sexta-feira, 18 de maio de 2012

"O que significa que Deus é onisciente?"


A onisciência é definida como "o estado de ter conhecimento total, a qualidade de saber tudo." Para que Deus seja soberano sobre a Sua criação de todas as coisas, visíveis ou invisíveis, Ele tem que ser onisciente. Sua onisciência não é restrita a uma única pessoa da Trindade – o Pai, Filho e Espírito Santo são todos por natureza oniscientes.

Deus sabe de tudo (1 João 3:20). Ele não só conhece os mínimos detalhes da nossa vida, mas também de tudo ao nosso redor, pois menciona que sabe até quando um pardal cai ou quando perdemos um único fio de cabelo (Mateus 10:29-30). Deus não só sabe de tudo o que ocorrerá até o fim da história em si (Isaías 46:9-10), mas também conhece nossos pensamentos antes mesmo de falarmos (Salmo 139:4). Ele conhece os nossos corações de longe e até nos viu quando ainda estávamos no ventre materno (Salmo 139:1-3, 15-16). Salomão expressa essa verdade perfeitamente quando diz: "porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens" (1 Reis 8:39).
Apesar da condescendência do Filho de Deus despojar-se de Si mesmo e assumir a forma de servo (Filipenses 2:7), a Sua onisciência é claramente vista nos escritos do Novo Testamento. A primeira oração dos apóstolos, encontrada em Atos 1:24: "Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos", implica a onisciência de Jesus, a qual é necessária para que seja capaz de receber petições e interceder na mão direita de Deus. Na Terra, a onisciência de Jesus é igualmente clara. Em muitos relatos do Evangelho, Ele conhecia os pensamentos do Seu público (Mateus 9:4, 12:25, Marcos 2:6-8; Lucas 6:8). Ele sabia de detalhes das vidas das pessoas antes mesmo de conhecê-las. Quando conheceu a mulher samaritana que estava tirando água do poço de Sicar, Ele disse-lhe: "Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade" (João 4:18). Jesus também diz aos Seus discípulos que o Seu amigo Lázaro estava morto, embora estivesse mais de 40 km de distância da casa de Lázaro (João 11:11-15). Ele aconselhou os discípulos a irem preparar-se para a Ceia do Senhor, descrevendo a pessoa que iriam encontrar e acompanhar (Marcos 14:13-15). Talvez o melhor exemplo: Ele conhecia Natanael antes mesmo de encontrá-lo, pois já conhecia o seu coração (João 1:47-48).
Claramente observamos a onisciência de Jesus na Terra, mas aqui é onde começa o paradoxo também. Jesus faz perguntas, o que talvez implique a ausência de conhecimento, embora o Senhor faça perguntas mais para o benefício de Sua audiência do que para Si mesmo. No entanto, existe uma outra faceta acerca de Sua onisciência que surge das limitações da natureza humana que Ele, como o Filho de Deus, assumiu. Lemos que, como um homem, "crescia Jesus em sabedoria, e em estatura" (Lucas 2:52) e que Ele "aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu" (Hebreus 5:8). Também lemos que Ele não sabia quando seria o fim do mundo (Mateus 24:34-36). Nós, portanto, temos que perguntar: por que o Filho não sabe disso quando já sabia de tudo mais? Ao invés de encarar isto como uma limitação humana, devemos considerá-lo um controlado limite de conhecimento. Aqui vemos um ato voluntário de humildade a fim de de participar plenamente da nossa natureza (Filipenses 2:6-11, Hebreus 2:17) e ser o segundo Adão.
Finalmente, não há nada difícil demais para um Deus onisciente, e é com base na nossa fé em tal Deus que podemos descansar seguros, sabendo que promete nunca desamparar-nos enquanto continuarmos nEle. Ele conhece-nos desde a eternidade, mesmo antes da criação. Deus já conhecia eu e você, já sabia quando apareceríamos no decorrer do tempo e com quem iríamos interagir. Ele até previu o nosso pecado em toda a sua feiúra e depravação, mas ainda, em amor, escolheu colocar o Seu selo sobre nós e nos atraiu a esse amor em Jesus Cristo (Efésios 1:3-6). Um dia o veremos face a face, mas o nosso conhecimento de Deus nunca será completo. Nossa admiração, amor e louvor a Ele continuarão por todos os milênios enquanto nos aquecemos nos raios do Seu amor celestial, aprendendo e apreciando cada vez mais o nosso Deus onisciente.

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