno. Entre os “Millennials” que foram educados como católicos, menos de dois terços (64%) continuam sendo católicos, enquanto a quarta parte se define como não religiosos e 11% trocam de grupo religioso. A crise entre os protestantes “tradicionais” é análoga; 59% dos que foram educados, como tais, continuam adeptos, 29% se declaram “não religiosos” e 12% mudaram para uma denominação religiosa diferente. Em geral, compete destacar que as minorias étnicas apresentam perdas menos importantes que as dos grupos religiosos brancos.

De todos os modos, a religião ocupa um lugar menos central na vida dos “Millennials” em relação aos americanos mais velhos; apesar disto, um número significativo da amostra considerada para o estudo (2000 pessoas) afirmou que a fé faz parte da sua vida. A maioria (54%) acredita que Deus é um ser com o qual se pode estabelecer uma relação. Os que afirmaram que não acreditam em Deus são 14%, e os que pensam que Deus é uma força impessoal são 22%. Somente 23% acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus e que deve ser entendida literalmente; 26% pensam que a Bíblia é a palavra de Deus, mas não deve ser entendida ao pé da letra. Já 37% se declaram convencidos de que a Bíblia é um livro escrito pelos homens e não possui origem divina.

Os que afirmam, entre os “Millennials”, que a religião é muito importante, ou importante para a vida, são 40%. A porcentagem dos evangélicos que sustentam essa afirmação é altíssima (78%) frente aos 44% dos católicos e aos 37% dos protestantes. Ao contrário, 33% pensam que a religião é pouco ou nada importante para a sua existência. Os que possuem uma conta no Facebook são 85%, sendo que somente 45% declaram sua identidade religiosa no perfil. Aqui, também, os evangélicos estão à frente, são 75% dos que se declaram na rede social, frente aos 49% dos protestantes e dos 44% dos católicos.

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