As declarações do padre Caesar Atuire do Orp e do Bispo Bento Tuzia na chegada da imagem peregrina de Nossa Senhora
Por Salvatore Cernuzio e Ir. Sergio Mora
ROMA, terça-feira, 15 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Uma recepção calorosa deu as boas-vindas à imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, chegada nesse passado domingo, 13 de maio, na Capital da Itália, Roma. A primeira etapa na basílica de São João de Latrão, onde um concerto e a recitação do rosário homenagearam Nossa Senhora “peregrina”, antes de começar a celebração da Santa Missa presidida pelo Cardeal vigário Agostino Vallini.
"Esta é a oitava edição e como todos os anos, no 13 de maio,
recebemos aqui em Roma a imagem de Nossa Senhora de Fátima no dia do
peregrino unifos virtualmente ao Santuário de Fátima”, declarou ao
ZENIT, o administrador delegado da Obra Roma Peregrinações, padre Caesar
Atuire.
"Neste ano, por causa também da crise – continuou – muitas pessoas
não conseguiram visitar o Santuário de Fátima, e portanto nós da Orp
lançamos uma idéia em todos as redes sociais de internet: “Quem tiver
uma intenção para pedir a Nossa Senhora, escreva-a e envie para nós”. Em
duas semanas chegaram 720 petições de mais de 20 países, que depois
colocamos num envelope e aos pés de Nossa Senhora”.
Para concluir o evento, o Cardeal Vallini, que convidou os presentes a
terem dois compromissos: um em favor de todos aqueles jovens "que se
sentem desanimados porque lhes é negado o direito de construir um futuro
por causa das muitas dificuldades", para que "na família onde vivem
possam encontrar testemunhos de amor e de esperança”.
O segundo, no entanto, a favor dos pequenos. "Ensinamos a orar -
disse - começando pelas crianças pequenas, nas casas, onde quer que
vivam, e continuando com as crianças, os adolescentes, os jovens, porque
a oração é um raio de sol que nos faz encontrar o amor infinito por
Deus".
"Nunca deixem a Santa Missa no domingo", exortou o Cardeal Vigário,
acrescentando: "não a deixem com facilidade e depois venham somente
rezar diante da Imagem de Nossa Senhora de Fátima. Pedimos, antes, à
Virgem de Fátima para abrir-nos o coração e suscitar em nós, neste tempo
de Páscoa, o desejo de uma vida santa”.
Da Basílica de Latrão, a imagem de Maria seguirá para a paróquia de
Santa Maria das Graças, em Fornace, onde ficará até o domingo, 20 de
maio. Grandes manifestações de alegria saudou acolheram a chegada de
Maria, carregada nos ombros por alguns jovens paroquianos.
Aplausos e cantos ecoaram na praça da paróquia, perto do “Grande
Cúpola”, antes que Nossa Senhora entrasse na Igreja, onde, além de
inúmeros fiéis que a estavam aguardando, estava Mons. Bento Tuzia, bispo
auxiliar para o setor ocidental de Roma, entrevista por nós do ZENIT
imediatamente após a celebração.
***
Excelência, na sua homilia, o senhor afirmou que as palavras
pronunciadas pela Virgem de Fátima em 1917 não se dirigem somente aos
três pastorinhos a quem ela apareceu, mas, ainda hoje, para todos nós.
De que modo pode-se considerar atual a mensagem de Nossa Senhora de
Fátima?
Mons. Tuzia: A sua atualidade se vê nas grandes inspirações
que tem comunicado. São inspirações que sublinham as necessidades do
nosso tempo: antes de mais nada a paz, reclamada em tantos pequenos ou
grandes eventos; depois a conversão, ou seja, a capacidade de
renovar-nos e não ser prisioneiros de situações que não estão bem. Estas
situações, na verdade, não são apenas negativas, mas bloqueiam nosso
caminho para Deus, o ser nós mesmos nas formas mais elevadas e mais
nobres. Acima de tudo a mensagem de Maria é um convite à oração, que é o
apoio de todas as nossas ações, o grande serviço que fazemos pelo
mundo.
Com relação a estas situações negativas, o senhor, na
homilia, destacou uma em especial: o medo. O medo parece ser, de fato,
uma característica da sociedade moderna: basta pensar no medo dos outros
ou no medo dos jovens pelo futuro. De que modo é que Nossa Senhora pode
ser uma ajuda para superá-lo?
Mons. Tuzia: O medo é superado com a consciência de que o
Senhor está conosco e isso a presença de Maria nos lembra
constantemente. Ela mesma experimentou, quando o Arcanjo Gabriel a
convidou para não ter medo de tomar certas decisões, porque "o Senhor
está contigo". Portanto, também para nós, a inspiração para assumir uma
atitude de esperança deve vir do acreditar realmente que o Senhor está
conosco. A Virgem, neste caminho, se faz nossa companheira de estrada e
nos diz: “Olhem, estou do vosso lado! Não estais sozinhos ao ter que
resolver os vossso problemas, mas tendes a minha força e a minha
intercessão”.
A este respeito, o Santo Padre, na Audiência geral da
quarta-feira passada, exortou os jovens a não abandonarem, especialmente
neste mês de Maria, a oração do Terço....
Mons. Tuzia: Realmente! O Rosário é, infelizmente, visto
como uma prática repetitiva. E talvez seja verdade, é repetitivo! Mas é
da mesma forma que é repetitivo o diálogo com o próprio amado, no
sentido de que as palavras e as expressões são sempre as mesmas - "Eu te
amo, eu te quero o teu bem, etc" - porque querem confirmar os nossos
sentimentos. Celebrar, portanto, ou louvores de Maria por meio da oração
do Terço, é um modo para afirmar, em cada momento, os nossos
sentimentos de amor e de fé com a Mãe misericordiosa.
Podemos dizer, portanto, que é essencial rezar o Terço?
Mons. Tuzia: Não só é importante, mas também é bonito!
Espero que especialmente os jovens, acostumados hoje á orações mais
espontâneas e entusiastas, possam redescobrir a beleza desta forma de
oração. O Terço, com sua repetição, é como se "ditasse o ritmo”,
organizasse a “respiração” da nossa vida.
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